capítulo 07; Perseu

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Londres, Inglaterra
07 de março de 2018.

07:00 AM

Acordo e vejo que já é sábado. Felizmente não tenho treino hoje e infelizmente, mais um dia que se aproxima do estadual. Levanto da cama e vou ao banheiro escovar os dentes. Em seguida faço o meu ritual matinal. Pego a primeira roupa de ficar em casa que vejo no closet e visto. Calço meu chinelo e desço para tomar café. Assim que chego na cozinha, me deparo com a mamãe.

— BOM DIA! Minha Lua. — Minha mãe vem até mim e me abraça bem forte. — Que saudades de você.
— Bom dia, mamãe! Também estava com muita saudade. Chegou bem?
— Cheguei ótima! Trouxe alguns presentes para você, estão lá na sala. Mas antes, vamos tomar café da manhã.
— Está bem. Cadê a Candace? — Noto que a minha irmã não está presente. —
— Ela foi buscar algo para mim no carro. Jajá ela volta.
— Olha ela aí. — Vejo Candace entrar na cozinha com uma caixa enorme nas mãos. — O que tem nessa caixa?
— Não faço a mínima ideia, mas sei que pesa muito! — Candace reclama. —
— Abra Lua. É para você. — Minha mãe avisa. —

Assim que abro a caixa me deparo com a coisa mais fofa do mundo! Um dobermann filhote dormindo. Não acredito que ela realmente me deu esse cachorro. Eu pedi tanto!

— Eu nem sei como agradecer. Muito obrigada, mãe. — Abraço Kimberly. —
— Você pediu tanto, aí está. Cuida bem dele, querida. — Kimberly diz. —
— Mãe? A senhora deu um dobermann para a Lua? Sabe o quão alto esse cachorro vai ficar? — Candace nos encara assustada. —
— Por isso que eu comprei um filhote. Para que ele cresça com ela e se adeque aos cuidados de Lua. — Mamãe sorri. —
— Ele vai se chamar Perseu. Combina com ele. — Digo. —
— Espero que ele seja um doce quando crescer. — Candace diz assustada. —

Tomamos café da manhã e logo depois saímos para comprar as coisas que Perseu irá precisar. Mando uma foto dele para Aurora e a chamo para vir vê-lo mais tarde. Estou muito animada para mostrar o meu bebê a todos.

13:00 PM

Acabo de chegar em casa e me deparo com Perseu dormindo na minha cama. Não posso acostumá-lo assim. Porém não tenho coragem de atrapalhar seu sono agora.

— Lua! Aurora está aqui. — Minha mãe me avisa. —
— Pede para ela subir. — Sorrio.—

Alguns segundos depois Aurora entra no quarto e arregala os olhos quando vê Perseu. Por que tanto espanto com um cachorro tão fofo?

— Ele é tão lindo! Qual é o nome? — Aurora senta na cama e faz carinho em Perseu. —
— Perseu. Acho que combina. — Digo olhando para o cachorro que está dormindo feito um bebê. —
— Ele vai ficar enorme quando crescer. Um bom cão de guarda.
— É, espero que ataque a Aria. — Deixo o pensamento intrusivo falar mais alto. —
— Que horror, Lua! Também espero. — Aurora começa a rir descontrolada. —
— Vamos fazer algo, vem. — Me levanto e arrasto Aurora para fora do quarto. —

Já são seis horas da tarde e me encontro exausta. Aurora e eu passamos o dia assistindo comédias românticas e brincando com o Perseu. Peço uma pizza apenas para nós duas já que a Candace saiu com a mamãe, e peço para Aurora esperar o entregador. Subo para tomar um banho rápido e reponho a ração do cachorro.

6:30 PM

— Até que enfim você desceu. — Aurora exclama. — A pizza chegou. O entregador é um gato! Você tinha que ver.
— Aurora, você é uma safada sabia? — Dou risada do seu comentário. —

Pego a pizza na cozinha e levo para mesa de jantar. Aurora e eu comemos e passamos alguns minutos conversando. Quando olho para o relógio, vejo que já são sete e meia da noite.

— Sabe quando eu fui ao banheiro ontem no Zuma? — Quebro o silêncio que tinha se instalado entre nós duas. —
— Sei, cinco minutos depois o Apollo foi atrás. Ele deu uma desculpa esfarrapada, mas sei muito bem que foi atrás de você. — Aurora começa a rir. —
— Então, acredito que tenha rolado alguma coisa ali. Só não sei bem o quê. — Relembro do momento. —
— Como assim rolado? Me explica isso direito! — Aurora chega mais perto e me encara com seus lindos olhos azuis. —
— Ele falou que eu estava surreal de linda e chegou o mais perto que pôde. Foi uma tensão boa. — Explico. —
— Caramba. — Aurora sorri. — Ele pediu perdão? — Pergunta. —
— Não, isso não. Foi como se nada tivesse acontecido. Babaca.
— Acho que isso foi um passo para vocês poderem conversar sobre o assunto.
— Só queria saber o que se passa naquela cabeça maluca. — Respiro fundo. —

Apollo Zurzolo.

São oito horas das noite e estou pensando em Lua Blanc Herondale. Gostaria muito de entender o que aconteceu ontem no restaurante. Não é de hoje que me sinto estranho em relação a ela. A Lua está cada vez mais bonita e consequentemente atraindo atenção dos caras. Não gosto disso. Ela é uma pirralha ainda, porra. Sei que não pedi perdão para ela sobre o ocorrido de quinta e nem vou. Falei apenas a verdade, de um modo duro,  mas era a verdade.

Quando saí do restaurante ontem, fui para casa da Aria e transamos. Porém, já tive fodas melhores. Não consegui me concentrar direito, pois a maldita pirralha não saia da minha cabeça. Aposto que ela me jogou praga. Não posso começar a pensar em Lua como uma garota que eu ficaria. Pelo menos não agora. Ela é a irmã caçula da minha amiga mais próxima e ainda tem dezesseis anos. Inferno.

— Apollo! — Escuto Jackson gritar meu nome do lado de fora do apartamento. — Abre aí cara.
— Já vou! — Grito em resposta. —
— Finalmente. Já têm uns cinco minutos que estou te gritando. — Jackson reclama enquanto entra. —
— Acabei cochilando no sofá. — Invento a mentira mais esfarrapada. —
— Se arruma aí que vamos sair.
— Para onde exatamente? — Acabo franzindo a testa. —
— Uma festa que está tendo na Carwash. — Jack diz e pega um whisky da prateleira. —
— Vou tomar um banho e já volto. — Corro para o banheiro e tomo o banho mais rápido da minha vida. —

9:00 PM

Chegamos na boate e a música alta invade meus ouvidos. Vou aproveitar o máximo dessa noite. Já sigo na direção do barman e peço uma dose de tequila. Depois da primeira, tomo a segunda, a terceira e assim por diante.

Lua.

Não consigo parar de pensar na conversa que tive com o Apollo ontem no restaurante. Tudo seria mais fácil se ele me pedisse perdão. Preciso sair para esfriar a cabeça, não aguento mais ficar em casa me torturando com isso.

— Aurora, vamos sair?
— Por favor. Estava pensando nisso agora mesmo. — Ela contrai os lábios. — Meu irmão e os meninos saem para os melhores lugares. Seria divertido se ele convidasse a gente.
— E eles saíram hoje? — Pergunto curiosa. —
— Aparentemente só o Jack e o Apollo. Eles estão naquela boate Carwash. — Aurora responde. — Meu irmão deve estar em casa com alguma menina. Escutei ele falando com alguém no telefone antes de vir para cá.
— Então é para lá que nós vamos.
— Somos menores de idade, Lua. Não vão deixar a gente entrar.
— Nada que um decote e um salto não resolva. — Dou um tapinha em sua perna e subo para o meu quarto. Aurora me segue. —
— O que deu em você? Estou te estranhando. — Ela para na porta do quarto e me encara confusa. —
— Quero apenas me divertir e esquecer o Apollo, está bem?
— E você quer esquecê-lo indo para o local que ele está? Que inteligente.
— Não enche! Se arruma.

O gelo é quenteNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ