Capítulo 5

6.8K 387 181
                                    

Nate tinha os olhinhos abertos, incrivelmente azuis, olhando os brinquedinhos pendurados no berço. Estava quietinho, Harry o dera banho (se molhando todo no processo), e ele estava bem. Perrie estava parada ao lado do berço, observando-o. O odiava. Podia ter olhinhos azuis e covinhas idênticas as do pai ao sorrir, mas não a ganhava. Como era possível? Ela mesma sonhou com engravidar de Harry por anos - tentou e tentou - e nada aconteceu. Se ela engravidasse, não haveria mais esse segredo: Anne ia ter que aceitar. No fim se conformou que ele era estéril, mas então vem a super Melanie e consegue engravidar. A injustiça que era a existência daquela criança era tão grande que ela tinha vontade de estrangulá-lo, ali no berço mesmo, apertar até aquela serenidade sumir do rosto dele, até os ossos se partirem...

Harry: Pronto. - Disse, tranquilo, entrando no quarto com uma toalha em volta do pescoço, banho recém tomado e uma mamadeira na mão. Nate, que ignorava Perrie com uma classe digna de Melanie, balançou os bracinhos ao ouvir a voz do pai. Reconhecia e gostava. - Vamo papa? - Chamou, e o menino riu de leve. Harry sorriu, apanhando-o no colo.

Perrie: Existem babás pra isso. - Disse, se afastando, observando Harry dar a mamadeira cuidadosamente ao menino. Era o leite de Melanie, conservado em casa por uma maquina que o mantinha aquecido e em movimento, de forma que parecia novo.

Harry: É meu filho. - Disse, sorrindo pro menino, que mamava avidamente, as mãozinhas segurando a mamadeira - Eu cuido dele. - Completou, simples.

Perrie: Você deixa Anne cuidar. - Assinalou, se sentando.

Harry: Bom, minha mãe é... Minha mãe. - Disse, obvio. Anne vinha passar dias com Harry e ele mesmo ia pra casa dela quando ficava saturado, de forma que ela cuidava do menino enquanto ele dormia feito uma pedra - De qualquer forma, ele já adequou o horário dele. Dorme a noite, não é? - Perguntou, brincando com o Nate, que deu um sorriso sem dentes, o bico da mamadeira ainda na boca. - Está melhorando. - Confirmou, aliviado.

Perrie: Se você diz... - Deu de ombros, desgostosa.

Harry: É, sim. Já tem dado pra trabalhar um pouco em casa, dormir melhor a noite... Ele só acorda quando tem fome. - Disse, orgulhoso - Ei, você pode colocar aquele chocalho na bolsa dele? - Pediu, apontando na cama - Ajuda a dormir.

Eles iam passar o natal na casa de Anne, como sempre. A mala de Harry estava pronta, assim como a bolsa do menino. Perrie enfiou o chocalho dentro da bolsa, desejando ser uma cobra, e assim que Nate terminou partiram. Segundo Perrie o carro dela estava na oficina, por isso ia de carona. Bom, quem faz o que quer...

Perrie: O que estamos fazendo aqui? - Perguntou, quando o motorista fez a curva, parando na frente da entrada do hospital - Sabe que eu não posso entrar. - Disse, obvia.

Harry: Eu sei. Eu vou ver Melanie. O motorista vai levar você até a casa de minha mãe e voltar pra cá. - Tranquilizou, apanhando só a bolsa do filho e assentindo pra ela, deixando-a furiosa no carro e descendo.

Foi meio curioso. Nate já ia fazer 6 meses, estava esperto, os cabelos perfeitamente lisos, pele clara e os olhos azuis. Era um bebê essencialmente fofo. Algumas enfermeiras pararam Harry, pedindo pra olhar o menino. Ele as intimidava, mas a vontade de conferir o motivo pelo qual a paciente do quarto 412 preferira morrer era irresistível. Depois de alguns minutos ele conseguiu se soltar e chegar ao seu objetivo. Melanie estava deitada, a cabeceira da cama meio levantada, coberta por um edredom azul. Ele largou a bolsa do menino num canto e se aproximou.

Harry: Sei que demorei, desculpe. - Disse a Melanie, após se ajeitar de modo que o menino visse a mãe - Olha a mamãe, filho. - Disse, ajeitando o cabelinho do menino. - Ele está grande agora, Melanie. É forte. Veja . - Ele apanhou a mão dela, levando até o bebê, fazendo-o tocá-lo.

Enquanto Você Dormia - Efeito Borboleta (Livro 2) [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora