𝐆𝐄̂𝐍𝐄𝐒𝐈𝐒 𝐈𝐈

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Gênesis II, ou minha carona com um bode maconheiro

Grover e Percy foram levados à sala do diretor assim que o ônibus estacionou na escola

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Grover e Percy foram levados à sala do diretor assim que o ônibus estacionou na escola. Eden estava preocupada demais com o fato de que Rosa estava suando frio para perguntar se ela tinha visto seja lá o que tinha tomado conta da pobre professora de álgebra também. Era óbvio que a resposta era sim. E a coisa era muito séria.

– A gente tem que sair daqui – Rosa tentava hiperventilar e abriu a porta de seu dormitório. – Tipo agorinha ! Eu não sei como ela não viu a gente, mas ela vai ver ! E se ela ver . . . Não esquece nada, eu vou fazer uma ligação, o Byrnes vai saber o que fazer.

Eden teve que piscar várias vezes para ter certeza que os dedos da Rosa não pareciam ter espinhos como caules de rosas. Estranho. Ela não poderia ser um demônio também, poderia? Não a Rosa, doce, tímida, avoada Edna Rosa.

— Vai, vai, vai ! – Rosa a empurrou para fora do quarto, não tinha nada a fazer a não ser voltar ou seu próprio dormitório e fazer as malas.

O que não seria difícil para Eden que tinha tão pouca coisa que valeria a pena carregar, depois que o pai morreu ela se desfez de estátuas de santos e bíblias e roupas que a faziam parecer uma freira. Eden não tinha muito uso para bens materiais, ela não tinha nem um quarto.

A menina andou pelos corredores, tentando não pensar em asas e chifres. Será que a Sra.Dodds era um anjo, Deus sempre manda um anjo e eles sempre começam com "Não tema", talvez os anjos sejam assustadores.

— Eí, Eden! — No fim do corredor estava Percy na porta do dormitório dela, a luz entrava pelas janelas e fazia ele, sim, aparecer um anjo como nas pinturas renascentistas. Com cachos dourados e olhos azuis como um lago, brilhando e refletindo. — Eu queria dizer adeus.

— Adeus? – Eden estava de frente para ele.

— O diretor não acreditou em mim, eles acham que eu empurrei a Nancy mas eu não toquei nela!  – Percy tentou se explicar.

— Eu sei – Eden disse e viu a expressão de Percy, um misto de surpresa e alívio – Eu vi.

Uma buzina alta soou.

— Eu tenho que ir – Percy olhou para os pés – Minha carona chegou.

— Adeus Percy.

Eden se contorceu de culpa. Ela queria contar para ele sobre a fumaça e os olhos e todas as coisas estranhas que já haviam acontecido com ela mas não podia. Não sabia como. Ela teve que assistir Percy limpar a garganta, girar os calcanhares e sumir no corredor.

Só então Eden abriu a porta.

Os dormitórios na Yancy não tinham muita personalidade ou espaço e o da Eden tinha menos ainda. Uma cama de solteiro com um colchão duro demais, um armário pequeno e uma mesa para estudos. Eden tentou memorizar cada centímetro daquele quarto. Do lado de fora uma tempestade se formava.

𝐍𝐈𝐍𝐓𝐇 𝐂𝐈𝐑𝐂𝐋𝐄  ;  pjo Where stories live. Discover now