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— Você cortou o dedo - observou Jungkook com gentileza.

— Ah, não foi nada.


— Nada? – ele murmurou. — Venha aqui... Deixe-me ver.

   Jimin se encolheu quando ele pegou-lhe o dedo. O contato inocente o deixou estonteado.

   Jungkook havia regressado naquele dia, depois de passar três dias em Seoul, e apesar de Jimin ficar ridiculamente feliz ao revê-lo, ele não podia afastar a dolorosa sensação de insegurança e de ciúme ao pensar no que o alfa estivera fazendo. 


   Estavam sentados na beira do mar, na praia mais linda que ele já vira: ele ,Junghoon e Jungkook. O alfa insistira que Jimin e o filho precisavam conhecer melhor a ilha, principalmente porque era seu dia de folga. 


   Junghoon passara a manhã brincando com um magnífico castelo de areia que o pai tinha construído com uma paciência que fizera com que seu coração doesse de tristeza, porque era como se o sol despontasse por detrás de nuvens escuras e pesadas.


   Aquele era o Jungkook que se escondia por trás da fria aparência... O homem que ele raramente revelava às pessoas, e que se mostrara a Jimin há tantos anos, fazendo com que fosse fácil amá-lo. 


   Comeram arroz, kimchi e bulgogi na hora do almoço, e, agora, Junghoon dormia à sombra de uma rocha, com o rosto protegido por um curioso chapéu de algodão. 


   Parecia estranho saírem como uma família normal, Jimin sem o avental e sem a sensação de  subserviência que o invadia toda vez que o vestia. Também era estranho estar na companhia do alfa que não vira desde que ele o deixara no quarto, após uma apaixonada noite. Ele saíra sem dizer uma palavra sobre por que e onde estava indo, Jimin lembrou a si mesmo. 

— Como foi que aconteceu? – perguntou Jungkook, que fingia examinar-lhe o dedo, enquanto o coração de Jimin disparava.

Cortei com a faca de frutas.
— Você foi descuidado, Jimin.
— Sim. – Park preferiu não entrar em detalhes do motivo que o levou a cortar o dedo.

   O ômega queria lhe dizer para não segurar sua mão daquele jeito, mas ele pensaria que Jimin estava histérico, porque, na aparência, tudo não passava de um gesto inocente. 


   Para ele era como se o toque da mão de Jungkook o queimasse, como se Jimin estivesse em carne viva. Ao mesmo tempo, queria que ele o tocasse de maneira muito mais inadequada. 


   Desejava que Jungkook o pegasse nos braços, que desse algum sinal de que tinham sido amantes. Ele não o tocou, e Jimin disse a si mesmo que era por causa da presença do filhote. 

— Então, o que você fazia em Seoul? – Jimin perguntou de repente, apesar de intimamente ter jurado que não o faria. 

   Jungkook não respondeu de imediato. Soltou a mão do ômega e deu um sorriso estranho e zombeteiro


— Acho que não é da sua conta.


   Era a pior resposta possível e Jimin demonstrou sua insegurança. Com o coração loucamente acelerado, ele deu uma olhada na direção de Junghoon, que dormia um sono profundo, cansado de brincar e alheio à conversa tensa dos pais.

O Início Do DesejoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant