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ATUALMENTE

Sabe quando dizem que quando você está prestes a morrer passa um filme sobre a sua vida pela sua cabeça, é isso que está acontecendo comigo.

O homem terminou de jogar os sacos de lixo para longe de mim, me pegou pelo braço, empurrou meu corpo contra a parede com força, fazendo eu sentir uma dor insuportável na parte detrás da minha cabeça e nas minhas costas.

A batida me fez ficar tonta durante alguns segundos, mas consegui olhar para o seu rosto percebi que estava usando uma touca de bandido, a única coisa que eu podia enxergar eram os seus olhos verdes.

Sinto um calafrio percorrer minha espinha, quando percebo que seus olhos não demonstravam nenhum arrependimento. Ele me olhou durante vários segundos, pegou a faca começando a passar pelo o meu rosto, me sujando com o sangue da primeira vítima, pois sinto o líquido agora frio grudado na minha bochecha.

Tento dar um chute no meio das suas pernas, porém ele foi mais rápido usando seu próprio corpo para imobilizar o meu, eu não conseguia me mexer, estou encurralada entre ele e a parede naquele beco escuro e mal iluminado.

O homem não dizia nada, ele só me olhava, deixando aquilo mais angustiante. Penso por um momento implorar pela minha vida, mas quando olho novamente para os seus olhos percebo determinação nele, aquele cara iria me matar, aquilo tinha virado um fato naquele momento, pois vejo raiva nele, aquele homem estava furioso comigo por ter presenciado o assassinato, eu era uma testemunha que ele faria o impossível para eliminar.

Naquele momento, eu chego a conclusão que era meu fim. Eu não podia fazer mais nada, não sei fazer o básico de defesa pessoal, não tenho ninguém para me salvar, eu estou sozinha como sempre estive na minha vida.

Resolvi fechar os olhos, me concentrei no filme na minha cabeça, onde passava pequenas cenas que vivi rapidamente. Nessas cenas percebi que nunca fui feliz de verdade; Os meus anos sofridos no orfanato, as crianças me excluindo, fazendo eu ter que almoçar no banheiro, ninguém me chamava para brincar com elas, ninguém falava comigo, ninguém se importava comigo, fazendo eu chegar a conclusão que se eu morresse agora nas mãos desse maníaco. Quem sentirá minha falta? As duas pessoas que eu tinha, me traíram da pior maneira possível, fazendo eu só querer distância, nem sequer meus próprios pais se importaram comigo já que me abandonaram no orfanato.

Sinto a lâmina fria roçar contra o meu pescoço, o homem parecia está gostando do meu pavor, parecia se divertir com meu medo, porém escuto um barulho alto, depois sinto a faca se afastar de mim caindo no chão.

Abro os olhos, vejo Dylan ofegante segurando uma tampa de caçamba de lixo, enquanto o assassino estava no chão desmaiado. Ainda em estado de choque, eu começo a chorar de alivio, quando percebo que Dylan tinha me salvado.


( Oi amores, tudo bem? Tenho um aviso. Os meus dias de postagens serão aos domingos, porque ainda estou escrevendo. Muito obrigada por ter lido.)





Na hora erradaWhere stories live. Discover now