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Por: Gustavo...

fecho rapidamente a gaveta que continham as provas de que a casa dos pais de Alissa ter pegado fogo, não foi um acidente.
Foi um incêndio criminoso, pedi para a polícia não contar para minha esposa, eu não quero que ela saiba, que alguém planejou e executou a morte dos pais dela.

Venho batendo cabeça a semanas na procura de suspeitos, lista de concorrentes, possíveis inimigos ou até mesmo pessoas que possam estar de olho nas terras.
Não são muitas pessoas, até porque, só algumas tinham acesso a residência.
Entre tanto, fico surpreso ao ver o nome dos tios de Alissa, e pais de Ananda, fico na verdade cheio de raiva.

Envio uma cópia para Sanches, para que ele saiba que se realmente foram esses malditos, eu não vou ter pena, mesmo que sejam os pais da mulher dele.
- O que está fazendo Gustavo?- Tranco a gaveta com uma chave e levanto caminhando até minha esposa.

- Apenas preenchendo alguns formulários e observando o relatório de altas.- Invento rapidamente, não deixo que ela me faça mais perguntas e a beijo com saudades.
Desde a morte dos meus sogros, não toquei na minha mulher de forma íntima, estou tentando ser compreensível e esperar pelo tempo dela, de novo.

Mas minha esposa não precisa de sexo agora, o que ela precisa, é de um marido com quem possa contar, desabafar, e chorar livremente, que esteja lá de madrugada quando ela acorda com os pesadelos.

E esse cara, sou eu!

Tenho velado o sono dela, com medo que algo aconteça a eles, saber que pode ter alguém por aí, tentando fazer mal para minha família, me faz ficar em alerta máximo.
E eu estou agradecido por Alissa não gostar de sair de casa, e eu também nunca a deixo sozinha, e instalei milhares de câmeras por toda minha propriedade.

Proibi a entrada de funcionários de empresas terceirizadas, eu não posso descartar a hipótese de ser assassinos que foram pagos para isso.

Pela primeira vez em anos, eu sinto medo, de perder aquilo que é mais precioso para mim.
Minha família!

- Eu não acredito em você!- Alissa faz um bico com a boca rosada, só então percebo que ela está arrumada.

- Onde vai?- Pergunto, meus olhos percorrem o corpo de minha mulher admirando o mesmo em um vestido floral que vai acima do joelho, uma sandália rasteirinha e uma pequena bolsa.

- Temos uma ecografia hoje, você esqueceu?- Deus lindos olhinhos brilham para mim, passaram se tantos anos que nós conhecemos e ainda sinto meu coração pulsar como se fosse da primeira vez.

- Desculpe amor, eu me distrai.- Alcanço meu chapéu em cima da mesa e dou um Celinho em Alissa.- Vamos?- Estendo a mão para minha mulher que não exita e a pega.- A propósito, está linda.- Vejo as bochechas da minha mulher corar, entre tanto, ela não fala nada, apenas segue caminhando ao meu lado.

- Acha que vai dar para ver o sexo?- Pergunto tentando animar a nossa viagem. Alissa está tão quieta e parece tão entristecida, isso sinceramente dói em meu peito.

- Eu espero que sim.- Seus lábios carregam um pequeno sorriso.

- Está preocupada com algo?- É eu pareço um idiota em fazer uma pergunta obvia, mas eu preciso que ela responda, preciso da confirmação e também que ela se abra comigo.

- É que, hoje faz um mês que meus pais estão mortos...- Um suspiro cansado e triste sai de seus lábios.- É o meu terceiro mês de gestação...

- Não pense nisso amor, foque nos momentos bons que teve com eles, e não na morte.- Faço uma pausa e observo de canto de olho.- Pense que onde eles estiverem, estão cuidando da nossa família.

- Tem razão, papai e mamãe devem estar se retorcendo no túmulo por eu estar aqui lamentando a morte deles, se eles pudessem provavelmente iriam me dar uma bronca.- Vejo a determinação crescer junto com o entusiasmo em sua voz.

Eu preciso achar logo quem fez isso com os meus sogros, vou dar a cabeça de presente para minha esposa.

Assim que chegamos na clínica, fomos atendidos, agora na sala da doutora, nos preparamos para ouvir o coração mais uma vez, estamos ansiosos para saber o sexo também.

TUM... TUM... TUM...

O som forte preenche a sala e faz meu peito vibrar, como da primeira vez que ouvi.
- O neném tem um coração forte.- Fala a doutora com um sorriso no rosto.- Olho para Alissa que está chorando, novamente, como da primeira vez que ouvimos o coração.
O som alto para, e a médica começa a passar uma maquininha na barriga de Alissa.- Consegue ver? Essa é a cabecinha e esse o corpinho.- Mostra com um mouse.

- Nosso filho!- Fala Alissa baixinho para mim.

- O feto está se desenvolvendo bem, e pelo jeito vai ser uma criança grande, vou passar algumas vitaminas e uma dieta para esses primeiros meses.- Fala a doutora.

Quando saímos da clínica, já era meio dia, então optamos por almoçar em um restaurante da cidade.
Enquanto esperávamos nossa comida, vejo de relance uma figura alta e escura arremessar algo em nossa direção, felizmente sou rápido o suficiente e protejo Alissa com meu corpo, o objeto me atinge nas costas e não consigo evitar uma careta pela dor.

- GUSTAVO!- Alissa levanta assustada da cadeira, viro rapidamente a tempo de ver boa parte do rosto do cretino, o filho da puta arremessou um tijolo, e se eu não tivesse notado acertaria em cheio a cabeça da minha mulher.

- Tá tudo bem Alissa, fique calma.- Peço tentando tranquilizar ela.- Vejo que na parte de baixo do tijolo um bilhete preso com uma fita no mesmo, pego o tijolo e então leio a mensagem.

" Morra "

- O que está escrito?- Alissa pergunta curiosa tentando me fazer sentar.

- Nada de mais amor, a polícia já deve estar a caminho, vamos apenas esperar.

Eu AlissaWhere stories live. Discover now