capítulo 7

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CAPÍTULO 7

As duas foram até a secretaria de saúde e enfrentaram uma enorme fila, já cansadas de esperar. Quando chegou a vez delas, levantaram-se rapidamente e explicaram a situação:

— Bom dia! Moça.

— Bom dia! Meninas. Qual o nome de vocês?

— Me chamo Brenda Manfred. Estamos aqui porque minha amiga está com um problema de saúde sério. Ela está tendo desmaios, a pressão desregulada, tonturas, enjôos, dores no abdômen e cólicas fortíssimas. O médico não pode diagnosticar sem os resultados dos exames, mas as vagas só estão disponíveis daqui a dois meses. Isso é uma urgência.

A funcionária sugeriu uma data:

— Hum, posso marcar para quinta-feira?

— Sim, quinta-feira está ótimo. Agradeceram a moça e saíram. Brenda notou que Mari estava triste e perguntou:

— Você está bem?

— Estou apavorada, amiga. Com muito medo.

— Vai ficar tudo bem. Vamos ter fé.

— Se o médico estiver certo e eu estiver grávida, minha vida acabou!

— Claro que não, amiga. A gravidez não é o fim do mundo. Você não será a primeira nem a última. Eu estarei sempre com você.

Mari desabafou sobre o pai violento:

— Meu pai vai me matar. Minha mãe não vai se atrever a ajudar, ele é extremamente violento. Já apanhou tanto dela que a deixou hospitalizada por oito dias.

Após um momento de desabafo, as duas se abraçaram e choraram juntas.

— Olha, Mari, sei que as coisas estão difíceis para você. Mas quero que saiba que sempre estarei ao seu lado. Se você estiver realmente grávida, Deus vai protegê-la a você e ao bebê. Não desanime, tá bom?

Elas voltaram para casa muito nervosas.

— Brenda, estou muito nervosa. Preciso beber um pouco. Vamos passar no barzinho, preciso de uma dose de conhaque.

— Mari, você sabe que não pode beber até receber os resultados dos exames. Se estiver mesmo...

— O que tem? - interrompeu Mari, cortando a conversa da amiga.

— Se você estiver grávida, não pode beber, pois prejudica o bebê - respondeu Brenda, olhando para ela.

— Brenda, você se preocupa demais. Se eu estiver grávida, penso nisso depois. Agora, eu quero me acalmar. E para isso, preciso beber.

— Tudo bem, Mari. - disse Brenda, balançando a cabeça em negação.

Assim que entraram no bar, chamaram a atenção de todos os presentes. Mari observou o local e se dirigiu a uma mesa cheia de homens, mas Brenda a puxou pelo braço e disse:

— Mari, aquela mesa é só de homens acima dos 30 anos. Deveríamos sentar sozinhas ou procurar uma mesa com pessoas da nossa idade.

— Qual o problema? - respondeu Mari. - Não gosto de gente imatura e a maioria nem dinheiro tem para uma cerveja.

— Mas são todos casados, não é adequado nos juntarmos a eles - argumentou Brenda.

— E daí? Só quero beber um pouco para esquecer dos problemas que tenho - explicou Mari.

— Mari, você é menor de idade - alertou Brenda.

— Só na idade, Brenda. As pessoas acham que tenho dezoito. Quem vai abrir a boca para dizer que tenho 15? Deixe de paranoia. Além disso, você é maior de idade, tem 19 anos.

— Você é louca! - exclamou Brenda.

— Não sou louca, apenas tive que amadurecer cedo demais para cuidar dos meus irmãos. Meu pai me obrigou a isso. Só me sinto livre e segura quando ele está longe. Por isso, quero aproveitar esse momento de paz, porque sei que não corro o risco de ser agredida por ele - desabafou Mari.

Brenda, compadecida da situação da amiga, sentou-se à mesa sem dizer uma palavra. Um homem da mesa ao lado ofereceu:

— Oi meninas, vocês querem beber alguma coisa?

— Sim, uma tequila para mim, por favor - respondeu Mari.

— Para mim, um suco - pediu Brenda.

Brenda olhou desaprovadoramente para Mari, lembrando-a mais uma vez de que ela poderia estar grávida. Mari, ignorando o aviso, virou o copo como se fosse água.

— Mari, para com isso. Você vai se embriagar desse jeito - preocupou-se Brenda.

— Sei que você se preocupa comigo, mas está ficando chata, Brenda. Você está sendo controladora demais e isso me irrita - retrucou Mari.

Enquanto Mari dançava, os rapazes do local não tiravam os olhos dela, porém um deles, especialmente bonito, olhava insistentemente para Brenda.

Mari percebeu o olhar do rapaz em direção a sua amiga e ficou incomodada. Brenda, sempre sonhadora e tímida, imaginava um romance idealizado, enquanto Mari acreditava que ela precisava viver mais intensamente. O rapaz se aproximou das duas e se apresentou como Liam.

— Boa tarde, meninas. Eu sou Liam - disse o rapaz, sorrindo.

— Boa tarde! - respondeu Brenda timidamente, fixando seu olhar no chão e esfregando as mãos nervosamente.

Mari percebeu a reação de Brenda e viu que ela havia se encantado pelo rapaz. Enquanto mantinha um olho em Liam, Mari decidiu parar de beber para observar as intenções do rapaz.

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