Capítulo 2

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Harry quis ir ver Melanie naquele dia, mas ela estava na UTI, e ele não podia se mover direito ainda. Se sentia impossivelmente fraco - só o ato de tentar dobrar as pernas o deixava exausto. Aceitou esperar. Não era como se ela fosse fugir de um dia pro outro.

Liam: Mamãe está aqui. Ela esteve desesperada todo esse tempo. - Avisou, guardando o celular. - Me perguntou varias vezes se eu não podia acordar você só um pouquinho, pra que você dissesse se estava sentindo algo, Deus a abençoe. - Disse, carinhoso.

Harry: Eu sou um merda. - Disse, culpado.

Liam: Que bom que você sabe. - Disse, irônico, indo até a porta.

Já era fim da tarde quando Anne se acalmou. Chorara, abraçada ao filho, por um bom tempo. Quando se acalmou sondou como ele estava, dizendo que ele perdera peso, e mimara Harry de tudo. Depois, ao comentar o estado de Melanie, caíra no choro de novo. Só a noite Gemma conseguiu convencê-la de ir pra casa, após mostrar que Harry estava bem, que passaria a noite dormindo e que ela, Anne, precisava descansar. Durante os 4 dias que vieram, pouca coisa mudou. Melanie saiu da UTI (mais por falta de melhora do que o contrário) e foi transferida pra um quarto. Harry, por outro lado, recuperou a força. No 5º dia ele, de cadeira de rodas, foi levado até o quarto onde Melanie estava. E ela estava destruída. Pálida, o corpo caído mole sobre a cama, as pálpebras brancas mostrando algumas veias, alguns cortes no rosto, um curativo na testa, um soro no braço, vários fios novamente monitorizando o coração e agora na cabeça, em função do cérebro. Parecia frágil, quebradiça.

Liam: Os peritos acreditam que ela acionou o airbag do carro enquanto caía da ponte, provavelmente pra proteger a barriga do impacto. - Disse, rompendo o silencio. Harry se levantara, com a ajuda de Gemma, e olhava a Melanie desacordada, quieto.

Harry: E? - Perguntou, insondável.

Liam: Isso foi o que a prejudicou. Além de ter batido a cabeça, ganhando um traumatismo craniano, o cérebro passou tempo demais sem oxigênio. O airbag e o cinto de segurança dificultaram o resgate. Quase não houve nada que eu pudesse fazer. - Disse, desgostoso - Porém, atingiu o objetivo. O feto quase não sofreu dano, mesmo em detrimento dela.

Harry: Eu não o quero. - Disse, amargo - Tire isso dela, antes que possa ganhar vida. - Completou, duro. Liam virou como se tivesse levado uma bolacha na cara.

Liam: Desculpe? - Perguntou, querendo muito estar errado.

Harry: Ela me traiu. Deus sabe com quem, mas traiu, e ai está o maldito resultado. - Cuspiu, desgostoso - Tire isso dela. - Repetiu.

Liam: Não. - Disse, obvio. Harry tirou os olhos de Melanie, encarando o irmão - Não há razão pra isso. O feto é saudável. O problema está com a mãe. Nós vamos fazer o possível e rezar pra que ela acorde, e caso contrario, vamos lutar assim mesmo. - Disse, raivoso.

Harry: Não é meu! - Disse, furioso.

Liam: É DELA! - Rugiu, no ápice da raiva. Às vezes aguentar Harry era impossível - Ela está assim porque optou por salvar a criança! Quando ela acordar, ela vai querer esse filho, e ele é dela!

Harry: Isso SE ela acordar. - Corrigiu - Eu sou o marido, o responsável legal. Vou pedir a transferência dela para um hospital onde os médicos não sejam tão sentimentais. - Alfinetou.

Gemma: Eu vou contar a mamãe. - Disse, quieta, olhando Melanie.

No mundo real, onde pessoas crescem e levam sua vida de modo saudável, essa ameaça seria uma piada. Coisa de criança. Mas para os Styles, a história era diferente. A briga entre Liam e Harry se suspendeu, e Harry se virou, incrédulo, para a irmã que sempre fora sua aliada.

Enquanto Você Dormia - Efeito Borboleta (Livro 2) [H.S]Where stories live. Discover now