capítulo 18; don't make me sad, don't make me cry

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Londres, Inglaterra
14 de maio de 2020

00:10

Já faz uma hora que estou sentada diante da ilha de bebidas que Tyler possui em sua casa. Bebo meu quinto drink da noite e para ser sincera; estou meio tonta.
Repasso toda a conversa que tive com Apollo antes de vir parar aqui. Cretino, como consegue ser grosseiro daquele jeito?

Beijar Apollo me despertou sensações indescritíveis. Eu finalmente fiquei com ele, o cara por quem sou apaixonada desde os meus quinze anos de idade. Entretanto, ele conseguiu estragar esse ato minutos depois.
Apollo não estava errado quando descreveu a forma que reajo diante dele. Porém, também não menti quando avisei que já não era mais a garota frágil que ele conhecia.

Aria contribuiu para essa mudança, ou seja, quando ela destruiu o meu maior sonho. A patinação foi arrancada de mim da maneira mais brutal. Creio que os pesadelos daquela manhã, irão me atormentar para sempre.

Sinto uma pontada no peito ao lembrar da queda. Eu só queria esquecer isso.

— Lua. — escuto uma voz familiar
— Oi. — me viro e vejo que se trata de Jack
— Você está bem? — vejo preocupação em seus olhos
— Sim, por que não estaria? — meus olhos se enchem de água
— Eu te conheço, Lua. Não precisa mentir para mim. — Jack se aproxima e senta ao meu lado
— Cadê a Aurora? — tento mudar de assunto. — Ela estava aqui agora pouco, mas foi ao banheiro e não voltou.

Minto, eu mesma pedi um tempo para pensar sozinha. Não quero que ela desperdice a noite cuidando de mim.

— Eu sei que faz cinco minutos que ela saiu daqui. Você pediu tempo para ela e é por isso que vim. — Jack me olha sério
— Seu amigo é um babaca, sabia? — esboço um sorriso forçado
— É, eu sei. Ele também sabe, Lua.
— Por que ele dificulta tanto as coisas? Eu achei que ele tinha mudado um pouco. O Apollo que estava no hospital comigo, não era o de hoje, e muito menos o de dois anos atrás. — digo em meio aos soluços

Estou chorando feito uma criança, porra. Será que nunca vou conseguir conter às lágrimas?

— Ele sofreu muito com o seu acidente. Apollo não deixou de te visitar um dia se quer, Lua. Não sei te explicar o que se passa na cabeça dele, mas eu tenho certeza que aquele cara sente algo por você.
— Ele me visitou todos os dias? Por dois anos? — questiono com dúvidas
— Sim. Exceto naqueles que não eram permitido visitas. — Jack ri.
— Só queria entender o por que Apollo me tratava com tanta indiferença. Não tinha necessidade, me entende? — comprimo os lábios
— É conversando com ele que você irá descobrir.

Sorrio e agradeço Jack pela conversa. Ele é um ótimo amigo para mim, sou muito grata por tê-lo.
Me despeço de Jackson e saio a procura de Apollo. Eu preciso de respostas.

Procuro na área da piscina e não o encontro, olho na sala de jogos e também nada dele. Depois de ter procurado na parte de fora da casa inteira, decido verificar a parte de dentro da casa.
Faço o mesmo caminho que tinha feito com Tyler e ando pelos corredores. Paro assim que escuto alguns barulhos vindo de um cômodo. Merda, não é qualquer barulho, e sim alguém gemendo muito alto.
As pessoas não têm noção, né? Transar na cama alheia, que nojo.

Quando escuto uma voz masculina vindo de dentro do mesmo cômodo, meu coração erra as batidas. Não pode ser, é apenas uma coincidência; mas a voz é muito parecida com a dele.

Não vou ficar aqui escutando essa putaria. Se for Apollo, espero que pegue uma doença.

— Está procurando por alguém ou perdeu alguma coisa? — pulo de susto quando Apollo fala atrás de mim

O gelo é quenteWhere stories live. Discover now