capítulo 15; surprised

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  Londres, Inglaterra
12 de maio de 2020

1 semana depois do despertar de Lua.

Lua Blanc Herondale

Estou recebendo alta neste exato momento, ainda estou tentando processar tudo. Não consigo me lembrar de tantas coisas, mas me lembro perfeitamente da queda.

Sinto um arrepio percorrer pelo meu corpo quando relembro da poça de sangue ao redor da minha cabeça. Eu fracassei no último segundo.

— Lua? — Kimberley me tira dos meus pensamentos.
— Oi, mamãe. — tento apagar as imagens do acidente da minha mente.
— Está se sentindo bem?
— Acho que sim. Já podemos ir?
— Só tenho que falar com o doutor antes. — ela sorri.

Vejo minha mãe sair do quarto e volto para a minha última lembrança concreta. Apollo vindo ao meu socorro, ele nem hesitou.

— Lua. — o médico me chama. — Você está liberada, mas se sentir qualquer desconforto fora do normal, retorne imediatamente. — ele pede.
— Está bem. — sorrio.
— Feliz aniversário!
— Obrigada.

Assim que chego em casa procuro por Perseu. Estou morrendo de saudades do meu filhote. Grito seu nome e não demora muito para ele aparecer. Meu Deus, esse cachorro tá enorme.

— Como você cresceu, bebê! — faço carinho em sua cabeça. Perseu está me cheirando feito um louco. — Eu também senti saudades, meu amor. Mamãe voltou, ok?! — beijo sua cabeça.
— Bem-vinda de volta, maninha. — Candace me abraça.
— Eu perdi o torneio. — é a primeira vez que menciono o estadual depois do ocorrido.
— Lua... Você quase morreu. — minha irmã me olha com tristeza.
— Eu sei, mas não muda o fato que eu cai.
— Não foi sua culpa. — Candace tenta me confortar.
— Não vou conseguir patinar tão cedo. — minha voz vacila.
— Depois de um tempo você irá conseguir novamente, não tenha pressa. Foque na sua recuperação agora.
— Está doendo tanto. — comprimo os lábios.

Candace me abraça e enxuga minhas lágrimas. Alguns minutos depois me desvencilho do seu abraço e aviso que irei dormir um pouco; então subo para o meu quarto.

6:00 PM

Acordo assustada e gritando por socorro, acabo de ter um pesadelo horrível. Minha mente é tomada por flashbacks da queda. Meu coração acelera e começo a chorar, está tudo vermelho.

— Lua! — Candace corre até mim. — O que aconteceu, meu amor?
— Eu tive um pesadelo. — digo em meio as lágrimas. — Está sendo uma tortura as lembranças, Candace.
— Lua... — minha irmã senta na minha cama e me envolve em seus braços. — Calma, o pior já passou. — ela tenta me acalmar.
— Por que eu? — encaro seus olhos.
— Lua... — é tudo o que ela diz.

Peço que ela saia e sigo para o banheiro. Deixo a banheira enchendo e saio para pegar uma toalha.

Entro na banheira e me afundo por alguns minutos, mas volto a superfície assim que minha respiração começa a falhar. Estou muito fraca.

07:30 PM

Perseu está me encarando com uma expressão confusa, será que ele ainda se lembra de mim? Acho que sim, espero.

— Oi. — Apollo me cumprimenta.
— Que droga, Apollo! — quase pulo de susto.
— Não queria te assustar. — ele ri.
— Relaxa.
— Trouxe algo para você. — vejo que ele tem uma caixinha nas mãos. — É o seu presente de aniversário.
— Obrigada! Não precisava. — sorrio e me aproximo para pegar a caixinha de suas mãos.

Abro a caixinha e vejo que têm um colar com um pingente de lua. É lindo!

— Gostou? — ele pergunta.
— Eu amei, é perfeito! — abraço Apollo. — Obrigada.
— Por nada, Lua. — sinto ele me abraçar mais forte.
— Pode colocar em mim?
— É claro. — ele pega o colar da caixa e me vira.

Sinto uma onda de calor invadir meu corpo quando Apollo me toca. Odeio ser tão vulnerável a ele, não consigo nem disfarçar as minhas reações perto dele.

— Pronto.  — Apollo diz.
— Obrigada. — sorrio.
— Vamos descer, Aurora está lá embaixo.

Apollo se dirige para fora do meu quarto e logo faço o mesmo. Perseu nos acompanha.

Todas as luzes estão apagadas e estranho isso. Mamãe nunca deixa a casa sem luz.

Apollo caminha para a área da piscina e vou logo atrás. Assim que chego, sou pega de surpresa pelos meus amigos e por minha mãe.

— Surpresa! — eles gritam ao mesmo tempo.
— Parabéns, meu amor! — Kimberly vem até mim.
— Eu amo vocês.

Abraço minha mãe e cumprimento cada um. Todos estão presentes, inclusive Rúbia. Espero que ela esteja bem. Meus olhos se enchem de lágrimas, nunca me senti tão amada como estou me sentindo agora. Sou sensível quando se trata de aniversário.

Cantamos parabéns e comemos o bolo. O resto da minha noite foi incrível, confesso que não esperava receber uma surpresa. Estar rodeada de pessoas queridas me dá forças para continuar, não vai ser fácil superar o trauma do gelo. Porém tenho meus amigos para me ajudarem e isso me conforta.

13 de maio de 2020

03:00 AM

São três horas da manhã e acordo com Perseu chorando ao meu lado. Pego-o no colo e vou até o seu pote de ração verificar se está vazio.

O mamãe! Está com fome? — faço voz de bebê.

Em resposta o meu cachorro late. Ser mãe de pet têm as suas dificuldades, como por exemplo: ser acordada pelo seu cachorro às três da madrugada.

Coloco sua ração e troco a água, em seguida desço para cozinha e tomo um copo de água também. Quando estou prestes a subir para o meu quarto, escuto Candace falar com alguém no telefone.

— Não podemos contar para Lua agora. Ela acabou de voltar, vai ser um choque enorme.

Não pode me contar o que? Com quem minha irmã está falando? A curiosidade aumenta e me aproximo mais do local em que Candace se encontra.

— Apollo, eu vou contar para Lua quando for necessário. Se a Aurora entendeu, você irá entender também. — minha irmã parece estar irritada.

Então a Aurora está escondendo algo de mim também? Quantas pessoas sabem?

— Candace. — meu tom de voz é sério.
— Lua! — ela se assusta. — O que está fazendo acordada a essa hora? Outro pesadelo?
— O que você está escondendo de mim? — fecho a cara.
— Lua, quando você estiver um pouco melhor prometo contar... — interrompo minha irmã antes que ela termine sua frase.
— Candace, eu quero saber agora.
— Não.
— Candace! — altero meu tom de voz.
— Lua, é melhor assim. Acredite em mim, por favor. — minha irmã sorri.
— Me conta agora, Candace. — exigo.

Minha irmã não pode decidir o que é bom ou não para mim agora. Não sou nenhuma criança. Seja lá o que for, quero saber agora.

— Está bem, mas saiba que eu e o pessoal já cuidamos de tudo.
— Como assim? — franzi a testa.
— Você não caiu acidentalmente... Aria sabotou você, Lua.
— O que? — arregalo os olhos com essa informação.
— Aria sabotou seu patins, por isso ela estava com ele em mãos.
— Como ela pôde? O ódio dela por mim era tanto assim? — meus olhos se enchem de lágrimas.
— Não chora, já cuidamos dela. Ok? — Candace se aproxima mas eu me afasto.
— Aquela vagabunda arruinou o meu sonho! Ela tirou o estadual de mim! — grito e permito ás lágrimas rolarem.

Sinto meu corpo fervilhar de ódio. Aria Lombardi foi a causa da minha queda, eu quero destruí-la.

— Eu sei o quanto você está machucada, era por isso que eu não queria te contar logo.
— Minha reação seria a mesma,  Candace. Cedo ou tarde. — limpo minhas lágrimas e viro às costas para minha irmã.

Espero que essa cretina esteja bem longe de Londres, pois caso contrário... vou acabar com a vida dela.

O gelo é quenteTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon