Capítulo XVII - Em Seus Olhos

911 80 13
                                    

Visenya ficou paralisada, se um dia já sentira medo como estava sentindo naquele momento, ela não se lembrava.

O dragão a encarava enquanto lufadas de vapor saiam de sua boca, os olhos verdes do animal era como duas esmeraldas a encarando, Visenya se sentia pequena, indefesa e insignificante perante ele.

Aproveitando a distração do dragão maior, Naeraxes saiu de seu esconderijo em um salto, e rápida como era se colocou a frente de sua montadora. Era admirável, a pequena dragão apesar de estar ferida, e até a pouco tempo assustada, se colocou diante do próprio Cannibal para defender Visenya.

A dragão chiou sacudindo as asas para Cannibal, esse que chiou em resposta, apesar de seu chiado parecer mais um rugido. De onde estava, Visenya podia ver as costas de sua dragão, um corte provavelmente feito pelas garras do dragão negro sangrava, descendo até pouco abaixo de sua asa direta.

Visenya sabia que não podia ficar ali, iria morrer com toda certeza, mas se recusava a deixar Naeraxes para trás. Mesmo se a dragão tivesse tamanho o suficiente para ser montada, nada adiantaria, se Naeraxes tentasse voar nesse momento, era certeza que Cannibal as abocanharia, devido da altura e tamanho de sua boca.

Por um momento Visenya pensou que aquela não seria uma maneira ruim de morrer, preferiria morrer pelas chamas de um dragão selvagem a ter uma morte miserável. Mas por Naeraxes ela tentou fazer o que podia, pelo menos salvaria sua dragão.

"Se afaste Naeraxas... Sai daqui, voe rápido!".

Ao dar as ordens em Valiriano, sua dragão virou a cabeça em sua direção, parecia não entender porquê a menina pedia para que fugisse.

"Por favor Naeraxes, me obedeça é uma ordem, voe!!".

Cannibal que estava atento as ações das mesmas, pareceu se irritar, soltou um rugido estridente, fazendo Visenya tapar os ouvidos e Naeraxes se encolher.

Sua boca se abriu, e Visenya pode ver sua garganta se encher em chamas esverdeadas, a única coisa que ela teve tempo de fazer foi gritar para Naeraxes voar novamente, mas ao invés disso a dragão fechou suas asas ao redor da menina.

Então as chamas as engoliram, Visenya sentia cada parte de seu corpo ficar quente, mas não sentia dor, nem incomodo algum. Pelo contrário, na verdade a sensação era confortável, como se alguém a abraçasse com carinho. Após as chamas cessarem ela abriu os olhos. Naeraxes por ser um dragão era imune ao fogo, então saiu ilesa do mesmo, já Visenya tinhas suas vestes queimadas, a maior parte delas foi desintegrada pelo fogo, apenas uma camada de tecido branco, de suas vestes de baixo a cobriam, com furos para todos do os lados e ainda queimando em alguns pedaços.

Sua pele estava intacta, sem nem uma queimadura ou machucado, começou a passar as mãos pelo rosto a procura de qualquer ferimento, até chegar em sua cabeça, sim ela ainda tinha cabelo, porém o mesmo fora queimado em várias partes, praticamente todo o comprimento de seus ombros em diante se foram.

O que sobrou de cabelo e tecido na menina fora graças a Naeraxes, que tentou protege-la das chamas.

Ao olhar para cima Visenya pode ver o dragão negro encara-la. Ele parecia curioso, não com raiva como a poucos segundos atrás, ele se abaixou em direção a Visenya, Naeraxes chiou em protesto mas fora totalmente ignorada pela grande fera.

Ao se aproximar o suficiente da garota caída no chão ele a cheirou, Visenya sentiu cada pelo restante em seu corpo se arrepiar, ela não sabia como tinha sobrevivido as chamas do mesmo, nem sabia por qual motivo ele não a atacava como era de se esperar, mas sabia que se ainda estava viva era porquê tinha que permanecer assim.

Feitos de Fogo e  Nascidos Para Queimar Where stories live. Discover now