Capítulo dezesseis

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Ryu Shi-oh

Depois de passar o dia ocupando minha cabeça para não pensar em Yeon-ju, eu desisto, me rendendo aos milhares de pensamentos que invadiram minha cabeça.

"Ela vai me procurar?" E "Ela quer algo comigo?" foram os principais dentre todos os meus questionamentos.

Eu não me apaixono, pessoas como eu não foram feitas para se apaixonar. A Pavel me ensinou isso. O "amor" e a "amizade" não são feitos para nós. Nós não merecemos amar... Muito menos sermos amados.

Mas ela...

Yeon-ju me cativou desde o primeiro segundo que meu olhar se cruzou com o dela. Um interesse surgiu, e isso é fato.

Talvez ela esteja certa e depois que ambos matarem o desejo carnal um pelo outro isso passe. Afinal, pode ser só uma carência momentânea. Ela não terminou a muito tempo e eu não me envolvo com ninguém já faz alguns meses. Ambos os lados podem apenas estarem querendo uma diversão momentânea.

Um caso de uma noite.

— Senhor? — Meu funcionário entra e eu o olho.

— Você não deveria ter ido embora? — pergunto olhando as horas e vendo que o expediente dele e de todos os outros já havia acabado a alguns minutos.

— Sim, eu estava indo, mas tem uma mulher na porta da Doogo, que insiste em falar com o senhor. — Franzo o cenho o encarando — ela se chama Min Yeon-ju, e diz que realmente precisa falar com o senhor agora. — Me levanto e ando até minha mesinha me servindo um copo de bebida.

— Traga ela até o corredor e informe o caminho até minha sala, depois vá embora. — Ordeno enquanto bebo lentamente a bebida.

— Sim senhor. — Ele afirma e sai.

Coloco o copo de volta em seu lugar e me viro para a janela atrás da minha mesa olhando a vista enquanto aguardo por Yeon-ju. E, felizmente, não demora muito para que eu escute barulhos de passos e que a minha porta se abra.

— Não precisava dizer onde fica sua sala, já estive aqui — ela entra e encosta a porta.

— Sim, mas já faz algum tempo — digo sem me virar para ela — sobre o que quer conversar?

— Bem, eu... — ela se aproxima — pode olhar para mim por favor? — ela pede, eu não me viro no entanto, permaneço olhando a janela vendo nela seu reflexo e vendo também como ela estava bonita, porém nervosa, as mãos entrelaçadas na frente do corpo indicando isto. Ela usava uma camisa de botões azul clara de mangas longas e uma saia marrom também longa e saltos pretos — Certo, não se vire então.

— Vá direto ao ponto, por favor — peço e ela suspira.

— Meu pai recebeu alta...

— Fico feliz que ele não esteja mais em uma situação ruim.

— E ele ficará na minha casa por uma semana para monitoramento diário.

— Você é médica, da conta disso. — Eu não sabia exatamente o motivo de estar respondendo ela desta forma.

Um pouco de chateação pela nossa última conversa talvez?

— E durante essa semana eu provavelmente não vou sair de casa.

— Compreensível — vejo pelo reflexo na janela que ela de aproxima de mim.

— E eu não queria que nossa última conversa fosse a que tivemos no hospital.

— Então o motivo de você ter vindo aqui é por que a conversa que tivemos te deixou pensativa? Bem, pelo que me lembro disse que esperaria pela sua decisão.

𝐒𝐰𝐞𝐞𝐭 𝐃𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 ★ 𝐑𝐘𝐔 𝐒𝐇𝐈-𝐎𝐇Where stories live. Discover now