𝐀𝐏𝐎𝐂𝐀𝐋𝐈𝐏𝐒𝐄

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APOCALIPSE — O peso do escorpião morto

Há muito tempo atrás numa terra de outro deus, vivia um homem forte, um defensor de seu povo, um guerreiro bravo e heróico

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Há muito tempo atrás numa terra de outro deus, vivia um homem forte, um defensor de seu povo, um guerreiro bravo e heróico. Esse homem mantinha segredos sobre de onde vinha sua enorme força, segredos que seus inimigos por muitas vezes tentaram descobrir porém falharam.

Até que um dia, mandaram a esse homem uma mulher, uma bela e astuta mulher, com olhos oblíquos e cabelos de fogo. Ela o perguntou seus segredos e pobre herói, a contou todos porque a amava. A mulher roubou aquilo que o deixava forte, e retornou ao lado inimigo.

Histórias muitas vezes se repetem.

Andrômeda acordou numa enorme sala de mármore negro, o teto era um céu estrelado que mesmo no subsolo, brilhava com oito luas, cada uma em uma fase diferente, constelações que cintalavam em um prateado suave etereo.  No centro da sala, uma longa mesa com todas as ervas e temperos, velas de todas as cores, ossos e penas de todo o tipo de animal, um pote de vidro cheio de dentes. Uma lareira decorada com gravuras de cães e serpentes queimava com um fogo roxo.

Da lareira saiu uma mulher. Vestida em uma longa túnica preta de bordados lilás e brilhos de ametistas. A mulher era Hécate. Andrômeda soube no segundo que ela tirou seu capuz revelando cachos ruivos e olhos violeta.

– Você está atrasada. – disse Hécate – Venha, temos muito trabalho a fazer.

– Eu? – perguntou a menina.

– Sim, é claro – a deusa apontou para a mesa.

Andrômeda se apressou à mesa, a deusa já estava preparando algo em seu caldeirão. Separando folhas verdes.

– Isso são belladonnas, extremamente venenosas. Pique-as. – mandou sua mãe e Andrômeda obedeceu – Vai precisar de chá muito concentrado.

A deusa lhe passava instruções, três pernas de besouro, quatro gotas de óleo de rosa, cascas de ovos, ferrão de escorpião, gotas de sangue mágico.
– Onde estamos ? – Andrômeda perguntou mexendo o líquido na fervura.

– No Mundo Inferior, como deusa da passagem entre a vida e a morte, tenho uma morada aqui. Continue mexendo até tudo estiver fervido.

– O que eu estou fazendo ?

– Você vai ver – sorriu a deusa, com seus segredos e mágicas.

E ela viu, quando líquido ferveu por inteiro e virou vapor, no fundo da panela estava um escorpião de casca roxa e anormal.

– Você tem que ir – a deusa pôs a mão dentro do caldeirão e tomou o inseto em mão – Entregue esse fofinho para o ladrão de raios.

Lady Hécate conjurou um pote de vidro e tampo o escorpião. Andrômeda guardou seu novo pet em sua bolsa. Com um sopro de maresia, a ruiva sentiu seu corpo se desfazer em espuma do mar. 

𝐍𝐈𝐍𝐓𝐇 𝐂𝐈𝐑𝐂𝐋𝐄  ;  pjo Where stories live. Discover now