Capítulo 17 - Luisa - Borboletas

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Esse é o primeiro capítulo que vou tratar como um capítulo normal, mas ao mesmo tempo como um tipo de Bônus dentro da história.

Onde  Luisa está animada, eufórica, mas também um pouco nervosa com o que precisa fazer com seus sentimentos...

Espero que curta a ideia e aproveite a leitura! 😁

Eu estava nervosa, como não estaria? Afinal eu tinha uma pequena confusão de sentimentos e emoções se debatendo dentro de mim depois que beijei aquela garota

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Eu estava nervosa, como não estaria? Afinal eu tinha uma pequena confusão de sentimentos e emoções se debatendo dentro de mim depois que beijei aquela garota.

Claro que eu tinha acabado de sair de um relacionamento em que o meu ex havia dito que não gostava de mim — ele disse que gostava muito, e que por isso estava terminando, mas dá no mesmo, certo?

De todo modo, não consegui tirar o sorriso do rosto, não quando Carol disse estar em casa e garantiu que estava tudo bem se eu fosse lá. Não falei para ela o que eu queria pelo celular, estava me sentindo corajosa acima de tudo, mas não era para tanto. Eu queria vê-la primeiro, decifrar o que seu olhar diria ao me ver.

Talvez ela não sinta o mesmo que eu, talvez aquele beijo tenha sido só uma brincadeira idiota de três garotas bêbadas que precisavam se divertir enquanto os garotos fumavam ou seja lá o que mais eles faziam.

Mas eu não podia dizer ao meu melhor amigo para se permitir sentir "coisas" e simplesmente ignorar que tenho borboletas no estômago sempre que me lembro do quanto bêbadamente gostoso o beijo que demos foi e o que me causa conversar com ela em todos os dias depois que aconteceu.

Geeber é quem atende a porta quando chego à casa deles — para variar, sem camisa. Ele sorri para mim e abre espaço para que eu passe.

— Minha irmã está no quarto, ela disse que você viria — havia um sorriso sacana em seu rosto — nada de porta fechada, não vou criar filho de ninguém.

— Idiota — o deixei para trás e subi até o quarto da garota. O que ele está pensando?

Carol está de frente ao espelho do guarda-roupa, vestindo uma blusa branca básica e um short fino, folgado, enquanto penteia os cabelos. Ela vê meu reflexo no espelho e eu não consigo evitar ficar mais nervosa quando ela sorri.

É engraçado pensar nisso agora, mas eu a acho linda. Não só por causa do seu sorriso, mas principalmente por ele. O loiro de seu cabelo, as curvas do seu corpo, suas bochechas brancas com sardas, que deixam à mostra aquelas covinhas e me fazem querer sempre tocar seu rosto... Espero mesmo poder fazer isso agora.

— Oi — ela estava acabando com os cabelos e parece ter estranhado o fato de eu ter ficado parada à entrada — o que deu em você?

— O quê? — tentei disfarçar, me dirigindo rápido demais à cama e sentando.

— Está estranha, Lu.

Eu me arrepiei com a forma que me chamou e não demorei a sentir as lágrimas se acumulando em meus olhos. É estranho me sentir assim, não é como se eu fosse morrer caso ela não correspondesse ao que sinto, mas é algo parecido.

— Eu queria te dizer uma coisa... — hesitei, vendo ela se aproximar e sentar ao meu lado.

Isso me pegou de surpresa, afinal a proximidade estava me deixando um pouco mais nervosa. Ainda assim, conseguia pensar no quanto seria mais prático para beijá-la quando me correspondesse, afinal eu não precisaria ficar de pé para isso — apostava que não conseguiria.

— Pode falar — ela tocou minha mão, sobre a minha perna — é sobre o Lucas?

— Não — sacudi a cabeça — o Lucas sumiu desde que terminou comigo, você sabe disso.

— Claro, mas nunca se sabe — ela sorriu, sem graça — aconteceu alguma coisa?

— Me desculpa se vou parecer insensível — levantei meu olhar e encontrei com o seu — mas preciso falar isso de uma vez.

Ela acenou, calma, quieta. Pude sentir sua respiração calma encher seu peito devagar e depois esvaziá-lo. Inferno, Carol é mesmo muito linda.

— Talvez você sequer lembre, mas nós nos beijamos naquele dia em que bebemos pra caralho — ela não mudou a expressão e eu não consegui identificar o que queria me dizer, então continuei — ele meio que mexeu um pouco comigo e acabou que ficamos bem mais próximas depois disso e eu não sei se é justo te dizer isso, e agora não me importo, mas eu estou gostando de você e queria muito te beijar de novo.

Minha respiração está acelerada, sei disso, mas não consigo tirar os olhos do rosto dela. Como também não consigo saber o que está pensando ao me encarar desta forma. Ela sequer se move, pelo menos não de imediato.

— E claro que só eu me sinto assim — suspiro alto — eu sou uma idiota, desculpa, eu vou...

Fiz menção a me levantar, mas ela segurou meu braço e me fez continuar sentada. Quando voltei a encará-la, um sorriso escapou de seu rosto, depois uma risada alta, descontrolada. Ela riu pelo que pareceram minutos e isso ao mesmo tempo que me deixou nervosa, também me divertiu, me fez rir, me fez relaxar.

— Você seria mesmo idiota se achasse que eu não queria te beijar de novo, Luisa.

Então ela agarrou meu pescoço e colou sua boca na minha. Foi intenso, quente, molhado, ao mesmo tempo calmo, com encaixe perfeito e extremamente gostoso. Caralho, nunca senti algo parecido em um beijo.

— Uau — suspirei, com sua boca bem próxima da minha, me voltei aos seus olhos e eles brilhavam, assim como o branco se sua pele — isso foi ótimo.

— E você não faz a mínima ideia do quanto pode melhorar — ela lambeu os lábios, encarando os meus.

Carol voltou a me beijar, com sua mão encaixando na raiz de meu cabelo por trás. Eu toquei sua pele, por baixo da blusa, e a senti tremer. Ela gemeu quando mordi seu lábio inferior e gemeu mais ainda quando passei a beijar seu pescoço.

Quando nos separamos, mesmo que nenhuma de nós realmente quisesse fazer isso, ela ligou sua TV e colocou qualquer coisa para passar, mas eu não me importei tanto, afinal não queria assistir seja lá o que fosse.

Estava satisfeita por ao menos ter tomado coragem e, principalmente por ela ter me correspondido. Então me deixei curtir o calor que a presença dela ao meu lado me transmitia.

— A Aninha vai enlouquecer quando souber que o plano dela deu certo — eu a encarei, sem entender, e quando ela reparou, voltou a falar — o quê? Você achou mesmo que tinha sido uma brincadeira idiota? Aquela garota não brinca em serviço... quando eu disse que te achava bonita e que, talvez, tivesse um crush em você, ela não pensou duas vezes e garantiu que ia juntar nós duas.

— Eu amo aquela garota — só pude rir, pega de surpresa e me divertindo com o que ouvira — puta merda, preciso avisar ao Davi que estou bem, saí de casa às pressas e sequer deixei recado.

— Vou fazer pipoca... e falar para o meu irmão que consegui te beijar de novo, volto logo.

Ela sacudiu os cabelos, orgulhosa, e isso arrancou mais um sorriso bobo de mim. De uma forma estranha, eu descobri que nunca havia me apaixonado de verdade. Claro que eu gostava do meu namorado, mas tenho certeza de que não era a mesma coisa. O que sinto por Carol é forte, me faz sentir um frio na barriga, me faz querer mais a cada vez que nossas bocas se separam — e sim, eu sei disso a muito, muito pouco tempo, mas não dou a mínima. Eu estou apaixonada por essa garota.

A Liberdade de Davi (Romance Erótico)Where stories live. Discover now