Décimo primeiro capítulo

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Marionete do diabo

Uma atmosfera silenciosa e banal tomou conta daquele recinto, era possível sentir o clima tenso que Alucard exalava ao olhar sua irmã em sua frente. Sentia sua garganta seca e toda sua pele macia arrepiar, seus belos pares de olhos azuis estavam bem arregalados.

— Não vai me abraçar? Senti muito sua falta, sabia? — Náiades aproximou-se abraçando com falsidade seu irmão.

— O que você está fazendo aqui? — Cortou o abraço e deu um passo pra trás.

— Como eu estava falando, saudades, é muito difícil a vida sem você, meu xuxuzinho. — Ela ri ironicamente arrancando um olhar desdenhoso do tritão.

— Querido, acho melhor vocês ficarem a sós. Vamos Andolina.
— Selou a bochecha de Alucard.

— Mas eu quero saber.. eu tô curiosa. — Foi interrompida quando seu irmão a puxou pelo braço levando pra fora.

— Querido? Olha só, já tem apelidos carinhosos? Quanto romantismo exacerbado.
— Cruzou os braços.

— Náiades, eu quero saber exatamente o que faz aqui. Por que saudade não é. — Arqueou as sobrancelhas.

— Você cria um preceito péssimo  sobre mim, posso muito bem sentir sua falta. _ Sorriu de lado.

— Poupe-me das suas falsidades, sei muito bem o quão escrota você é. Não acredito neste teatro ridículo de boa moça. — Olhava fixamente para moça.

— Apenas fiquei curiosa com suas atividades recentes, arrumou um otário, tá comendo e bebendo de graça. Mas acho que ter um pirata pra cavalgar não é tudo que deseja, certo? — Gargalhou.

— Você está certa, embora seja maravilhoso. Agora meu real desejo não é da sua conta, aconselho que saia o quanto antes do meu caminho. — Colocou cuidadosamente um fio que caiu para trás da orelha alheia.

— Ou o que? Estou curiosa para saber o que meu doce irmão fará. Estarei esperando sentada, aliás acho que o seu capitão seria um ótimo lugar para isso. — Mordiscou os lábios. Após sua fala, a garota recebeu um forte tapa em seu rosto vindo das mãos do tritão.

— Você se acha graciosa, mas a realidade é que você não passa de um espurco. — Segurou fortemente o braço da irmã quando a garota iria revidar o tapa. — Nasceu e cresceu num chiqueiro moral e é tão suja quanto o meio onde vive. Sua presença aqui me incomoda, fique claro que não durará muito, irmãzinha. — O garoto virou-se caminhando para fora do centro comunitário deixando sua irmã a ver navios.

— Que criatura afeminada mais insolente. Já o Edward me parece alguém muito interessante, mas acredito que a Andolina seja manipulável. O Alucard não terá cuidado nela. — Ela sorriu de uma forma perversa.

O tempo antes solar deu lugar a nuvens carregadas de chuvas, a água começará a cair solenemente. Era possível escutar o barulho da chuva e o delicioso cheiro de terra molhada invadia as narinas das pessoas ali presentes. 

— A conversa não foi tão amigável, não é? — Edward perguntou olhando para Alucard que estava encostado na porta.

— Tão doce quanto uma maçã do amor. Minha irmã é uma pessoa difícil. — Caminhava para o casebre que ali tinha.

— Foi uma surpresa e tanto, não imaginava que possuía uma irmã. —  Olhava para o tempo fechado.

— Exato, uma surpresa. A presença dela não é apenas para matar saudades. Tem alguma coisa muito estranha. - Disse o sereio.

— Já prevejo uma possível inundação, essa chuva parece não ter fim . As ruas desse reino são um caos. — Andolina entrava na conversa.

— Ainda estão ruins? Esse rei é um grande tolo. — Cruzou os braços.

Ondas de amor - HotWhere stories live. Discover now