Capítulo 57

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Luma Panazzolo

A tarde do dia seguinte caiu rapidamente que eu mal pude me dar conta de que horas fui dormir, havia aproveitado as últimas horas como nunca na minha vida. Acho que juntei o meu período fértil antes de engravidar e os hormônios da gravidez, e descontei toda a minha vontade essa noite inteira.

Acordar desnorteada às vezes me deixa muito pensativa e distraída, e acabo imaginando coisas que eu não deveria. Daire me diz que às vezes apresento sinais de tdah, mas eu diria que em alguns casos apresento sinais de esquizofrenia.

Olhei para o lado, a minha esquerda, e não vi Paolo. Franzi a testa vasculhando o quarto a procurar de algum resquício do mesmo, mas não havia nada aqui, isso fez com que meu coração apertasse. Lembrei-me que boa parte de nossas roupas foram se espalhando pela casa traçando uma trilha. Meu corpo ferveu só de imaginar as emoções de ontem.
Enrolei-me em uma manta grossa e levantei da cama saindo do quarto para procurar Paolo. Ele não estava em lugar algum, sem bilhete, sem nada.
Ah, aquele bastardo me paga!

Voltei no quarto e separei algumas coisas e saí do cômodo, indo até o banheiro tomar um banho.
Precisava preparar algo para comer, infelizmente não estou em uma boa posição para confiar em ninguém para pedir algo que me alimentasse. Embora eu comesse algumas refeições que a empregada da minha casa fazia, Paolo tinha mania de testá-la para saber se confiável, a modos antigos. Isso se tornou mais frequente depois que engravidei. Estava tão submersa que às vezes esquecia de quantos meses eu estou. Preciso fazer uma ultrassom por semana para manter meus cálculos mentais atualizados.

Depois de tomar banho, preparei uma massa simples para comer, com muito manjericão porque estava desejando isso mesmo não sendo muito chegada a esse gosto.
Limpo toda a minha bagunça e separo um pouco de comida para que os seguranças comessem também, afinal, não era fácil ser guarda costas de um capo e da esposa, parecia até ser um trabalho árduo devido a tamanha responsabilidades. Às vezes penso até que sou mais protegida que alguém da realeza.

Após adentrar a chácara depois de entregar a comida para os seguranças, ouço um barulho de algo tocando como se fosse uma contagem regressiva. Ergui a sobrancelha tentando identificar de onde vinha esse som, pelo que eu me lembre, Ettore não me disse nada sobre haver algum aparelho por aqui além da presilha que havia me dado para conseguir me monitorar. O barulho cessa acabando com meu foco em procurar de onde vinha.

Ando pela vasculhando tudo e olhando com mais atenção, o que provavelmente havia passado despercebido dos meus olhos. Não era nada luxuoso ou enorme aqui, o lugar ideial para se esconder e evitar que chamasse a atenção. Mesmo que houvesse seguranças lá fora eles sabiam se camuflar muito bem, mesmo que não usasse roupas no modelo do exército. Eles eram discretos os suficiente para fazerem com que esse lugar parecesse abandonado ou vazio, que não fosse algo tão atrativo. Porém por dentro era bem aconchegante.

Mais uma vez o barulho volta e com isso alguém bate na porta, e a pessoa se identifica como o segurança. Percebo que ele está falando com alguém, enquanto o bendito barulho continuava. Abro a porta e de imediato um celular é estendido em minha direção, pego-o encostando em meu ouvido. Logo a pessoa se pronúncia.

— Luma, está tudo bem? — a voz me soa familiar, me fazendo lembrar de Donatella.

Supirando aliviada, respondo-a.

— Está sim, não precisa se preocupar. Como está tudo por aí?

— Um caos. Preciso que ouça com atenção as instruções que meu marido e Paolo me deram, tudo bem? — pergunta com uma voz ansiosa.

Apenas produzo um som da garganta confirmando, esperando que ela prossiga.

— Junte tudo o que você vai precisar, tais como as vitaminas e algo relacionado a você, tipo alguma ultrassom ou papel do médico que Ettore te levou. Reúna todos os seguranças e leve-os até o quarto, não sei se percebeu, mas a cama ela é como um baú, revestida pelo mesmo material do piso de madeira. Peça que levantem o colchão e você vai digitar a senha do cofre da biblioteca de Paolo, ele informou que você sabe. Há um túnel. Não me pergunte como foi construído, estou certa de que essa obra levaram séculos, tendo início desde quando houve formações de máfias. Dentro do túnel você achará o que precisar. — Donatella redigiu tudo, sem ao menos uma pausa.

— Tudo bem, acho que tenho uma noção do que devo fazer. Meu pai treinava eu e minha irmã para sabermos lidar em situações de emergência. — digo absorta, sem imaginar o que poderia estar acontecendo.

A ligação encerra e ponho em prática o que Donatella havia dito, mas faria melhor, no estilo Luma!

Mesmo tentando adivinhar o que havia acontecido, o motivo era evidente, uma guerra iria começar.

Como haviam no mínimo quinze seguranças espalhados, eu só precisaria de oito deles. Eu poderia imaginar que alguém poderia estar para chegar aqui e precisava fazer com que tudo parecesse invadido.

Peguei uma faca batendo em alguns enfeites de vidro, sabia que não ficaria nada similar a um tiro, mas se eu quero confundir o inimigo, eu o faria de um jeito convencional.

Depois de desorganizar a chácara, fui até o quarto e afastei o colchão a procura de algum fundo falso. Assim que o identifiquei dei uma cotovelada e a madeira cedeu, revelando uma tampa enorme, um pouco similar a de um bueiro. Digitei a senha destravando a tranca.

Após selecionar os seguranças a dedos, pedi que o restante voltassem usando a desculpa que foi a mando de Paolo, sabia que ele iria querer esganar meu pescoço, mas no momento ele precisa de mais pessoas para protegê-lo do que eu. Nada disso estaria acontecendo se não fosse minha culpa.

Fui muito burra em cair naquela maldita armadilha sem ter recebido provas de que realmente meu pai estava vivo, mas eu ainda conseguia sentir essa energia.

Novamente dentro do quarto, pedi para que abrissem a tampa e ordenei para um dos que eu dispensei, que travasse de volta e deixaria o colchão de forma impecável. Esperei que os outros descessem para que eu fosse a última e me certificar-se de que realmente a tampa havia sido travada, no momento em que a toquei.
Continuei a descer as escadas e já com os pés no chão, procurei por uma lanterna sem ter dificuldade alguma em encontrar.

Andar nesse túnel me lembrava a uma série de narcotráfico do El Chema, em que os mesmo fugia da prisão por um túnel muito bem elaborado. Mas esse definitivamente superava.

Uma vez ouvi meu pai falar que em Nápoles havia muitos túneis ou passagens secretas, aquele lugar é um caos e um dos mais perigosos da Itália por conta das máfias, isso me faz pensar que o nível de QI de um mafioso está a cada dia mais elevado devido as formas de fulgas.

Depois de andar por um longo tempo, houve um barulho ensurdecedor fazendo com que a passagem subterrânea o de me encontrava, estremecesse. Nada havia caído ou houvesse tido uma ameaça de que o teto ou as paredes cedessem, estava tudo intacto. Automaticamente isso me fez lembrar de que aquele barulho fosse o de apito de uma bomba ou algo do tipo, fazia sentido com o que acabou de acontecer.

— Está tudo bem senhora Collato, foi informado a nós que isso aconteceria por questão da sua segurança, iremos atravessar os túneis até uma estrada que pegaremos para ir ao rancho.— um dos seguranças disse.

O rancho era um lugar meio óbvio para me acharem como também não era, se eles pensavam que eu estaria muito segura, não pisariam no rancho.

Algum tempo se passou e eu ainda continuava a andar pelo subsolo, ouvi pneus cantando e tinha certeza que eram aqueles malditos a mando de Santamaria. Mal sabe ele que o fim dele está próximo, faria de tudo para ajudar Paolo no que fosse necessário e acabar com boa parte de pessoas inúteis na Cosa Nostra, começando pelo clã e por último a cupola.









































Quem é vivo sempre aparece, né? Estou muito focada em outro livro que estou escrevendo, vivendo minha vida e tudo que uma pessoa normal tem direito, no tempo certo.
Enfim, feliz Natal e feliz ano novo beeeeem atrasado para vocês.

Creio que até o fim de ano eu consiga lançar meu novo "trabalho" e estou me dedicando para me superar na escrita, para que futuramente eu ganhe dinheiro hahaha.

Próximo capítulo vai ser dedo no cool e gritariaaaaa.

Beijinhos 🤭🥰.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 14 ⏰

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