Renesmee

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CONSEGUI TERMINAR O QUE POSSIVELMENTE SERÁ MINHA ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO EM 2023!!!

Gostaria de pedir desculpas pela demora, mas acreditem, tem um número considerável de coisas me ocorrendo, e felizmente nem todas são ruins, e só estão mexendo com a minha rotina de escrita kkkkkkkk

Devo acrescentar também que possivelmente iniciarei um projeto envolvendo Nárnia após concluir com Equinócio, e será algo com o Caspian...

Ademais, gostaria de agradecer especialmente ao público desta fic, que tem chegado aos poucos, mas me trazendo carinho. Realmente foi uma grata surpresa, e a vocês desejo o melhor para este Natal, e Ano Novo, se esta for realmente a última att do ano ❤

Boa leitura

...

   Já fazia algum tempo que não se aventurava a vir para a reserva, portanto foi difícil não encarar o percurso com uma espécie de nostalgia pesarosa, suas lembranças passadas se mesclando com a confusão que sentia no presente. Seja lá qual surpresa Bella tivesse para lhe mostrar, ela não dera mais nenhum pio desde que entraram no carro.

   Suas roupas estavam encharcadas desde seu peculiar mergulho no rio, mas nem mesmo fizera menção de ligar o aquecedor do carro, coisa que Charlie só fizera por ele próprio estar morrendo de frio. De todo modo, o silêncio na viagem não era exatamente sepulcral, e mesmo que houvesse um leve constrangimento no ar, parecia também haver um estranho alívio nas íris douradas de sua filha, quase como se ela estivesse grata por ele ter lhe forçado a revelar mais de seus segredos.

   — Okay... — ela voltou a falar, enquanto encostavam o carro próximo à reserva. — Eu sei que o senhor está parcialmente inteirado de tudo, mas precisarei pedir que seja gentil com Renesmee. — suplicou, enfim revelando o mistério por trás da viagem.

   — Ela cresceu muito...? — Charlie pigarreou, supondo que aquela fosse a questão, já que a sua neta, então biológica, tinha uma história de crescimento um tanto quanto única. Com um assentir de cabeça da filha, ele teve toda a confirmação de que precisava. — Certo...Posso lidar com isso. — ele meneou a cabeça, tentando guardar suas incertezas para si.

   Tomando a resposta do pai, Bella então destravara as portas, dando deixa para que saíssem do carro e caminhassem pela pequena trilha de terra que os levaria até o conjunto de casas litorâneas ali. Não demorou até que começassem a esbarrar com rostos conhecidos, sendo saudados algumas vezes por aqueles que não tentavam evitar a figura da “Senhora Swan-Cullen”.

   — Faz pouco tempo desde que o pessoal da reserva começou a se entender com os Cullen. — ela tentou explicar, embora pela sua voz estivesse claro que ela não queria lhe explicar os pormenores. Tendo em conta o número de coisas loucas que lhe ocorreram até aquela altura do dia, talvez fosse mesmo melhor guardar o restante para outro dia.

   De qualquer forma, já estavam próximos à residência dos Black quando ele freou os passos, lançando um olhar inquisidor para Bella. Sabia que de todas as famílias ali, aquela era uma das com laços mais próximos com os Swan, mas era meio estranho ver sua filha interagindo com Billy quando ele seguia se sentido traído pelo que descobrira sobre os Quilleutes.

   — Um dia o explicarei. — foi tudo o que ela dissera antes de girar a maçaneta da porta, abrindo espaço para ela entrar na frente.

   Na sala, todos pareciam se agrupar ao redor do tapete, entretidos pelas brincadeiras infantis entre as crianças na casa. Billy foi o primeiro a notá-los, por sua cadeira estar posicionada em sentido à porta de entrada, mas claramente aquela não era uma visita esperada. Charlie fez uma nota mental para um dia parar para avaliar consigo mesmo em que ponto da criação de Bella, ela teria desenvolvido aquela mania de surpreender a todos com surpresas tão inesperadas.

   Seja lá o que tivesse desencadeado isso, agora restava a todos terem de lidar com seus próprios embaraços, a começar por Charlie, que caminhara para mais perto do tapete, finalmente reconhecendo sua neta entre os demais. Não pôde dizer que foi fácil, pois mesmo sendo a única criança não indígena ali, claramente não era a mesma Renesmee que ele vira há quatro meses atrás. A menina sentada de pernas cruzadas no tapete parecia ser dois, três, talvez até quatro anos mais velha.

   Ainda assim, não havia dúvidas, já que era o mesmo cabelo acobreado de Edward, assim como eram os mesmos olhos castanhos de Bella...ou pelo menos o que costumavam a ser, há algum tempo atrás.

   Não precisara fazer alarde para que ela também o notasse, seus grandes olhos se voltando para o lugar onde ele estava como se já esperasse pela sua presença, e por isso não tivera como hesitar ao se levantar e ir ao seu encontro, o abraçando não na altura das pernas, mas na altura de seu quadril.

   Uma breve chuva de cumprimentos dos demais na sala se fez presente, todos muito desconsertados com sua repentina aparição, mas também não fazendo questão de expulsá-lo dali. Somente Jacob pareceu minimamente mais à vontade em revê-lo, o que o fez refletir de que não ouvia falar muito do rapaz desde que sua filha de mudara.

   E pensar que toda essa história de mundo sobrenatural nascera com esse rapaz.

   — Estava brincando com a Claire! — Renesmee apontara com empolgação, para a outra garotinha. Se Charlie estivesse certo, Claire era para ser três anos mais velha que sua neta, e ainda assim parecia um pouquinho mais baixa, um pouquinho mais jovem.

   Mas Charlie não estava ali por Claire, e algo na forma como Renesmee devolveu seu olhar, muito consciente para alguém da sua idade, não permitira que se acanhasse quando ela pegara sua mão, o conduzindo para o lado de fora. Seja lá o que tivesse para descobrir por meio dela, aquela seria a hora.

   — Já faz muito tempo que eu quero mostrar isto ao senhor, vovô. — ela confessou, assim que chegaram à varanda, onde o sino tocava ao comando do vento. — Posso? — ela perguntara, fazendo menção de alcançar o seu rosto, num pedido mudo para que ele se inclinasse para perto.

   Foi quando sua mão alcançara a bochecha de Charlie, e ele pôde enfim ver, e perceber a real dimensão do carinho de sua neta: sem saber como,  conseguiu ver a imagem de Bella, numa visão remota, do outro lado da sala dos Cullen; ainda nesta mesma cena, ele pôde ouvir a voz de Renesmee perguntar por sua presença, e algo em seu íntimo o fez ter a certeza de que não se tratava de um momento qualquer, mas sim das primeiras palavras dela.

   Desde que o vira, em seu terceiro dia de vida, mesmo tão nova em sua existência, Renesmee já tinha a certeza de que amava o avô, e por um meio muito bizarro, Charlie agora conseguia ver tudo aquilo em primeira mão.

   — Eu também a amo! — exclamou em tempo real, ao abraçar fortemente a garota. Só começou a ter certeza de que as imagens vinham dela quando o fluxo de imagens diminuiu a medida em que a atenção dela se focava nele.

   Definitivamente não entendia a natureza de sua neta, ou os poderes que Bella teria adquirido com os Cullen, tampouco como os Quilleutes teriam se metido nessa história, mas pela primeira vez em meses, ele se permitiu ficar em paz com o pouco que sabia.

...

   — Pai, venha ver. — Bella sussurrara enquanto carregava uma Renesmee adormecida no colo, sem parecer penar com seu tamanho ou peso.

   Acabou que após um dia inteiro sendo paparicada por todos, a garota acabara adormecendo, precisando ser carregada até o carro, já que Charlie fazia questão dela dormir em sua casa, junto com ele, Bella e Edward.

   Sem entender muito bem o propósito, ele se aproximara da filha, deixando que esta lhe esticasse uma das mãos amolecidas da neta, deixando que a palma lhe tocasse a bochecha quando aquelas estranhas visões voltaram a preencher a sua mente. Nelas, Charlie pôde reviver boa parte do que viveram naquele dia, mas também pôde ver fragmentos do que imaginou ser a tal casa no Alaska, onde Renesmee parecia ver Charlie pescar com Jacob, enquanto ela corria com os pais atrás de um alce imenso.

   — Vou tentar não pensar no que vocês fariam com esse alce. — ele murmurou baixinho, afastando a mão da garota com gentileza. Ainda era tudo novidade para ele, mas por alguma razão foi bom ver os sonhos da menina. — Bella, eu não sei no que você se meteu, mas...continue assim. Algo na forma como você e essa menina são felizes me faz crer que estejam no caminho certo. — ele sorriu por debaixo do bigode, feliz em ver que mesmo naquele rosto estranhamente pálido, o sorriso de sua filha permanecia o mesmo.

   — Charlie! — uma voz lhe gritou ao longe, o impedindo de contornar o carro enquanto Bella acomodava a filha no banco de trás. Era Billy, que fazia um esforço imenso para correr com sua cadeira de rodas em sentido a ele.

   Charlie tinha de admitir que se sentia envergonhado por fazê-lo se esforçar assim. Se em algum momento sentira raiva por ele ter mentido por tanto tempo para ele, não demorara muito para que o sentimento mudasse para compreensão, dado o fato de que também passara a guardar um segredo de Bella. No entanto, a vergonha por ter sido tão hostil o fizera se arrastar pelos meses seguintes, sem se permitir pedir desculpas para Billy, com medo de que ele por sua vez decidisse lhe voltar às costas.

   Mas agora, mais do que nunca, ele o entendia, e pior, sentia por sua ausência.

   — Billy. — ele respondeu de volta, fazendo o caminho restante até ele, afim de poupá-lo do esforço. — Agradeço por ter cuidado da minha neta. — começou, sem conseguir pular diretamente para a parte em que pedia desculpas por ter sido um idiota, e se abraçarem.

   — Foi um fim de semana divertido com ela na reserva...Uma pena que o Domingo esteja acabando. — Black murmurou de volta, parecendo seguir aquele mesmo tom descontraído, como se não fizesse mais de um ano que não se falavam. — O que acha de compensarmos no sábado que vem? Mesmo lago de sempre, algumas cervejas, fritar alguns na orla...

    — Me parece algo bom. — ele admitiu, acenando com a cabeça.

   — Ai, ai, ai...Por que vocês, rapazes, não se abraçam logo de uma vez?! — a voz de Bella aparecendo subitamente os assustara, mas nem por isso sua proposta deixara de soar tentadora.

   Caminhando meio sem jeito, Charlie se aproximara de Billy, passando um dos braços ao redor dos ombros do amigo, para deixar que ele repousasse a cabeça no lado de sua cintura. Billy também não ficara imóvel, retribuindo com alguns tapinhas camaradas na barriga do amigo, e por um segundo tudo pareceu voltar a dar certo entre ambos.

   — Imagino que vá voltar a me ver mais na cidade, agora que uma nova doutora chegou a cidade. — Black comentou casualmente, quando enfim se afastaram. — Não sei o quanto a sua filha lhe falou sobre nossa história com os Cullens, mas não importa. Irei começar a fazer minha fisioterapia fora da reserva.

   — Descobrirá que estará em boas mãos. — Charlie admitiu, seu sorriso morrendo ao se dar conta de que se esquecera de ligar para Natalie naquele dia. Teria ela esperado pelo seu retorno?

   De qualquer forma, pareceu certo não metê-la no meio daquela bagunça, pelo menos por ora. Podia não fazer oficialmente parte daquela realidade sobrenatural, mas agora que parecia ter mais consciência de tudo  era meio difícil não acreditar que parte daquilo não poderia espirrar inconvenientemente para aqueles que se aproximassem muito dele.

   Por ora, teria de se contentar com aqueles que já conhecia.

Equinócio - TwilightDove le storie prendono vita. Scoprilo ora