cap ³⁷

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Ha 2 anos atras.

Damon

Inferno de sol.

Eu odiava o verão, odiava esse sol batendo na minha cara o tempo todo, pelomenos o calor de antes muda devido a temperatura gelida do colegio de Thunder Bay.

Agora faziam 2 anos desde que tudo acabou. Mas acabar esta longe de definir o que esses longos 2 anos sem ela representaram para mim. Ela havia ido embora, mas havia deixado uma trilha sangrenta para tras.

Fisicamente ela não estava ali, mas mentalmente estava me assombrando constantemente, com todas aquelas palavras dolorosas e que eu lutava dia após dia para continuar aguentando firme e não deixando essas crenças vencerem.

Perdido em meus devaneios, mas nem tanto a ponto de não ouvir um choro vindo do banheiro feminino.
Mas estranho pois o horario da saida ja havia passado a algum tempo, e só havia eu e os meninos treinando hoje.

Não que eu me importe com quem quer que seja mas, fico com uma pulga atras da orelha.

e se for ela?

Noto a espessura da porta que havia escrito bem ali na frente ´´banheiro feminino'' ao abri-la.

Posso ouvir a fungada baixa de nariz enquanto caminho até a cabine de onde vinha o som.

Merda, o que eu estava aqui? Poderia ser uma garota qualquer, talvez chorando pelo namorado, ou talvez porque eu não liguei no dia seguinte. Odiava quando elas voltavam praticamente rastejando até mim, eu achava ridiculo. Todas sabem da minha reputação, sabiam onde estavam se metendo, a culpa não era minha.

Ma outra parte de mim tambem se perguntava se era a minha garota ali naquela cabine. Sozinha e com medo. Eu nunca a deixaria assim, por algum motivo sempre nutri certo carinho por aquela garota dos cabelos cheios de cachinhos.

Antes de Michael, Will, Kai ou até Banks, houve ela. A garota que tambem era sozinha. Que assim como eu vivia em uma casa assombrada, sendo criada por monstros, cultivando alguns deles em sua mente, mas diferente de mim, ela tinha algo que eu havia perdido a tanto tempo que sequer me lembrava do que era até ve-la pela primeira vez.

Esperança.

Ela, que mesmo depois de passar pelo inferno continuou tendo esperança, continuou brilhando. Eu não sabia o que era afeto até conhece-la.

Com este ultimo pensamento, permito que a palavra que o meu receio tentava me impedir de dizer deslize pela minha boca.

– Lilith?
Pergunto baixinho e cauteloso.

– Damon?

Meus pelos se arrepiam ao ouvir sua voz.

Penso em como pedi-la para abrir a porta sem acabar a assustando.

Lith é como uma gatinha, afiada, e sabe atacar, mas tambem se assusta facil, eu sei disso. Ela tende a se afastar quando se sente ameaçada.

– Posso entrar surtadinha?

Posso ouvir o barulho de uma tranca sendo aberta o que me faz empurrar a porta cautelosamente.

Ela estava sentada no chão, abraçando os joellhos, também encarando o piso duro a sua frente.

Aqui era tudo branco e frio, fecho a porta atrás de mim e me sento agacho.

Eu ainda estava com a regata, bermuda e chuteira vermelhos do time.

Não sou nenhum pouco bom com abraços ou carinho, mas gostaria de ser apenas para embala-la em meus braços e tirá-la dessa situação.

Ela não chorava, não havia uma lágrima em seus olhos, mas estava paralisada. Todo aquele brilho havia desaparecido de seu rosto e seu físico estava recolhido, ela sequer parecia estar ali de verdade, o que me faz pensar se estou sonhando.

• Broken don't fit • (damon torrance fanfiction)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora