capítulo 5

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CAPÍTULO 5

Passadas duas semanas desde que descobriu sobre o câncer de Lourdes, John lutava para ser um bom marido, mas seus pensamentos incessantemente rondavam Mari. Ele tentava compensar a traição não apenas pelo ato em si, mas também porque continuava traindo-a em seus pensamentos. Aquela noite havia sido a melhor de sua vida. Enquanto tomava seu café para ir ao trabalho, imerso em seus pensamentos, foi interrompido por batidas na porta. Ao atender, deparou-se com Mari, radiante e sorridente.

— Mari, o que houve? São 6:00 da manhã. - ele diz, examinando-a em busca de machucados, e seus olhares se encontram.

— Eu estava com saudades. Não aguentei mais, John. Estou morrendo por dentro de tanto desejo do seu beijo, do seu toque. 

Dizendo isso, ela envolve os braços em volta do pescoço de John, que naquele momento esquece todos os seus problemas e, mais uma vez, perde-se totalmente na emoção, desejando apenas sentir os lábios da jovem. Ele a abraça firmemente e seus lábios se encontram num beijo ardente.

— Eu também estava com saudades, meu amor. — ele murmura, intensificando o beijo. Segurando a cintura de Mari, ele a ergue do chão e ela envolve as pernas em torno da cintura do homem, como se o abraçasse.

— Você tem um dom sobre mim que me enlouquece. - John confessa. - Não consigo resistir a você.

Mari não diz nada, seus lábios ocupados demais beijando o pescoço de John enquanto ele a conduz à cozinha. Sentando-a na mesa, apressadamente ele abre o zíper da calça, deixando seu membro à mostra.

Suas mãos exploraram o corpo da garota, que se contorcia de desejo. Ele acariciou sua intimidade por cima da calcinha e percebeu que ela estava completamente molhada.

Com um sorriso, puxou a calcinha para o lado e encaixou seu membro na entrada de Mari, iniciando movimentos rápidos e frenéticos. Ambos gemiam descontroladamente, com as mãos firmes em seu quadril, ele a penetrava com vigor. O barulho das estocadas ecoava pelo quarto, onde Lourdes descansava. Ao ouvir os gemidos, ela se levantou e caminhou em direção à cozinha, deparando-se com os dois entregues ao prazer. Foi nesse momento que Lourdes percebeu que nunca haviam sido tão intensos com ela como estavam sendo com Mari, o que a encheu de tristeza e decepção, refletida em lágrimas que inundaram seu rosto.

Ao tentar fechar o zíper da calça e guardar seu membro, John notou a presença de Lourdes em pé, e pela expressão de tristeza e choque em seu rosto, tinha certeza de que ela havia presenciado a cena.

Mari, paralisada, não tinha ideia de que a esposa de John estava em casa.

Lourdes, tomada pela fúria, avançou em direção a Mari e agarrou seus cabelos, gritando descontroladamente:

— Vagabunda! Eu vou te matar! — gritou, cerrando os dentes.

— Calma, amor — interveio John, tentando acalmar a situação. — Não a machuque, ela é menor de idade. Você está certa em estar furiosa, mas a culpa é minha. Me perdoe.

— Desde quando você está se envolvendo com essa garota? — questionou Lourdes, entre soluços.

— Tanto quanto eu sou uma vagabunda quanto você! — retrucou Mari, também alterada. — O John sabe o que você fez?

— Por favor, Mari, vá embora — pediu John.

— O quê?

— Por favor, vá embora. Depois conversamos.

Mari estava com o coração partido ao ver Jonathan abraçado com a esposa, carinhoso e preocupado. Ela se perguntava se ele a perdoaria se soubesse o que ela fez. John disse: 

— Calma, amor. Fica calma. Me perdoa, eu sei que fui cafajeste, mas juro que não cederei mais à tentação. Eu prometo.

O coração de John doía ao ver sua esposa chorar por sua causa.

— Lourdes, eu te amo, — disse John. — Não sei viver sem você. Por que fez isso comigo? Por quê?

As lágrimas de Lourdes dilaceraram o coração de John. Ele se sentia terrível, canalha não apenas com Lourdes, mas também com Mari, a garota sofrida que entregou sua inocência a ele como presente. Ambas estavam sofrendo, e John decidiu, pensando na doença de Lourdes, que tinha que largar Mari para sempre.

Cumprindo sua promessa, sentia-se um lixo, mas sabia que precisava se afastar de Mari pelo bem de sua esposa, mesmo que a saudade o consumisse.

Decidiu mudar-se da cidade, pois sabia que não resistiria a Mari. A única solução seria partir sem avisar a ninguém.

Com caneta e papel na mão, começou a escrever. Lágrimas encheram seus olhos enquanto escrevia com dor no coração.

"Querida Mari, é com grande tristeza que escrevo estas linhas. Não é fácil dizer adeus. Mas não posso continuar. Você é meu vício, e não consigo resistir a você. Minha esposa precisa de mim. Estou partindo. Se ficar, não conseguirei resistir a você. Não posso mais magoar Lourdes. Sei que corre o risco de nunca me perdoar, e você tem razão. Quebrei minha promessa.

Espero que fique bem. Estou indo embora, mas você estará em meu coração. Lembrarei de você todos os dias. Deixo a chave de minha casa com você. Agora é sua. Deixo também algum dinheiro. Cuide-se e saiba que te amo, mas não posso ficar com você."

Narrativa de Mari:

Três dias depois de Jonathan me pedir para ir embora por causa de Lourdes, estava com muitas saudades e decidida a contar o que tinha visto. Planejava encontrá-lo quando Juninho chegou em casa com uma carta e um envelope amarelo nas mãos. Ele me entregou e partiu.

Ao olhar aquela carta em minhas mãos, com letras que para mim não significavam nada, sem entender e sem saber como fazer alguém ler o que estava escrito, percebi que havia uma chave dentro e um montante de dinheiro. Foi neste momento que a ficha caiu e compreendi o que estava acontecendo. O que eu não esperava era um ato tão covarde. Não imaginava que ele me abandonaria depois de dizer que nunca me deixaria, assumindo a sua responsabilidade naquele momento.

Lágrimas escorriam dos meus olhos enquanto pedia para Brenda ler a carta para mim. Até então, ela não sabia o que tinha acontecido entre nós. Ao ler a carta, confessei:

— Mari, o que isso significa? Você e o John tinham um caso?

— Sim, eu perdi a virgindade com ele.

— Pelo menos você se cuidou?

— Como assim?

Então, Brenda questionou se utilizei proteção e, sem saber o que dizer, fiquei olhando para ela como se fosse uma idiota. Foi então, que ela percebeu pela minha expressão que não havia usado nenhum método contraceptivo.

— Você está louca, Mari. Tem quanto tempo e o que você fará se engravidar?

— Grávida, claro que não. Vejo um monte de meninas fazendo o mesmo e não engravidam, por que eu engravidaria? É impossível. Se meu pai descobrir que não sou mais virgem, ele me mata. Imagine se engravidar, aí sim seria meu fim em dobro.

Brenda olhou para Mari e disse: 

— Deus queira que isso não aconteça, já que não dá mais tempo de tomar a pílula do dia seguinte.

A tristeza de Mari a fez esquecer completamente o medo de Brenda e procurou afastar qualquer pensamento negativo. Afinal, qual seria a chance de isso acontecer? Em seus pensamentos, ela tinha certeza de que nada daquilo iria se concretizar e alimentava a esperança de que John voltaria para seus braços. Ela afirmava com certeza absoluta que, no momento certo, ele retornaria e ela estaria esperando por ele.

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