Fuga de carro

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– Você está bem? - Dylan perguntou me abraçando.

– Eu não sei. - Respondi trêmula, ainda em estado de choque por tudo o que aconteceu.

– Nós precisamos sair daqui antes que ele acorde. - Falou balançando uma tampa de caçamba de lixo na minha frente. – Acho que isso não vai o manter desacordado por muito tempo.

     Eu apenas balanço a cabeça positivamente, mas quando tento dar um passo, percebo que não consigo andar, o desespero tinha sido tanto que me paralisou. Provavelmente, eu seria a primeira a morrer em um filme de terror, o pior é que minha vida se transformou em um.

– Eu não consigo andar. - Falo ficando em pânico, pois vejo o homem começando a dar sinais que vai acordar.

– Eu não vou deixar nada acontecer com você, está me ouvindo? - Perguntou pegando meu rosto com as duas mãos, me obrigando a olhar seus olhos azuis intensos que naquele momento demonstravam preocupação. – Eu vou te proteger desse cara ou qualquer outra coisa, eu sou capaz de morrer para salvar você.

– Eu não quero que você se sacrifique...- Sou interrompida pelos os gemidos de dor do homem caído no chão, agora ele está mesmo acordando.

– O que vou fazer? Ainda não consigo andar.

– Vem aqui. - Dylan falou me pegando no colo, começando a sair correndo comigo em seus braços, ele agia como se eu não pesasse nada.

    Olho por cima do ombro dele, vendo o cara se levantar, ele pegou a faca e começou a andar na nossa direção.

– Ele está vindo atrás de nós. - Digo em pânico.

– Nós estamos perto do meu carro, só falta mais alguns passos. - Disse aumentando a velocidade da corrida.

    Assim que paramos em frente ao veículo, ele me colocou no banco da frente do passageiro, enquanto deu a volta entrando no banco do motorista. Olho para fora do carro, vendo que o cara percebeu que estávamos dentro do carro e acelerou seus passos.

– Vamos embora agora, Dylan, ele está correndo na nossa direção. - Falo desesperada, começando a chorar pelo nervosismo, por medo, pelo pânico que só intensificava a cada segundo.

   Ele girou a chave, mas o carro não ligava, enquanto isso o homem estava cada vez mais próximo do carro, agora só faltava mais alguns passos e ele chegaria na porta do carro.

– Liga isso logo Dylan, temos que sair daqui agora. - Eu falo tremendo de nervoso.

– Eu estou tentando, mas se o carro não pegar, eu vou lutar com ele e você corre para bem longe...

– Eu não vou deixar você de isca e ir embora.

– Nós não vamos ter outra solução...Eu promete te proteger, não me importo de morrer se for para salvar você, eu te amo tanto que não aguentaria viver sem você definitivamente. Sei que não estamos juntos agora, mas eu não vou desistir de você, pois não podemos desistir do grande amor das nossas vidas.

    Eu fiquei em silêncio, a declaração me deixou sem palavras, mas ainda estou muito chateada pela traição dele e também agora não é hora para isso tem um maníaco segurando uma faca agora a poucos passos da porta do carro.

– Esse carro tem que pegar, pois também não vou deixar você morrer. - Falo decidida.

  Ele deu um sorriso sem mostrar os dentes, mas acabou concordando com a cabeça. Ele girou a chave de novo, dessa vez o carro ligou, o assassino estava prestes a colocar a mão no vidro da porta do carro, quando Dylan pisou no acelerador. Olho para trás vendo o homem parado olhando para nós, até que Dylan virou uma esquina fazendo o cara desaparecer por completo.

    Nós ficamos em silêncio, até que ele estacionou em frente ao meu apartamento.

– Chegamos. - Falou me olhando mais preocupado que antes. – Eu vou subir com você, não vou deixar você sozinha depois de tudo o que aconteceu.

    Eu não queria que ele se aproximasse de mim, mas depois daquele psicopata quase ter me matado, ele me salvou, se não fosse Dylan...eu teria morrido. Eu também não queria ficar sozinha naquela noite, tudo o que passei foi traumático demais, eu estou esgotada emocionalmente e fisicamente.

– Tudo bem. - Falo o fazendo sorrir largamente. – Mas você vai dormir no sofá.

– Claro. - Disse gentil, mas percebi seu sorriso se desfazendo aos poucos. – O sofá já está ótimo para mim, o importante é manter você segura.

   Apenas assentir com a cabeça concordando. Nós descemos do carro, entramos no prédio, entrando na recepção, vimos o porteiro Sr. Thompson, ele nos olhou sorrindo largamente.

– Boa noite Srta. Miller e Sr. Turner.

– Boa noite. - Respondemos em uníssono.

– Por favor, não deixe ninguém subir sem minha autorização. - Digo o fazendo franzir a testa confuso.

– Pode deixar comigo, a senhorita vai ser sempre avisada, até com os seus conhecidos. - Disse olhando para Dylan.

– Obrigada, Sr. Thompson. - Falo entrando no elevador, que Dylan aproveitou o tempo para chamar.

    Assim que adentramos no apartamento, ele começou a fazer várias perguntas de uma vez.

– Quem era aquele cara? Por que ele estava perseguindo você? Qual o motivo dele querer te matar? Eu quase tive um infarto vendo ele segurar uma faca no seu pescoço.

– Eu não o conheço. - Digo fazendo ele me olhar incrédulo. – O motivo dele querer me matar é porque vi ele assassinando uma mulher, provavelmente, não queria deixar vestígios, eu sou uma testemunha do assassinato dele e nenhum assassino gosta disso. Ele quis me matar porque eu estava no lugar errado e na hora errada.

– Temos que ir na polícia...

– Que policial iria acreditar em mim, Dylan? - Falo o interrompendo, o deixando confuso. – Eu andei bebendo, estou um pouco bêbada. - Mas nesse momento depois de tanta adrenalina, eu já estou sóbria há bastante tempo. – Eu não vi o rosto dele, estava escuro, ele estava usando uma máscara, um casaco com capuz, não tenho muita descrição para dar aos policiais poderia ser qualquer pessoa.

– Ele pode vim atrás de você, se é uma testemunha não vai deixar você em paz.

– Esse é meu maior medo. - Respondo começando a chorar. – Como você sabia onde eu estava?

– Eu coloquei um rastreador no seu celular para saber onde você estar.

– Como é que é? - Pergunto incrédula.

– Sinto muito. - Respondeu culpado. – Você não respondia minhas mensagens, não atendia minhas ligações, eu vim aqui antes e Sr. Thompson falou que você tinha saído. Eu fiquei com mal pressentimento, então resolvi te rastrear e ir até você.

– Acho que devo te agradecer já que isso salvou minha vida. Mas é compreensível que eu não tenha entrado em contato com você, eu flagrei você me traindo Dylan, isso é imperdoável para mim.

– Eu não te trair. - Ele falou com tanta sinceridade que por um momento eu quase acreditei. – Eu vou te provar minha inocência e eu não vou desistir de você.

( Oie. Como prometido capítulo novo 🥰 Eu tenho uma pergunta. Vocês acham que o Dylan está falando a verdade ou mentindo? Quero saber a opinião de vocês deixem nos comentários. Muito obrigada por ter lido ❤️ vocês são incríveis.)

Na hora erradaOnde histórias criam vida. Descubra agora