Minha Vida Virou Um Diário

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10 de janeiro, sábado

Nem acredito que consegui encontrar forças para escrever. Essa última semana, tem sido a pior semana da minha vida. Vou te contar porque...

No dia 3, sábado, meu pai passou mal e fomos ao hospital.
Fiquei andando de um lado para o outro enquanto esperava notícias de meu pai, que estava dentro do consultório junto com Emma. Quando finalmente saíram estavam com expressões péssimas.

"O que aconteceu? Você está bem pai? - disse Mony que estava aflita.

"Bom, é que - ele olhou para Emma, talvez com a esperança que ela continuasse mas ela estava em choque - quero que vocês fiquem calmas - porque ele disse calmas? Como era de se esperar, Jason como sempre não estava conosco, eu nem me surpreendia mais com isso - infelismente eu descobri que estou com câncer e supostamente tenha só um mês de vida."

Eu estava longe de ficar calma, quando eu ouvi aquilo comecei a chorar e depois que passei mal, não lembro mais de nada além de acordar em uma cama do hospital e estar tomando soro. Ótimo, parabéns Bianca. Seu pai está doente e invés de descansar, ele tem que ficar aqui por sua causa. Disse isso por pensar que havia algumas horas que passei mal.

"Bianca? Que bom que acordou, quase pensei que não iria acordar mais... - era Mony, ela parecia ter dormido ali.

"Porque? Quanto tempo eu fiquei desacordada? - perguntei sem entender muito bem.

"Dois dias. Você parece que bateu a cabeça quando desmaiou. Isso não é bom, já te faltava parafuso na cabeça, agora que você enlouquece de vez - demos risada, Mony tinha um ótimo senso de humor.

"E o nosso pai? Onde ele está? Como ele está? - disse preocupada.

"Calma, se não quem vai passar mal aqui sou eu com tanta pergunta - demos risada e ela continuou - ele está bem sim. Nossa mãe levou ele para casa e está cuidando dele."

"Hum... - disse sem acreditar naquilo.

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Depois de um dia estava em casa e já era dia 6 de janeiro, terça.
Quando cheguei em casa o Jason estava lá e percebi que meu dia seria uma verdadeira DROGA.

"Oi Bela Adormecida - disse ele se dirigindo a mim - espera, bela não, idiota talvez - me segurei para nem pensar em bater nele, minha mãe me mataria se eu encostasse a mão no filho preferido dela.
Me concentrei no meu pai. Ele estava sentado em sua "poltrona sagrada", (chamamos assim, porque só ele pode se sentar nela. Até o Jason respeita isso) tomando algo em sua xícara preferida e parece que percebeu que estava encarando ele.

"Bia! Fico feliz em vê-la. Depois que passou mal fiquei preocupado, queria ter ficado lá esperando você melhorar, mas sua mãe decidiu que eu deveria ir para casa... - ele olhou para Emma, que olhou de volta e deu um sorriso contido.

Na hora, eu fiquei pasma. ELA SORRIU PARA O MEU PAI! Eu quis gritar, mas estava tão chocada com aquilo que não consegui fazer nada, além de olhar para os dois.

Porém, os dias de nossa família ser feliz estavam se esgotando, porque indo contra todas as expectativas dos médicos e as nossas, meu pai faleceu em casa no dia 8 de janeiro, quinta. Descobri que no dia que ele fez a consulta ele já tinha 70% do corpo consumido pelo câncer.

Ele morreu dormindo, o que me deu um grande alivio, não queria que ele sofresse. Emma só descobriu que ele havia falecido porque quando veio trazer o café para ele na cama, ele não acordava de jeito nenhum.

Naquele mesmo dia foi o enterro, porque quando se tem morte por causa de câncer devê-se enterrar logo por causa do mal cheiro.

Eu amava tanto meu pai, ele era meu melhor amigo, a melhor pessoa que alguém poderia conhecer. Tanta gente para morrer e tinha que morrer logo ele? Pensar nele me faz lembrar todos os momentos bons que passamos, espero guardar todos eles e levar comigo. Porque meu pai é mais do que uma pessoa boa, é um grande amigo, que sentirei muita falta.

Como será minha vida daqui para frente Diário?

Aqui sempre estarei...

Ass: Bianca Sullivan