𝐆𝐄̂𝐍𝐄𝐒𝐈𝐒 𝐈𝐈𝐈

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GENESIS III — campos de morango para sempre

GENESIS III — campos de morango para sempre

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Parabéns, minha criança. No escuro tinha uma serpente, suas escamas cintilando como estrelas, os olhos brilhavam como grandes ametistas. Nem todas as minhas crianças apresentam essa sua aptidão. Serpentes não abrem sorrisos, mas aquela conseguia expressar uma satisfação em seus sussuros. Você é minha mãe ? Sou isso também. Seu pai escolheu seu nome para me afastar, um jardim não é nome para uma filha minha, eu queria te chamar de outras coisas. O animal abriu a boca e devorou Eden por inteiro.

Eden Covey caiu no sono no banco de trás daquela caminhonete cheirando a maconha e acordou no chalé mais superlotado que ela já tinha visto. Eram tantos sacos de dormir que ela não via o chão, o sol nascia debaixo de cortinas finas e iluminava o chalé que mais aparentava um acampamento de refugiados. Os poucos acordados formavam um grupo de jovens bronzeados e atléticos, em camisetas de um laranja horrível, se vestindo e conversando entre si.

Ela sentiu os olhos de alguém nela, se levantando e sentando em seu saco de dormir. Tinha um garoto, ele deu um passo na direção dela, como alguém que quer contar um segredo.

– Eu sei que você vê ela também – ele sussurrou com um sorriso de canto.

– Al ! – chamou um outro rapaz que observava a cena, ele era mais musculoso e agradável aos olhos com seus cachos castanhos e sorriso confiante, um mocinho de comédia romântica perfeito se não fosse pela cicatriz que cortava da sobrancelha até bochecha de seu lado direito – Pare de assustar a novata. Esse psicopata é o Alabaster e eu sou Luke, seu novo conselheiro.

Alabaster recuou, não ofendido pelas palavras de Luke mas encarando com a mesma intensidade de antes, e Eden conseguiu ler o que estava escrito nas camisetas : ACAMPAMENTO MEIO-SANGUE. Ah, pensou ela, isso explica muito e muito pouco ao mesmo tempo.

– Então, já sabe o que está fazendo aqui ou eu tenho que te levar para assistir o filme de orientação – Luke começou, isso era uma frase ensaiada já, é claramente ele tinha experiência.

– A gente é meio deus ? – Eden se recordava de ter uma conversa parecida horas mais tarde com a Rosa e um bode.

– Sim, no momento como não sabemos qual especificamente é seu pai ou mãe celestial você vai ficar com a gente do chalé 11. Hermes é deus dos viajantes, das estradas e das jornadas, então não é exigente com quem apadrinha. – completou Luke.

Eden tinha se posto de pé, sentiu a necessidade de tomar um banho lento e fervendo. Ela olhou para suas mãos e seus dedos estavam roxos, não machucados mas como se tivessem enfiado como um dos dedos até o nó num balde de tinta. Mas, deve ser coisa normal de semideus.

– Mãe. E como é que eu vou saber quem ela é ? – Eden fitou Alabaster que acenou que não com a cabeça.

– Você vai saber. – assentiu Luke. – Café da manhã?

𝐍𝐈𝐍𝐓𝐇 𝐂𝐈𝐑𝐂𝐋𝐄  ;  pjo Onde as histórias ganham vida. Descobre agora