Culpa

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O coração de Runi batia desoladamente em seu peito. Tudo aconteceu tão rápido. Em um momento, Kirishima estava acordado e gargalhando e, no outro, estava numa cama na enfermaria.

Dentro do quarto dele, usando as roupas dele como pijama, ela cheirava a cheiro do seu irmão, sentindo saudades dele.

Desconsolada, Runi saiu da cama, ainda enrolada no cobertor. O seu olhar recaiu sobre uma gaveta meia aberta e ela foi naquela direção, abrindo-a, vendo as fotos que tinha tirado com Kirishima.

Voltando a deitar-se, dessa vez no chão, ela pegou numa das fotos deles dois mais novos e ficou a encarando. Em silêncio, ela deixou que as lembranças ocupassem a sua mente.

" Flashback on

O sol batia no rosto de Runi, fazendo-a despertar do seu sono de beleza. Naquele dia, era o seu aniversário. Deitada na sua cama e enrolada em meio aos cobertores, a garota espreguiçou-se e ajeitou o seu corpo na cama, passando o seu corpo pelo cobertor. Estava quentinha.

Adentrando no quarto, Eijirou e seus pais traziam um bolo feito à mão. Numa bandeja traziam o mesmo para festejar os anos da garota.

Ela merecia. Depois de anos sem festejar o seu aniversário, aquele era o momento perfeito para o festejarem.

- Bom dia, irmã! - O de cabelos vermelhos falou, todo sorridente. - Fizemos isso para você. Feliz aniversário!

Ainda enrolada nos cobertores, ela rapidamente percebeu o que estava a acontecer e levantou-se da cama, quase caindo no chão quando foi ver o bolo. Era de chocolate, coisa que ela amava. E, para melhorar, tinha morangos por cima.

- Eu sei que adoras chocolate e morangos. Então juntamos os dois.

- Não precisavam. - Runi falou, seus olhos marejados.

- Precisavamos. - A mãe dos dois logo corrigiu a mais nova. - Que tipo de pais seriamos nós se não trouxessemos um bolo de aniversário para a nossa filha?

Aproximando-se, o pai deles colocou uma das suas mãos no cabelo da garopta, bagunçando os cabelos da mesma enquanto ria. Junto a seu pai, Kirishima também terminou por rir.

- E você merece, pequenota. - Disse enquanto retirava a mão dos cabelos azuis dela.

Com uma risada abafada, ela olhou para o bolo e, juntando forças, soprou as velas, ouvindo alguns aplausos.

- Eu já falei e volto a falar, vou te mimar muito. - Disseram os pais.

Colocando um sorriso no seu rosto, ela passou o olhar por todos eles e segurou no tabuleiro que continha o seu bolo de aniversário.

- Eu amo vocês. - Disse a garota.

- E nós te amamos muito mais. - Disseram em unissono.

Se aproximando, Kirishima atirou a sua mão para o bolo e pegou um enorme pedaço, atirando-o contra o rosto de Runi.

Sentindo o chocolate inteiro pelo seu rosto, a mais nova começou a gargalhar, mas pegou no restante do bolo e deixou-o contra o rosto de Kirishima.

Vendo os mais novos se divertirem, a mãe dos dois pegou na sua camera polaroid e tirou uma foto dos mesmo. Depois do click, a foto saiu aos poucos, marcando assim um dos momentos felizes que criavam naquela casa.

Flashback off "

Naquele quarto, ela não havia falado nada e nem comido nada. Estava debaixo daquele cobertor, com os olhos inchados de ter estado a chorar. E, Kirishima, ele ainda estava a ser tratado.

A imagem de o ver naquela cama de hospital aterrorizava a garota sempre que ela fechava os olhos.

Olhando as fotos, ela deixou uma lágrima solitária escapar pela sua bochecha.

- Por favor... fique bem... - Ela murmurava para si mesma, passando o dedo pelo rosto de Kirishima na foto. - Idiota. Acorde.

Deixando a foto cair no chão, ela fechou os olhos avermelhados de tanto chorar.

- Por favor. - Ela repetiu, num murmúrio.

Ela podia viver. Viver sozinha. Mas não queria.

Queria viver a sua vida com Kirishima ao seu lado. Sem ele, um medo crescia no seu peito.

Todo o sofrimento do seu passado voltava ao de cima, deixando-a totalmente apavorada com a ideia de ficar sem ele. Mas também sabia que ele tinha bons recursos para melhorar.

Do lado de fora do quarto, batendo na porta fechada, a mãe dos dois adolescentes tentava falar com ela. Ao ouvir as batidas, Runi levantou-se do chão, com o cabelo bagunçado e, foi na direção da porta. Mas não a abriu, ficou apenas na porta, encostando a testa na mesma.

Assim que notou e ouviu os passos da garota, a mais velha ficou do outro lado da porta.

- Como estás? Está tudo bem? - A mãe perguntava, preocupada, trazendo comida num tabuleiro.

Sem responder, ela só pode segurar as suas lágrimas ao ouvir a voz da sua mãe do outro lado. Ela queria falar, mas não conseguiu por causa da culpa que estava no seu corpo. Na sua mente. Em todo o seu corpo.

Do lado de fora, sem receber alguma coisa da parte dela, ela ficou ainda mais preocupada e segurou na maçaneta da porta, soltando um pequeno suspiro.

- Vamos conversar, meu anjo. - Ela pediu, deixando a sua testa na porta.
No interior, a mesma não respondeu e voltou a atirar-se para a cama, sentindo-se derrotada.

Sem conseguir dormir, ela começou a ouvir o som da chuva a pingar nas telhas do telhado. Agora estava a chover. Então, encarando a janela para ver a chuva, ela sentou-se na cama, sentindo a sua cabeça doer do tanto que já tinha chorado.

Naquele dia de chuva, só podia pensar como Kirishima estava na enfermaria. Queria que ele estivesse quentinho e, se tivesse finalmente acordado, esperava que ele estivesse com todas as suas forças e renovado. Esperava que ele não fosse sair da enfermaria com a chuva que estava lá fora. Não queria que ele pegasse um resfriado.

Sentada na cama, ela deu um curto sorriso quando ouviu a voz da sua mãe falar que alguém tinha chegado.

Ganhando algumas forças, ela saiu do quarto e desceu as escadas, ainda de pijama.

Só não esperava encontrar ele.

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