Capítulo 09 - Banheiro

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Quando voltei a me levantar, mais tarde, havia uma mensagem de Luisa, a qual me avisava para não esperar por ela para ir à faculdade, pois iria almoçar na casa do namorado - e da avó - e ficaria o dia inteiro por lá. Assim, ele a levaria de carro antes de ir trabalhar.

Além disso, ela me passou o endereço de onde a academia fica, o que me faz pensar que Lucas estava mesmo sendo legal comigo, ao ponto de se preocupar em me deixar o endereço antes mesmo que eu pedisse. Ou talvez minha amiga tivesse sugerido isso para ele e só por isso ele agiu dessa forma, mas algo me diz que não, ele realmente pensou nisso. De todo modo, eu precisava de emprego e essa era uma boa oportunidade.

Ao chegar no lugar é impossível não comparar com a academia que eu frequentava em minha cidade. Esta é enorme, o que me faz pensar que mesmo que o horário de Lucas coincida com o meu possível horário, nós pouco nos esbarraríamos diretamente aqui. Na fachada, há um vidro transparente que vai praticamente do chão ao teto, onde a parte que não é desse material exibe um letreiro simples - em preto - com o nome da Ludri Gym.

- Com licença - passo pela porta também de vidro e me dirijo à mulher sentada na recepção - tô procurando pela Adriana.

Atrás de mim, na recepção, tem pelo menos uma dúzia de esteiras, bicicletas ergométricas e outra máquina que não conheço. Também há algumas pessoas usando essas e outras máquinas espalhadas pelo local e, pelo que posso ver, esse horário não parece ter tanta gente quando achei que teria. Isso me deixa um pouco nervoso, porque talvez eles não precisem tanto assim de alguém para trabalhar aqui.

- Sou eu mesma - ela abre um sorriso, seus dentes brancos iluminam ainda mais o azul de seu cabelo - mas por favor, me chame de Drica - ela se levanta e, ainda sorrindo, aperta minha mão - pelo envelope na sua mão, vou chutar que você seja o Davi.

Quando ficou de pé, notei que Adriana - Drica - não segue muito o modelo padrão de academia: magra, cabelos comuns e com músculos aparecendo. Ela além de gorda, com cabelos coloridos de azul e um piercing na sobrancelha - ela é mesmo bonita -, não parece ser velha como suspeitei.

- Lucas me avisou que passaria aqui, vem, entra - ela deu a volta no balcão e liberou a passagem pela portinha ao lado da catraca giratória para que eu entrasse - gostou?

- Do lugar? - sua pergunta no momento em que eu a encarava me deixa corado, mas tento ser racional aqui, é óbvio que se trata do lugar - Sim, vocês parecem bem preparados, tem todo tipo de máquina aqui...

- Veio do interior?

- É - não seguro a risada quando ela faz parecer muito óbvio que não sou da cidade - frequentei a academia de minha cidade, mas ela não chega nem perto disso.

- Ah, mas não ache que todas por aqui são tão grandes e boas como a nossa - ela ergue o queixo e coloca as mãos na cintura, orgulhosa - nós optamos por gastar mais que o normal para trazer segurança e conforto para o lugar... sabe como é, ter um diferencial é importante.

- Sei sim - sorrio com a forma que Drica admira as pessoas se exercitando - hum, aqui - eu entreguei o envelope com o currículo extremamente virgem.

- Ah, claro - ela então indicou para que eu sentasse em uma cadeira ao lado da sua, é como um lugar para espera, e folheou meu currículo - nossa você é bem novo - ela riu, e eu me peguei admirando a cor de seu cabelo - Aqui não diz que você tem experiência com isso - sua fala me faz tremer - mas seu porte físico diz outra coisa. A quanto tempo você treina?

- Acho que... - penso um pouco, me lembrando dos motivos que me fizeram começar - desde os quatorze, quando comecei no ensino médio.

Uma turma de jovens - garotos e garotas de provavelmente entre dezessete e vinte anos - entra e cumprimenta Drica ao passarem pela catraca. Ela os recebe com um sorriso no rosto e, ao ver que eles retribuem, me pego sorrindo também. Parecem ter uma boa relação com ela.

A Liberdade de Davi (Romance Erótico)Where stories live. Discover now