XXIV

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A noite já havia caído a algum tempo, eu não queria prejudicar ninguém, mais eu fui tão prejudicada aqui

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A noite já havia caído a algum tempo, eu não queria prejudicar ninguém, mais eu fui tão prejudicada aqui...

Agora preciso pensar no meu bebê, pensar em mim e escapar daqui.
Coloquei o único par de moletom que havia em meu closet, em uma bolsa coloquei todas as joias que havia no closest e o dinheiro, não é o suficiente pra viver uma vida inteira, mais dará pra recomeçar longe, sem procurar minha mãe e o meu pai, mais principalmente pra fugir do Engjeel.

A única maneira que encontrei pra escapar foi os obrigar a abrir os portões, e essa é a minha única opção.

Não senti nenhum remorço quando acendi o isqueiro na cama, aquela maldita cama...

Colocar fogo apenas no quarto não iria os fazer precisar chamar os bombeiros, precisava de um fogo maior. Fechei a porta do quarto e caminhei até a biblioteca, lá será mais rápido.

Apenas um livro, um frasco de acetona e um isqueiro provocaram um fogo desse dimensão.
Escondida no jardim vi os seguranças correndo tentando apagar o fogo, o grito das empregadas domésticas saindo em meio ao fogo e então a chegada dos bombeiros.

— A senhora Jakov está lá dentro, vão vão—
O chefe de segurança gritava histérico, nem eu achei que o fogo seria dessa dimensão.

O portão já estava aberto,  eu só precisava caminhar sem chamar atenção até ele e então serei livre.
Foi o que eu fiz, todos estavam ocupados demais tentando respirar, tentando apagar o fogo... eu sai correndo até o portão aberto, aberto pra mim, aberto pra uma nova vida longe da obsessão dó Engjeel.

Após andar por quase 30 minutos olhei pra trás e contemplei minha prisão dourada ardendo iluminado o céu escuro.

— Adeus—
Meu primeiro passo quando vi a civilização foi entrar em uma loja e comprar uma mala, eu precisava parecer uma pessoa que está realmente viajando e não fugindo.

Comprei roupas baratas que jamais usaria em outros tempos, comprei uma pequena mala e itens de higiene.

— Para a rodoviária por favor—
Não eu não estou arrependida de ter fugido, a adrenalina ainda está em meu sangue e eu me aproveitarei dela.

Devido à falta de documentos não poderei ir de avião, então viajarei de autocarro, logo eu que tinha um jatinho a minha disposição... Minha liberdade vale mais...

Quando tracei meu plano de fuga em nenhum momento pensei em onde eu iria depois que saísse da Albânia, olhando para o telão da rodoviária me assustei com as inúmeras opções, Reino Unido seria óbvio demais devido o idioma.

— Você gosta de Marselha filho?—
Sussurrei passando a mão em minha pequena barriga. — Que tal Oslo? Gosto de como soa e você? Vamos aprender um novo idioma e construir uma vida, apenas nós os dois, pra sempre...—
Meu autocarro saíra em 01 hora, tinha tempo pra comprar um celular e um número novo, não entrarei em contacto com ninguém da minha antiga vida, mais preciso me manter atualizada sobre o incêndio.

Num ato insano comprei um pacote de tinta de farmácia e dentro da estação de autocarro pintei meus cabelos loiros pra preto, ficou horrível, mais eu preciso manter uma nova identidade.

Tremendo passei pela polícia e pelos cães farejadores e entrei sem complicações no autocarro, segurei minha bolsa com todo minha força e me sentei em meu lugar, ainda bem que comprei poltronas duplas.

Segurava delicadamente minha barriga, onde um pequeno bebê está se formando . O movimento suave do autocarro era quase hipnótico, embalando meu  corpo cansado após a adrenalina me abandonar, estou mesmo fugindo da sombra sufocante de Engjeel e da Albânia. A estrada estendia-se à minha  frente como um caminho incerto, mas eu não podia permitir que o medo me dominasse.

Meus  dedos traçavam círculos suaves sobre o ventre, como se quisesse acalmar não apenas o bebê dentro de mim, mas também a minha própria alma.

Eu pela janela embaçada, vendo as paisagens se transformarem enquanto o autocarro avançava. Cada quilômetro que deixava para trás era uma vitória contada  contra o passado, eu consegui me libertar.

O autocarro, com seus murmúrios constantes de motor e passageiros sussurrando em línguas desconhecidas, tornou-se um refúgio temporário, mesmo assim eu não dormi por nenhum segundo sequer até passar das fronteiras da Albânia.

Cada respiração pesada, quase sufocante era uma prova de  minha coragem, uma rejeição silenciosa do destino que Engjeel tentara impor sobre mim e o bebê que carrego, ele não tem culpa do homem maldito que é seu progenitor.

À medida que o autocarro seguia seu curso, comecei  a sonhar acordada. Sonhava com um lar onde as paredes não sussurrassem de medo, onde o amor não fosse sinônimo de dor...

Eu sonhava com um lugar onde meu filho pudesse crescer sem a sombra do passado, onde pudesse sorrir livremente, sem reservas, sem deboche.

Eu não sai o que o futuro reserva, mas sabia que tinha tomado a decisão certa, estou  determinada a criar um novo começo para mim mesma e para o filho.

No calor do autocarro, com os murmúrios suaves da viagem como uma canção de ninar, fechei  os olhos por um momento e me permiti rir, rir de verdade como se minha alma necessitasse muito, como se só aquela gargalhada fosse me fazer me sentir livre de verdade.

Visualizei um amanhã melhor, onde a liberdade não era apenas uma palavra, mas uma realidade tangível. E com cada batida do coração, prometi a meu filho que faria tudo ao meu alcance para dar-lhe tudo aquilo que a obsessão de um homem perverso tirou de mim.

— Temos um caminho difícil pela frete meu filho, mais não impossível! Nada será impossível pra nós, eu prometo—
Olhei mais uma vez pela janela admirando as deslumbrantes paisagens ao redor e me permiti fechar meus olhos por instantes e não ter medo de permanecer assim...

— Temos um caminho difícil pela frete meu filho, mais não impossível! Nada será impossível pra nós, eu prometo—Olhei mais uma vez pela janela admirando as deslumbrantes paisagens ao redor e me permiti fechar meus olhos por instantes e não ter medo...

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