Sétimo capítulo

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Descanse em caos

— Segredo? Eu não entendo onde você deseja chegar. Ruindade. — Alucard carrega um semblante de extrema preocupação.

— Alucard, eu e a Maldade nunca contamos isso para você porque temíamos a volta do seu estado depressivo. — Explicava.

— Pelo amor de Poseidon! Conte me dê uma vez. Eu estou ficando louco. — Ordenou o tritão.

— Mas a verdade precisa ser dita, lembra da noite que o seu pai faleceu? — Perguntou.

— Como poderia esquecer? Aquele foi o pior dia de toda minha vida. Mas o que meu pai tem a ver com a história? — Ele perguntou curioso.

— Todos pensam que o rei Edmund foi assassinado por humanos. A verdade Alucard. — Ele deu uma pausa. — Ele foi assassinado, pela sua mãe. — Ao ouvir aquelas palavras Alucard tombou pra trás sentindo um aperto descomunal em seu peito.

— Como? O meu pai foi assassinado? — Alucard gritou mas não saiu voz alguma apenas ajoelhou chorando de forma desesperada.

— A história não acaba por aí, meu menino. Quem estava pra morrer naquela noite era você, sua mãe queria lhe assassinar. — Continuava a contar.

— Desgraçada! — Alucard gritou dando um soco na madeira do navio. — Me conte essa história, detalhe por detalhe. — A voz trêmula de Alucard chegava aos ouvidos de Ruindade.

— O seu pedido é uma ordem, como eu estava falando, aconteceu a vinte anos atrás. — Ele respirou fundo resgatando das suas memórias.

As águas estavam calmas feito um início de uma história infantil. Os cardumes das mais várias cores enchiam o oceano profundo da mais pura beleza. Ruindade entrava desesperado pela porta do palácio.

— Edmund! Edmund! — Ele nadava de forma rápida até o rei.

— Ruindade. — Ele deu uma risada. — Qual motivo de tanta pressa? Mantenha a calma, por favor. Não sairei daqui. — Acariciou o animal.

— Eu consegui algumas pedras preciosas, o senhor pediu para o aniversário do Alucard. — Entregou um saco de pano.

— Ainda é muito cedo, mas agradeço, meu menino merece o melhor, não acha? Eu estava pensando em fazer uma escultura de gelo. Colocar na entrada do castelo no dia da festa. — Sentou-se no seu trono de diamantes bem acolchoado.

— É uma boa idéia. Você tem total razão quando fala do merecimento do Alucard. — Deitou no colo do homem.

— Eu admiro muito a amizade de vocês e desejo que sigam unidos por um longo período. — Acariciou a enguia.

— Mas com certeza seguiremos juntos, independente do que aconteça. — O filhote de enguia aproveitava as carícias.

— Você tem que me prometer isso. Eu não confio em mais ninguém desse reino além de vocês, minha mulher e minha filha não são boas pessoas e temo o que elas farão com o Alucard quando eu partir. — Ele falou de forma direta.

— Eu prometo, Edmund. Mas por qual motivo você possui esse pensamento? — Perguntou.

— Elas acham que eu não vejo as coisas. Faz dias que eu percebo os machucados do Alucard. Mas hoje isso vai acabar. Ruindade, este colar que carrego em meu torso é capaz de capturar a voz de uma sereia e entregá-la a qualquer ser vivo. Quando eu morrer, entregue-o imediatamente ao Alucard. — Ele olha nos olhos alheio após as proferidas palavras.

— Como o senhor deseja. Eu jamais deixarei este colar cair nas mãos delas. — Informou.

— Espero. Porém mesmo que caísse não seria um problema, apenas eu e você agora sabemos o poder dessa pedra. E continue assim até o dia de minha morte. — O rei de curtos cabelos ruivos falava. — Você sabe me informar o paradeiro do meu filho?

Ondas de amor - HotWhere stories live. Discover now