Nono capítulo

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Vala de esqueletos

Os olhos dos irmãos percorriam toda a ilha, ficando maravilhados com o que viam. Edward encostou o barco e lançou a âncora ao mar. As águas tão cristalinas davam plena visão dos peixes curiosos que viam olhar aquela grande embarcação que chegava. Com cuidado Alucard pisou no solo sentindo de imediato a grama macia, olhou ao horizonte estranhando tamanha calma.

— Estranho. Tem alguma coisa errada, bastante errada. — Mexeu sua boca, curioso com a calmaria.

— O que tem de estranho? Este lugar é completamente magnífico. — Ele respirou fundo sentindo o ar puro que o local proporcionava. Correu um pouco saltitando porém acabou caindo em um buraco. — Caralho. — Sentiu seu corpo doer ao cair em cima de algo duro que cobrirá toda a vala.

— Edward. — Andolina revirou os olhos, se aproximando do rapaz, rapidamente estendendo aos mãos para ajudá-lo. — Mas cassete.. Isso é? — Antes que pudesse concluir sua fala Alucard interrompeu.

— Esqueletos de crianças. Esqueci de mencionar mas os habitantes da ilha são canibais. Especificamente de crianças. — Olhou com certo nojo e desprezo para aquela vala.

— Mas que porra. Onde você meteu a gente? — Perguntou Andolina em um tom alto.

— Cala a boca. Você realmente deseja chamar a atenção deles, garota? — Alucard falou firme repreendendo a ruiva.

— Cassete, tenha foco. Marrento, porque você estava estranhando? Esse lugar não é calmo assim? — Perguntou.

— Na melhor das hipóteses vocês deveriam está com uma flecha em cada olho. Essa calmaria não é nem um pouco boa. — Ele semicerrou os olhos tentando enxergar ao longe, porém não avistou nada além de belas árvores.

— Mas não adianta ficarmos parados aqui. Vamos explorar essa ilha, como você conhece este local, Alucard, nos guie. — Ela abriu caminho para o tritão que saltou com cuidado sobre a vala de esqueletos infantis.

O grupo adentrava na floresta ouvindo a crocância das folhas secas ao serem pisadas. Já as folhas das árvores balançavam bastante espantados os pássaros rosados dos troncos. O barulho do mar dançava junto com o silêncio profundo que reinava no local.

— Eu não imaginava que pudesse existir algum lugar tão fantástico. Sinto que estou em um livro de histórias infantis. Parece um paraíso. — Ao terminar de falar, uma flecha passou de raspão pela nuca do homem acertando uma árvore.

— Puta merda. Abaixem-se! - Alucard gritou quando diversas flechas foram atiradas contra o grupo. Edward ficou em pé travado pelo susto da quase morte. — Caralho, Edward. — Segurou uma flecha em movimento impedindo que encostasse nos olhos do pirata. Arremessou de volta acertando em cheio a cabeça de uma fada fazendo atravessar. — Falei pra abaixar. — Deu uma rasteira no homem o fazendo cair no chão.

— Obrigado Alucard, de verdade. — Eles respirou ofegante sentindo o seu coração pulsar de forma acelerada praticamente saindo pela boca. — Mas vim para ajudar. — Ele respirou fundo e se levantou atirando contra aqueles seres que se rebelavam. 

O trio era tomado como alvo pelas fadas que atiravam flechas incessantemente a fim de acertar os jovens. Os tiros de Edward transformam aqueles seres mitológicos em peneiras. As árvores eram alvejadas pelas flechas, ficava cada vez mais complicado enxergar as minúsculas fadas da ilha impossibilitando contra atacar, dessa forma a única solução viável era correr e foi exatamente o que fizeram, percorreram entre as árvores de forma rápida desviando de alguns arbustos que apareciam no caminho a imensidão verde se tornava cada vez maior na medida que eles corriam para se salvar. Seus sapatos faziam barulhos quando pisaram no solo recheado de folhas secas. Alucard olhava para certificar que não viria mais um ataque.

Ondas de amor - HotWhere stories live. Discover now