12

34 6 15
                                    

*Boa leitura*

8 de fevereiro, segunda

(Depois da aula)

"Porque você demorou tanto? - perguntou Albert e minha barriga começou a estremecer de pavor.

"Demorei um pouco pra copiar o texto na lousa. - disse querendo convencer ele daquela mentira para não causar maiores danos.

"Não minta para mim! - disse ele segurando meu braço com força e me olhando ferozmente.

"Não estou mentindo. Se quiser pergunte ao professor...  - disse tentando soltar meu braço, porém ele era forte demais.

Ele me encarou por alguns momentos e com um gesto de raiva abriu a porta do carro e me jogou para dentro dele. Sem dizer mais nada entrou no carro e sem o cinto de segurança acelerou até em casa. Albert saiu do carro e me pegou pelo braço novamente e me levou quase que arrastada para dentro da mansão, me jogou no chão, pegou seu cinto e começou a me bater.

No início aquilo ardia, mas a cada pausa que ele parecia dar para a próxima "cintada" nas minhas costas, eu pedia o fôlego, logo era difícil de respirar, sentia minha visão ficar turva, até que ela foi ficando escura e eu desmaiei. Mas não antes, de ver minha vó de braços cruzados, observando a sua neta ser espancada violentamente até perder suas forças por um covarde. Sem fazer absolutamente nada e com um semblante de inquietação e subordinação que ela parecia carregar consigo a anos e aquilo não iria sair dela tão cedo, por mais que eu falasse que estava no momento de minha vó parar de deixar que ele manipulasse as coisas.

Eu acordei, algum tempo depois do espancamento confusa e com medo de que Albert estivesse ali para me dar a próxima surra. Ele não estava, mas minha vó sim. Ela parecia preocupada comigo e se mostrou atenciosa, bem diferente daquela mulher que estava me observando ser agredida e ficou no seu lugar sem fazer absolutamente nada.

"Como você está?" - Ela senta mais perto de mim e começa a acariciar meu cabelo.

"Estou um pouco confusa, com as costas ardendo e sentindo como se eu tivesse recebido uma surra, mas olha só, eu recebi mesmo! - disse com o sarcasmo evidente e continuei pois queria maiores informações - Mas vou ficar melhor. Onde eu estou? No hospital? - Pergunto enfática. Aquilo não parecia nem de longe ser o hospital.

"Não. Estamos na enfermaria da mansão. Não poderíamos levar você para o hospital, no estado que se encontrava. - Disse ela que pegou minha mão, para tentar me convencer que aquilo era o melhor para todos nós, inclusive para mim.

"Porque não poderíamos levar sua neta amada com vários vergões nas costas para um hospital, mesmo que ele seja pago. Não é mesmo? - Digo ironicamente e retiro minha mão debaixo da mão dela.

"Você tem que entender que seu vô quer o melhor para você e que ele fez aquilo para te proteger. - Ela me olha doce e sua voz sai suave, como se ela acreditasse realmente naquilo. Mas eu não seria enganada. Não por ela.

"É a verdade ou o que você quer acreditar? Que vô que quer o melhor pra sua neta, espanca ela até perder suas forças e que vó em santa consciência, observa tudo e não faz absolutamente nada? A senhora quer mesmo que eu acredite que essas marcas que vou levar pro resto da minha vida, foi o melhor pra mim? Eu nem sei porque ele me bateu em primeiro lugar. - digo irritada. Aquilo era um absurdo e eu não deixaria passar batido. Não agora que eu tinha provas de estar sofrendo agressões em casa.

"Fique quieta e obedeça. Seu vô está chegando e não queremos que você leve outra surra. - Ela parecia com medo e apesar de tudo, ela queria me proteger. Eu agradeci mentalmente por ao menos tê-la por perto.

"E então, como minha neta está? -Albert perguntou sorrindo, como se não fosse ele próprio que havia me colocado naquele estado.

"Melhor do que você pode imaginar. - eu queria continuar a frase: " Para tirar esse maldito sorriso da sua cara. " Mas eu não podia, tinha que proteger minha vó também e só quando ela me disse aquela última frase antes de Albert entrar, reparei em seu rosto e vi uma marca recente de agressão, talvez por minha causa.

"Que maravilha! Então amanhã poderá ir para a escola sem maiores problemas. - Ele abriu mais o sorriso e eu me contorci de dor. Pois eu teria que fingir que absolutamente nada tinha acontecido e isso queria dizer fazer a aula de educação física normalmente, o que seria mais aterrorizante do que receber aquela surra.

"Por favor, não me obrigue a ir a escola amanhã. Vai ser horrível. Me deixe em casa. - disse desesperada.

"Era o que eu queria ouvir. - dava para ver que havia algo em seu olhar. Ele sabia de tudo o que havia ocorrido na escola e eu ainda queria saber como. - Você vai ficar em casa até melhorar o seu comportamento e até ficar boa o bastante para andar sem parecer que tem algo estranho com você."

Ele saí da minha cortina da enfermaria. Minha vó me encara por alguns segundos, ela também sentia o que eu estava sentindo: Medo.

Nós não falávamos nada, mas nossos olhares diziam tudo. Albert disse que eu ficaria em casa até melhorar meu comportamento. Não era coisa boa. Eu sabia que aquela surra era pouco, pelo o que estava prestes a vir. Mas eu não poderia ter medo, não poderia desistir agora. Tinha que permanecer viva por Mony e Jason e também pela memória de minha mãe que foi morta brutalmente.

Aqui sempre estarei...

Ass.: Bianca Sullivan

N/A: Olha só quem voltou com mais um capítulo maravilhoso para vocês! 😁🌴

Espero que tenham gostado e não esqueçam de comentar sempre é dizer o que acharam. Please?

Marquem amigos para ler e acompanhar essa história.

E não deixem de deixar aquela estrelinha maravilhosa!

Até a próxima pessoal! Bjs ❤

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Jul 01, 2019 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Minha Vida Virou Um DiárioWhere stories live. Discover now