Capítulo 18 - Oclumência

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CAPÍTULO 18 - OCLUMÊNCIA


Draco ficou em frente à lareira, olhando as chamas dançantes enquanto elas balançavam em um ritmo inaudível, provocando-o a jogar o punhado de pó verde que ele segurava firmemente em uma das mãos. Ele engoliu em seco. Já se passaram quase duas semanas desde que ele viu Granger pela última vez. Ele não teve notícias dela desde a briga no apartamento dela.

Ele esperava que ela lhe enviasse uma coruja. Ele já se preparou para a raiva dela e previu que ela desistiria do acordo, sem fazer perguntas. Mas nada aconteceu.

Ele perdeu a conta de todas as cartas que escreveu, mas nunca se preocupou em enviar. Ele disse a si mesmo que esperaria. Ele se forçou a ser paciente. Mas no momento em que ele percebeu que ela ainda não cortou a conexão de flu, ele se viu em frente ao fogo, pronto para jogar o pó em sua mão.

Ele iria?

Será que ele realmente iria?

A última vez que ele entrou em sua casa sem avisar, ela pirou. Mas isso aconteceu principalmente porque ele meteu o nariz na pesquisa dela, não porque estive lá. Ele piscou.

Ou foi?

Draco jogou o pouco pó que restava em suas mãos nas chamas enquanto se afastava, passando a mão limpa pelo rosto enquanto batia a mão granulada nas calças. Ele se sentou no sofá, apoiando a nuca no estofamento.

Por que ela estava tão... quieta?

Por que ela não estava dando a mínima para ele por invadir sua privacidade?

Ele gemeu. Não fazia sentido. Ela não estava agindo como ele pensava que ela faria. O que diabos todo o seu silêncio significava?

Seu olhar pousou na pilha de jornais em sua mesa de centro, surpreso com a reviravolta inesperada dos acontecimentos nos últimos dias. E pensar que pessoas, estranhos que ele nem conhecia, haviam escrito ao ministério e exigido uma explicação sobre o confisco da mansão de sua família e da conta de Gringotes... Ele não sabia o que pensar.

Mas se ele tivesse que agradecer a alguém, ele sabia que seria Rita Skeeter. Se não fosse pela imagem romantizada que ela pintou dele em seu tabloide, ele tinha certeza de que nunca teria conseguido tanta simpatia das massas.

A primeira página do profeta trazia fotos de Kingsley e diferentes membros da Ordem da Fênix sendo perseguidos por explicações sobre o tratamento injusto que o atual governo vinha empregando em relação aos sangues-puros. Ele bufou. Não é à toa que eles devolveram a mansão. Dessa forma, eles ainda poderiam concluir que tudo havia sido feito seguindo os procedimentos de rotina e que haviam cumprido sua palavra.

Draco olhou ao redor da sala do apartamento temporário onde eles estavam há mais de quatro meses. Faz tanto tempo? Pareceu um ano para ele.

Em três dias, eles iriam... eles finalmente teriam a mansão de volta. Ele passou a mão pelo cabelo. Parecia surreal.

Seu olhar pousou de volta na lareira, passando a mão pelos cabelos enquanto verificava a hora. Já eram oito e meia, o que significava que ele estava debatendo o que fazer há quase uma hora. Ele suspirou.

Ele sabia que a última versão do contrato alterado exigia que Granger terminasse todos os dezesseis encontros com ele, independentemente de ele ter recuperado a mansão ou não. Isso significava que ainda lhe faltavam mais onze.

Ele queria lembrá-la desse fato. Ele queria reiterar o prazo alterado para a pena de dissolução se ela desistisse, mas uma parte dele não podia deixar de sentir que de alguma forma... devia a ela simplesmente acabar com tudo. Ele balançou sua cabeça.

Falsas Pretensões - TRADUÇÃOWhere stories live. Discover now