Capítulo 03 - Imaginação

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Quando abro a porta da frente, me deparo com um homem mais alto e mais forte que eu. Ele não parece ter a mesma idade que Luisa, mas tampouco parece muito velho — se fosse chutar, diria que tem uns vinte de três. Seu cabelo preto e curto penteado para cima contrasta com a pele branca, e a roupa nova que veste — que não deixo de notar que está bem colada aos músculos — me faz supor que pretende levar a garota com quem moro para algum lugar especial.

— Ah, desculpa... sou Davi — estendo a mão e reparo que ele hesita ao apertá-la, apenas a encarando — você deve ser Lucas... namorado de Luisa?

Ele enfim aperta minha mão e noto que está um pouco inseguro, pois além de não apertar tão firme — como eu imaginei que fosse fazer — ele busca olhar para qualquer lugar que não fosse meu rosto.

A verdade é que me sinto ainda mais nervoso que ele, afinal, apenas por olhá-lo poderia arriscar dizer que é uma boa pessoa. Não sei se entendo bem o que significa para minha nova amiga o que aconteceu entre nós para com o relacionamento dos dois, então acho que o melhor para mim é tentar não me meter mais. De todo modo, tento não transparecer muito o turbilhão de pensamentos nesse momento.

— É... — o rapaz engoliu em seco ao conseguir erguer a cabeça — a Luisa está?

— Tá tomando banho — fiz sinal para que entrasse e fechei a porta quando passou por mim — acho que deve sair logo.

Como Luisa chegou ao apartamento bem antes de mim — vi seu anúncio de que tinha um quarto vago quase um mês atrás e ela já havia se mudado antes disso —, eu não fazia ideia de quantas vezes esse cara já tinha vindo ao apartamento. Ainda assim, ele permanece de pé no meio da sala até que eu diga para que se sente.

— Eu vou... — quando falo, seus olhos pareciam se perder em mim, confusos, então logo ele volta a encarar o chão — vou precisar sair, então... — aponto na direção do corredor — se precisar de alguma coisa... fica à vontade.

— Tranquilo — ele é extremamente bonito, mesmo parecendo tão tímido quanto eu já fui em toda a vida — obrigado.

Sua voz era bem grave, e isso pareceu me agradar, mas estava soando tão baixa que fazia meu pensamento querer acreditar em possibilidades que deveriam ser descartadas imediatamente — possibilidades que faziam minha pele arrepiar e meu pau começar a querer dar sinal de vida.

Fui direto para o quarto e me sentei na cama. Mesmo que Lucas parecesse um garoto legal, ele é bastante forte e isso me preocupa, de certo modo, em não querer ser motivo de briga entre ele e Luisa — isso poderia acabar sobrando fisicamente para mim. Além disso, precisamos manter um relacionamento — de amizade, que fique claro — agradável pois vamos dividir o apartamento por bastante tempo e ser motivo de um término não parece muito adequado.

Não vi quando a garota saiu do banho e muito menos qual a reação de seu namorado quando a encontrou. Eu também entrei no banheiro para tomar um banho e tentar afastar a imagem não só de Luisa da minha cabeça, mas do próprio Lucas que parecia estar tentando fazer presença constante a cada vez que eu me distraía.

Opto pela água fria — como tinha costume no interior — para que pensamentos impróprios com o namorado de minha — quase — amiga sumam da cabeça. Sempre soube que também tinha atração por garotos, mas como nunca fui muito além com garotas, pois era tímido demais para isso, não tinha sequer experimentado o beijo de um.

Ainda assim, as imagens criadas por minha cabeça de Lucas me aquecem mesmo com a água gelada tocando minha pele. As gotas parecem queimar cada parte de meu corpo e cada canto da pele que minhas mãos resvalam faz com que meu membro levante um pouco mais.

Não consigo me deter por muito tempo. Mesmo tendo gozado a pouco tempo, meu corpo queima e eu me permito fechar os olhos e deixar a imaginação fluir.

Lucas me abraça por trás, no chuveiro, e eu consigo sentir suas as mãos fortes passearem por todo meu corpo. Seu toque aquece meu peito e meu abdômen enquanto percorre lentamente por cada centímetro cada vez mais para baixo. Logo levo minha mão ao meu pau e imagino — e posso sentir — seus lábios em meu pescoço, seu pau tão grande quanto o meu roçando em minha bunda no momento em que curvo minhas costas, erguendo a cabeça, podendo sentir o músculo duro em mim.

O ritmo dos movimentos de minha mão aumentam e eu estou perto do clímax. Me lembro de seu rosto, tímido ao me olhar de cima a baixo de forma rápida, e isso instiga ainda mais o meu tesão. Quero ver o seu rosto com tanto tesão quanto o que sinto, quero tocá-lo como estou fazendo agora e quero beijar sua boca, porra, quero sentir sua língua na minha.

Mas tudo o que sinto é meu pau pulsar desenfreadamente e jorrar jatos grossos na parede do banheiro.

Minhas pernas falham. Escoro minha cabeça em meu braço, dobrado na parede à minha frente. Deixo a água cair em minhas costas. Minha respiração está ofegante. Minha mão ainda está melada, mas eu não me importo de levá-la mais uma vez ao meu peito e passá-la ali.

— Caralho... — sussurro para mim mesmo, ofegante — isso vai ser complicado.

A Liberdade de Davi (Romance Erótico)Where stories live. Discover now