casamento às cegas

capítulo 11

CAPÍTULO 11

Liam e Brenda passaram o dia inteiro com Mari e só foram embora à noite. Assim que saíram, a tristeza invadiu o coração da jovem mãe, que passou a noite inteira chorando. Às vezes pensava em seu pacotinho de vida, e outras vezes pensava em John. Ela queria muito contar para ele sobre a filha, mas doía o coração de Mari lembrar de tudo que fez para evitar a gravidez. Também queria compartilhar o segredo que guardava de Lourdes, mas não queria machucar o homem. Além disso, Mari não se sentia com autoridade para revelar a verdade.

Imersa em suas lembranças, Mari chorava achando que tinha arruinado sua vida e não merecia ser feliz. Murmurava para si mesma:

"John, a culpa é sua por me deixar. Você prometeu que não me abandonaria, e por isso me tornei uma pessoa sem valor. Não precisava ter me apaixonado por você, e agora menos ainda pelo que fiz. Eu queria tanto te odiar, mas não consigo. O tempo todo penso em você, sonho com você, respiro você."

Após adormecer de tanto chorar, Mari foi acordada por Brenda chamando para o café da manhã.

— Acorda, Mari, já passou das nove e você precisa se alimentar, — falou Brenda.

Mari agradeceu à amiga por todo o cuidado e expressou o desejo de serem como irmãs. Brenda respondeu que não era necessário terem sido irmãs de sangue para se considerarem como tal.

As duas se abraçaram e choraram juntas, até Liam se juntar a elas à tarde e permanecer até tarde. Mari ficou novamente presa em seus pensamentos.

Após três dias de sua saída do hospital, Mari suplicou a Brenda para buscar a filha, admitindo seu arrependimento e desejo de ter a criança novamente.

Brenda prontamente foi buscar Lorena e ajudou a levar as coisas compradas por Mari para cuidar da filha. Ao pegar a bebê no colo, Mari chorou emocionada, reconhecendo a beleza da criança e prometendo ser a mãe que ela merecia.

Na escolha do nome da filha, Mari optou por deixar a decisão para Brenda, a quem convidou para ser madrinha da pequena. Brenda, surpresa e emocionada, aceitou a honrosa oferta de ser madrinha do "pacotinho lindo de amor" de Mari.

Com um sorriso radiante, Brenda pega a pequenina nos braços e a cheira carinhosamente.

— Obrigada, amiga! Você me deu o melhor presente - diz, seus olhos brilhando de felicidade. "Bella combina mais com esse rostinho delicado. O que você acha? Gostou?"

— Sim, é lindo. Como te falei, você decide como nossa pequena vai se chamar e quem deseja como padrinho no batizado.

Mari falou isso já prevendo a resposta.

— Vou perguntar para Liam se ele aceita.

— Eu aceito o que? - Nesse momento, Liam entra e ouve seu nome sendo pronunciado.

— Estávamos conversando sobre você - disse Mari -, que se você voltar a ser cafajeste, arranco suas bolas com um alicate. Ele arregala os olhos.

— Está louca, garota! Quando vai parar de me fazer ameaças?

— Nunca! - brinca Mari. "Estou brincando. Quero saber se quer ser padrinho da Bella, juntamente com a Brenda."

Ele sorri, se aproximando de sua namorada e fazendo carinho na pequena Bella.

— Já que não tenho escolha, eu aceito!

Mari olha para ele e hesita por um momento.

— Deixa para lá, já estou pensando em outra pessoa para ser padrinho e padra para minha amiga no batizado.

— Nada disso - diz ele -, a primeira palavra é a que vale. Mari percebeu que não poderia ter escolhido pessoas melhores, eles seriam os melhores padrinhos do mundo sem dúvida.

Foi um dia de alegria e celebração, onde Mari esqueceu temporariamente de seus problemas e se entregou à felicidade.

Os dias foram passando e Brenda e Liam continuaram a demonstrar carinho e apoio à pequena Bella, sempre presentes e ajudando no que fosse preciso.

Mari começou a trabalhar em uma casa de família para sustentar sua filha, mas a tarefa de conciliar o trabalho com o cuidado de um bebê tornava-se desafiadora para a jovem de apenas 16 anos. Enfrentando preconceitos por ser uma mãe solteira menor de idade que já havia passado por situações difíceis, Mari sempre colocou o bem-estar de sua filha em primeiro lugar, superando as dificuldades.

Nos meses que se seguiram, o pai de Mari se aproximou mais, visitando a filha com frequência para ver a neta. Mari sentiu um misto de inveja e alegria ao perceber o amor que seu pai tinha por Bella.

Ao completar 6 meses, Bella foi batizada em uma linda festa, onde todos estavam radiantes. Liam e Brenda se mostravam cada vez mais unidos e apaixonados, apesar das murmurações alheias sobre o passado de Liam. A felicidade reinava, apesar dos olhares preconceituosos que Mari ainda enfrentava.

Enquanto isso, em outro lugar, um homem sentado em um banco de praça se via imerso em seus pensamentos. Respirando pesadamente, com os olhos fechados, ele relembra o tempo que passou longe de Mari e reflete sobre seu retorno iminente, ponderando sobre o que o futuro reserva para seu relacionamento com ela.

Cada dia que passa, a saudade o consome, e ele decide que é hora de voltar, mesmo ciente dos desafios que terá que enfrentar e do arrependimento por deixar Mari para trás.