Capítulo 44

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Anne fez Perrie ir ao hospital (Liam a atendeu com cara de quem queria terminar o trabalho de Harry), mas não havia dano maior. Logo ela se livrou da tia e, pensativa, voltou pra casa. Surpresa foi chegar lá e encontrar Zayn arrumando suas coisas. Tinha ido ao pronto socorro, que colocara uma espécie de tala na ponte do nariz dele, e tinha fundas marcas roxo escuro em volta do mesmo, alem de um olho. O nariz ainda sangrava brevemente.

Perrie: O que você está fazendo? – Perguntou, cansada. Nela só ficaram marcas roxas no formado de dedos ao redor do pescoço.

Zayn: Vou sumir por um tempo. – Disse, obvio, levando um lenço ao nariz. Ele ia do closet até a mala, trazendo braçadas de coisas.

Perrie: Porque levou um par de murros? – Zayn riu, parando o que fazia, e a olhou.

Zayn: Você é muito burra ou muito ingênua pra achar que ele não vai voltar aqui pra terminar o que começou, Perrie. Não dá pra esperar que sua tia apareça toda vez. – Disse, obvio. – Se você fosse inteligente, daria um tempo até a areia baixar também. Já conseguiu o que queria.

Perrie: Eu quero ele. – Ressaltou, observando. – Ela foi só uma complicação.

Zayn: E ele, obviamente, quer você morta. Eu me informei na portaria e com alguns funcionários: Melanie não foi embora. Se eu bem a conheço, ela está pesando os dois lados antes de tomar a decisão, com medo de errar, de magoar alguém. – Disse, voltando a arrumar a mala – Enquanto isso ele fica travado, sem poder avançar ou voltar, e a culpada disso é você.

Perrie: Eu não vou fugir. – Determinou, cruzando os braços.

Zayn: Bem, deveria. Eu vou, porque eu gosto de viver. Ele tentou te estrangular porque você fez ela lembrar do passado. Só que o passado que ela lembrou sou eu. Logo, dá pra imaginar quem é o proximo da fila. Me diverti com Melanie, mas não é um motivo pelo qual eu pretenda morrer. – Disse, debochado, fechando uma mala.

Perrie: Não me convenceu. – Ele a olhou, parecendo não dar a mínima.

Zayn: Continue aqui, e a única coisa que você vai ter dele é o nome na sua certidão de óbito, no campo que diz "causa da morte". – Disse, debochado – É preciso saber jogar, Pezz. As vezes recuar é necessário. – Encerrou, voltando ao closet. Ela ficou na porta do quarto, pensativa.

Melanie chegou em casa exausta. Seu cérebro devia estar fumaçando de tanto pensar e não chegar a conclusão alguma. Ela empurrou os sapatos (sentira falta dos saltos, mas não podia negar que andar de sapatilha era bem mais confortável) e se jogou no sofá, ficando lá por bem meia hora. Sem pensar, sem se mover, sem nada, apenas olhando as tramas da madeira da mesinha a sua frente, o cérebro em modo de economia de energia. É, isso era bom. Então o elevador apitou, e a agitação tomou conta da casa. Melanie ouviu a voz das crianças antes de sair do estado de torpor, erguendo a cabeça pra olhar. Gail ria, Nate falava algo e Blair o ignorava. Ela usava uma fantasia rosa, uma coisa estranha que parecia um vestido amarrado no ombro com asas de plumas atrás.

Nate: Mamãe! – Exclamou, vendo a cabeça de Melanie sobre o braço do sofá. Ela o olhava meio boba, como se não tivesse tido tempo todos esses anos pra memorizá-lo: O cabelinho liso da cor do de Harry, os olhos iguais aos dela, a expressão decidida no rostinho.

Ela se lembrou do pânico na ponte. Primeiro ao perceber que não conseguiria fugir dele, depois dos dois caindo no ar. Quando atingiu a água tentou se soltar do air bag, sair do carro nadando, mas estava sufocada. A água entrava pelo seu nariz e boca e o air bag terminava de sufocá-la. Quanto mais ela lutava, menos adiantava. Não havia descrição pra aquele tipo de agonia, então perdeu as forças, a falta de oxigênio cegando-a e então a certeza de que iria morrer... Olhando Nate agora, ela sabia que valera cada segundo.

Enquanto Você Dormia - Efeito Borboleta (Livro 2) [H.S]Where stories live. Discover now