O gelo é quente

capítulo 19; pain

2:30 AM

Chego no prédio e estaciono na garagem. Logo desço do carro e vou até o outro lado para abrir a porta do passageiro para pegar Lua no colo. Ainda bem que o térreo está vazio.

Assim que o elevador para no meu andar, espero a porta abrir para que eu possa ir ao meu apartamento. Assim que entro em casa, coloco Lua na minha cama para que eu possa preparar um banho quente para ela.

— Fique aqui, vou preparar o seu banho. Você precisa jogar uma água no corpo urgente.
— Está bem... — Lua diz tonta.
— Olha o seu estado, misericórdia.  — encaro Lua de cima a baixo julgando-a.
— Não enche, tá legal?

Deixo Lua em meu quarto e vou ao banheiro arrumar o banho. Ainda bem que esse apartamento tem uma banheira.
Deixo que a água preencha a banheira, enquanto pego uma toalha limpa para ela.

— Venha, está pronto. — entro no quarto e vejo que Lua está sentada na cama olhando para a sacada.
— Pode fechar a cortina, por favor? Estou com frio.
— É claro. — faço o que ela pediu.
— Obrigada. — ela sorri.

Lua tenta se levantar mas acaba quase caindo. Portanto, sigo em sua direção para ajudá-la.

— Você está caindo de bêbada. Que merda, Lua! — meu tom de voz é firme
— Foram alguns copinhos só. — ela ri.
— É, estou vendo.

Acompanho Lua até a banheira e fico parado na porta para caso ela precisar de ajuda.

— Pode sair. Eu sei tirar a minha roupa sozinha. — me olha feio.
— Fala sério, Lua. Você acha mesmo que estou tendo segundas intenções com você nesse estado? Não sou tão babaca assim, porra.

Nem dou chance para ela me responder, apenas saio do banheiro e fecho a porta. Só pode ser sacanagem uma merda dessa.
Dez minutos se passaram e nada de Lua sair do banheiro. Quando estou prestes a me levantar para verificar se ela está bem, escuto-a me chamando.

— Apollo! — grita.
— Estou indo.

Abro a porta e me viro de costas para ela. Não sou um escroto que se aproveita do estado vulnerável de alguém.

— Poderia me emprestar uma camisa sua? E algo para eu usar por baixo?— pergunta envergonhada.
— Tá, vou buscar.

Saio do banheiro e sorrio. Aposto todo o meu dinheiro que Lua ficou corada. Ela se envergonha com coisas tão simples.
Pego a minha camisa do uniforme de vôlei e uma cueca box na gaveta para ela. Logo em seguida, retorno para o banheiro e deixo sobre a pia.

— Aí está.
— Obrigada, Apollo. — dessa vez seu tom de voz é doce.
— Por nada, Lua.

Cinco minutos depois Lua sai do banheiro e vem até mim. Fico alguns segundos olhando-a de cima a baixo. Porra, ela está um absurdo com a minha camisa. Lembrei-me da situação que ela se encontra e logo me recomponho.

— Onde é que eu vou dormir? — pergunta tímida.
— Pode ficar na minha cama. Vou dormir no quarto de hóspedes. — encaro seus olhos castanhos.
— Está bem. — ela finalmente senta na cama.

Me levanto e aviso que vou tomar um banho. Mas antes, pego remédio e um copo d'água para ela.

— Toma, vai ajudar na ressaca depois. — entrego o comprimido em suas mãos juntamente com o copo de água
— Valeu. Apollo... — Lua para de falar e encara meus olhos
— Diga. — me sento na cama
— Depois do banho, será que você poderia ficar aqui comigo um pouco? — ela cora
— É claro, princesa. — me aproximo dela e estendo a mão para colocar sua mecha de cabelo atrás da orelha

Sorrio e me levanto para ir tomar banho.

03:10 AM

Termino meu banho e em sequência me visto. Usei o banheiro do quarto de hóspedes pois não queria deixar Lua desconfortável. Escovo os meus dentes e vou até o meu quarto para ficar um pouco com ela.