Arrependimento

240 31 5
                                    

Dean sentia que naquele momento estava sendo movido pela raiva, sua respiração estava pesada, seus olhos tremendo, olhava para o anjo com sangue nos olhos.

_____ Olá Sam.... Dean! -cumprimentou o anjo, e Dean não pode deixar de notar que ao contrário de todas as outras vezes o anjo falara o seu nome depois.

______ Olá? É sério? Você sumiu, e disse que passaria uma temporada no céu, mas pelo visto arrumou algo melhor para fazer, né "querido". -falou o caçador com sarcasmo e raiva.

______ Dean, fica calmo. Oi Castiel, fico feliz em ver que você está bem. Está investigando o caso também? -indagou Sam.

______ Na verdade não, eu estava com um... amigo e ele é médico e perito criminal, e ligaram para ele, e ele me chamou pra vir junto. -falou o anjo um tanto quanto sem graça, principalmente por perceber a raiva que exalava do caçador mais velho.

_____ AMIGO? E o que você fazia com um "amigo" -disse Dean enquanto fazia aspas com os dedos ____ a essas horas da manhã?

______Eu...eu não te devo satisfação. -O anjo falou já com irritação.

______ Vamos parar com isso, e fazer o nosso trabalho. -Falou Sam enquanto pegava Dean pelo braço e o tirava da frente do anjo que o olhava com um olhar mortal.

Os irmãos se apresentaram como agentes do FBI e entraram na cena do crime. Ao adentrar Dean vê Alexander examinando o local, e sente mais uma vez o ódio dominar o seu ser.

_____ Olá, vocês devem ser os agentes do FBI. Prazer eu sou Alexander, estou a disposição para ajudá-los no que precisarem. -disse o médico com boa vontade.

Dean apenas o encarava de cima a baixo com um olhar que intimidaria qualquer um.

______ Obrigada, agradecemos a sua colaboração. O que temos aqui? -falou Sam.

______ Então, essa é a segunda vítima que encontramos sem coração... estão trabalhando com a possibilidade de ser um serial killer.

Dean não conseguia pensar no trabalho, não conseguia focar em nada, estava absorto na raiva que sentia, sua vontade era de arrancar o coração de Alexander como o corpo sem vida que estava na sala da casa.

______ Vocês precisam de mais alguma coisa? Eu já terminei aqui. Tem...tem alguém lá fora me esperando e nem tomamos café da manhã ainda, quando me ligaram estávamos dormindo. -falou o médico sem saber o impacto que aquelas palavras teriam em Dean.

Nesse instante o caçador mais velho sentiu mais raiva do que já imaginou ser possível sentir, era como se cada célula do seu corpo estivesse em um estado de fúria incontrolável.
Como assim Castiel dormira com alguém? Ele sabia que o anjo não dormia, mas havia passado a noite com alguém. Enquanto ele sofria com a falta de Cass o mesmo estava, estava.... aquele ser tão inocente estava... os pensamentos do caçador se tornaram confusos, a raiva o cegava, começou a sentir que lhe faltava o ar, sua visão ficou turva.

Sam ao perceber o que acontecia com o irmão só teve tempo de segurá-lo.
Alexander ajudou a levar Dean para fora pois não podia prestar os primeiros socorros para ele dentro da cena do crime.
Ao saírem Castiel viu o caçador sendo carregado e correu ao encontro deles.

_____ O que aconteceu? -falou o anjo tentando não estragar o disfarce dos Winchesters.

______ Ele desmaiou. -falou Sam.

_____ Acho que já não estava bem desde quando entrou lá dentro, não pude de deixar de notar...o seu comportamento.- falou o médico preocupado.

______ Ele bebeu um pouco ontem, e hoje não comeu nada, deve ser isso. -Sam sabia que não era bem a verdade, afinal, o irmão havia bebido muito todos os dias, não apenas ontem, e mal estava comendo.

Quando Dean começou a recobrar a consciência viu o anjo parado ao seu lado, e murmurou o seu nome. O médico não pode deixar de ouvir e olhou diretamente para Castiel.

______ É...é ele o amigo que você mencionou? -questionou sussurrando para o anjo.

Castiel apenas assentiu e baixou o olhar de forma preocupada, porém Alexander pode notar a tristeza por trás daquela preocupação. E de forma involuntária segurou a mão do anjo.

______ Eu...eu estou aqui. -sussurrou novamente.

Demorou um pouco até Dean recobrar a consciência por completo e se levantar.

______ Olha, nós estamos indo comer algo em uma lanchonete aqui perto. Sintam-se convidados. -Alexander falou.

______ Acho que seria bom, o meu parceiro aqui precisa comer mesmo. -falou Sam com preocupação.

______ Não, não preciso. Eu estou ótimo -rispidamente falou Dean.

______ PRECISA SIM. -Castiel falou mais alto que pretendia.

Castiel sentia uma preocupação enorme por seu protegido, a ligação que eles tinham era indescritível, os sentimentos que ele tinha por Dean eram sem dúvidas colossal, a sua vontade era de abraçar o caçador, cuidar dele... mas, não podia, jamais poderia.

O caçador mais velho se deu por vencido, porém, duvidava que conseguiria comer algo vendo o anjo com aquele homem em sua frente, e se questionava até quando iria suportar sem socar a cara dele.

Ao chegarem na lanchonete Sam pediu logo um café forte e sem açúcar para o irmão, que ao tomá-lo pensou: "com certeza estou sentindo o gosto amargo do arrependimento".

Dean se sentia profundamente arrependido, havia perdido o anjo, o seu anjo, havia jogado a sua felicidade no lixo, e agora era tarde para consertar as coisas.
Ele observava o jeito de Alexander com o anjo, os olhares, o carinho, e via que o médico não sentia vergonha, muito pelo contrário...
E Dean mais uma vez sentia raiva, mas de si mesmo.
Castiel merecia o mundo, Castiel merecia mais do que ele pode oferecer, o anjo havia deixado tudo por ele, lutado por ele, e até mesmo morrido por ele, e ele foi incapaz de dar aquilo que ele merecia, não por não sentir, mas por medo.

______ Burro, eu sou um burro! -falou o caçador enquanto batia com as duas mãos na mesa, surpreendendo os que ali estavam sentados e os demais da lanchonete.
Quando percebeu o que havia feito levantou da mesa e saiu para o banheiro.

Castiel arregalou os olhos com a atitude de Dean, e o acompanhou com o olhar até o banheiro.

______ Pode ir, eu... eu entendo. Vai lá falar com ele. -disse o médico.

Castiel assentiu com a cabeça e levantou-se, sentia um grande nervosismo se apoderar de si, afinal, conversar com o Winchester mais velho não era fácil, não dava para prever o que viria a seguir.

Olá, Destiellovers!
Segue mais um capítulo...curtinho.

Aguardem os próximos.

Beijos.

Livres para amar - Destiel.Where stories live. Discover now