Primeiro Capítulo

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Demônios Angelicais

A profundeza do oceano é um imenso mistério. Em suas águas escuras e misteriosas, há um mundo completamente diferente do que conhecemos na superfície. É um abismo infinito, um reino enigmático onde a luz do sol mal tem a chance de penetrar.

— Maldade, ruindade, vocês dois precisam demorar tanto? — O garoto metade homem e metade peixe de curtos cabelos tão escuro quanto a lua nadava com suas enguias elétricas.

— Estou precisando urgente de algumas moedas de ouro, esse fundo do mar recheado de imbecilidade não dará fruto algum para mim.

— Se você esperar Alucard, o reino será seu. — Maldade rodeou seu dono.

— Querida, esperar é exatamente o que não quero, apenas não sei como dar um fim na minha irmã. — Ele acariciou o seu peixe.

— O senhor poderia matá-la! — Ruindade sugeriu com exaltação.

— Isso com certeza, agora temos que pensar em conjunto, como faremos isso. — Ele continuou nadando fazendo sua cauda se iluminar para enxergar melhor.

— Mas também não desejo passar tanto tempo aqui, tenho que me estabelecer nos dois mundos, mas para isso preciso urgente naufragar mais navios.

— Todos os dias saem navios do porto, Alucard - Explicou Maldade. — Se ficarmos atentos podemos conseguir boas coisas deles.

— Os navios que deixam o porto são daqueles miseráveis pescadores, todos pobres e sem ouro algum. — O tritão revirou os olhos seguido de um lento bocejo.

— Uma ideia, Alucard. Você poderia utilizar sua voz para enfeitiçar os pescadores e fazer eles matarem sua irmã. — Sugeriu ruindade.

–— Ela iria perceber e quebrar o feitiço além do mais, eu mesmo quero ser responsável pela morte dela. — Ele sorriu novamente dessa vez, podendo enxergar o fundo com mais facilidade devido a luz do sol.

— Então será mais complicado do que imaginávamos. — Disse Maldade de forma bastante melancólica.

— Eu conheço uma poção que tem como finalidade apodrecer o corpo delas de dentro pra fora mas necessita de tantos ingredientes complicados. Como é difícil matar, meu Poseidon. — Limpou lágrimas falsas fazendo alusão a um choro.

— Mas tenha fé, com certeza iremos conseguir. — Disse Ruindade.

— Você sempre consegue o que deseja, Alu. — Maldade completou.

— Vocês estão cobertos de razão, meus angélicos demônios. –— Ele acariciou suas duas enguias elétricas.

Aquela adorável conversa foi quebrada em diversos pedaços com um barulho de um gigantesco navio que começará a chegar perto.

— Um navio.. — Observou Ruindade.

— E dos grandes, aposto que deve ser de alguém muitíssimo importante. — Arqueou as sobrancelhas

— Você vai derrubar? — Maldade Perguntou curiosa

— Claro que vou, mas acredito que pelo brasão. — Alucard apontou para a ponta do imenso navio. - Deve ser da realeza, irei naufragar logo depois salvarei o príncipe e assim ganhar uma recompensa.

— Essa ideia é maravilhosa! — Maldade e Ruindade falaram em conjunto.

A sonoridade do navio enfrentando o mar foi substituída por uma melodia deliciosa e doce que a voz de Alucard trazia, virando de cabeça para baixo a mente dos marinheiros. As ondas se intensificaram em Maremotos e rapidamente os céus escureceram, resultando numa gigantesca tempestade. As velas, que exibiam um brasão, foram reduzidas a pó devido ao impacto de um raio que não apenas atingiu o navio, mas a tempestade de raios se espalhou por toda a embarcação. Alucard intensificou sua voz, movendo uma pedra pontiaguda que partiu o navio ao meio e o fez afundar por completo.

— Que visão saborosa, meus caros. — Uma risada malvada saiu dos lábios rosados de Alucard, apreciando os corpos dos marinheiros afundando no mar.

— Alucard! Olha. — Ruindade indicou com a cabeça um marinheiro diferente dos demais, utilizando trajes da realeza que rapidamente chamou a atenção do tritão.

— Sigam-me! — Ele gritou nadando de forma rápida atrás do possível capitão. — Com licença, meus queridos balofos. — Ele sorriu desviando dos cadáveres dos simplórios marinheiros.

— Você é quem me importa. — Alucard abraçou o corpo do humano, podendo sentir seus músculos sob a pele enquanto o arrastava para areia. — Agora preciso que acorde, por favor. — Ele retirou os cabelos branco dos lábios do homem dando espaço para fazer uma respiração boca a boca.

A visão turva do homem enxergava apenas o angelical rosto de Alucard, suas grandes mãos entraram em contato com os macios fios escuros que tritão possuía.

— Capitão Edward! — Uma voz trêmula e exausta, claramente feminina gritava ao longe.

Que merda, onde está minha poção? — vasculhou sua bolsa de crochê azul, se irritando por está vazia - Mas que desgraça! — Ao notar que a moça se aproximava, Alucard precisou voltar ao mar indo ao encontro de suas enguias.

— Que rápido, conseguiu? — Questionou Ruindade.

— Não, eu pensei que tivesse trazido minha porção de metamorfose, mas infelizmente me enganei. — Respondeu.

— Você pode tentar novamente amanhã, ou talvez mais tarde. — sugeriu Maldade.

— O problema é encontrá-lo novamente, mas esse dia não foi tão em vão, ele se chama Edward e como suspeitei, ele é o capitão.

— Infelizmente a costa não possui castelos, o que me leva a pensa que o príncipe veio de outro lugar - Ruindade falou

— Preciso entrar em contato com este homem o quanto antes. Ele conseguiu me olhar apesar da visão claramente turva. — O garoto suspirou.

— Temos meio caminho andado, você diz que o salvou e recebe a recompensa depois focamos na nossa missão de matar suas irmãs. — Maldade deu uma breve risada.

— Embora casar com o príncipe e me tornar rei dos dois mundos seja uma ideia imensamente tentadora. — Ele nadava em círculos possuindo um belo sorriso.

— Muito tentadora. — Ruindade e Maldade falaram.

— Mas a calma será prioridade nesta situação, não posso simplesmente aparecer. Embora que usar minha voz para alcançar o capitão não seja lá péssima ideia.

Alucard começou a nadar para fundo juntamente de seus dois parceiros, ascendendo sua cauda cada vez mais na medida que emergia na profundidade oceânica. O tritão nadava até uma caverna que logo revelou ser um covil com parede de crânios,algumas porções e frasco com ingredientes. Em seu meio um trono onde ele se sentou.

—  Náiade ficara perfeita nessa parede, estou sendo um ser adorável em deixá-la com companhia. Não acham? — O garoto sorriu tendo a visão das paredes do seu covil cobertas por crânios. — Em breve você pertencerá a este lugar, irmãzinha. — Sorriu de forma diabólica.

NOTAS DO AUTOR. 

Olá, eu criei um documento que contém a aparência e algumas informações sobre os personagens da história. Para abri-lo, por favor, vá até o meu comentário. Desejo a todos um ótimo dia e até o próximo capítulo. Beijinhos de luz.

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