Capítulo XXXI - Gritos e Sussurros

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Visenya se retirou para seu quarto após a conversa com a mãe, seu coração estava acelerado e ela podia sentir sua mandíbula e maxilar doerem, sem perceber ela estava apertando sua mordida pela tensão de alguns momentos atrás.

Estava tarde e ela estava sozinha em seu quarto, retirou seu vestido e rapidamente colocou uma espécie de camisola preta comprida, com mangas largas que iam até seus pulsos.

Retirou todas as suas jóias, deixando apenas o colar prateado e o anel de Aemond em seu dedo. Foi até uma vasilha de louça em uma de suas penteadeiras e despejou água na mesma. Lavou o rosto lentamente, massageando a região dos olhos que estavam queimando por conta do recente choro.

A água fria ajudava sua pele a desinchar e relaxar, terminou enxugando o rosto em uma toalha ao lado da vasilha. Foi diretamente para sua cama e se aconchegou debaixo das mantas e cobertas.

Deitou com a barriga virada para cima, focou seu olhar no teto enquanto uma de suas mãos repousava sobre seu estômago a outra estava ocupada girando o anel de sua destra.

Ela estava absorta em seus pensamentos, seus olhos verdes brilhavam enquanto encaram o teto vidrados, sem um foco específico.

Além de sua mente estar turbulenta, seu coração não se acalmava, ela estava feliz pela mãe tê-los dado uma chance, emocionada por Aemond ter enfrentado sua família e ter feito um juramento por ela, estava brava com Jaecerys pensando que se não fosse por ele nada daquilo teria acontecido da forma como foi, e preocupada com seu pai... conhecia o príncipe rebelde muito bem, sabia que quando ele não confiava em alguém, nada o faria mudar e idéia. Também tinha medo de tê-lo decepcionado, não queria que o pai sentisse que não podia confiar nela.

Um estralo se fez presente no quarto, fazendo com que a princesa desse um pequeno sobressalto na cama.

Era a lareira acesa, o barulho veio de lá, um dos pedaços de madeira tinha rachado com a temperatura alta do fogo. Visenya virou sua cabeça na direção do som e ficou observando as chamas dançarem.

Se lembrou de quando Naeraxes nasceu, e um instinto desconhecido a fez levantar da cama rapidamente e ir em direção ao fogo. Ela se ajoelhou no tapete em frente a lareira e observou as labaredas subirem.

Lentamente ela esticou a mão sem o anel para o fogo, e pode sentir aquele tão agradável calor que as chamas emanavam . Desde o incidente com o fogo de Cannibal tempos atrás, ela acabou desenvolvendo o hábito de observar o fogo quando estava só, se perguntava porque havia recebido aquele dom.

Seu avô sempre dizia que em Valíria haviam existido magias mais antigas que a própria cidade franca. Magias que não podem ser explicadas, mas que como eram Valirianos, parte desta mesma magia corria em suas veias através de seu sangue... o sangue do dragão.

Ela passava a mão pelas chamas como se estivesse dançando com elas. Fechou os olhou aproveitando o calor aconchegante, quando se ouviu um sussurro... Visenya abriu os olhos rapidamente se assustando, recolheu sua mão do fogo e a segurou contra o peito com a outra mão.

Sua respiração se tornou pesada, ela não poderia estar imaginando poderia? Ela tinha certeza que uma voz saiu das chamas, uma voz suave e baixa... um pequeno sussurro que dizia, "sangue do meu sangue"... o sussurro ecoou cada vez mais baixo até sumir. Cada pelo do corpo de Visenya se arrepiou... mas mesmo ela não entendendo o porquê, não sentiu medo.

 mas mesmo ela não entendendo o porquê, não sentiu medo

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