Capítulo 15

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Capítulo 15; Fá-lo conhecer

- Queres...queres entrar? – Perguntou, timidamente. Ela estava prestes a sair do meu carro, quando se virou para trás e me deixou chocado.

- Eu não vou conhecer os teus pais, Lucinda. – Ela revirou os olhos, mas não se impediu de rir.

- Eles não estão em casa; só eu e a minha irmã mais nova. Por favor?

Não sabia porque é que ela estava a insistir, mas apanhei-me a suspirar e entrar pelos portões da sua casa, quando ela me obrigou a isso. Alegou que não queria que os vizinhos soubessem que ela tinha visitas, para os seus pais não saberem. Encolhi os ombros, sentindo-me um pouco nervoso por entrar, finalmente, dentro de sua casa. Levá-la à minha foi fácil, a minha mãe estava lá e ela sempre teve jeito a integrar pessoas no seu ambiente; naquele momento, eu não tinha a minha mãe para me deixar confortável. Apenas a Lucinda e, provavelmente, a sua irmã mais nova – de quem eu nunca tinha ouvido falar. Bem, pensei, parece que é hoje que eu a vou entender.

Ela abriu a enorme porta branca e eu entrei atrás dela, seguindo-a constantemente até entrarmos numa sala que calculei que fosse a sala de estar. Sentia-me, no mínimo, desconfortável; mas logo passou para receio quando vi uma menina, com cabelos parecidos com os da Lucinda, mas sem o brilho vermelho, sentada no sofá. Olhei para a rapariga ao meu lado, não tendo coragem de lhe dizer que queria ir embora. Suspirei e, quando ela agarrou a minha mão e levou-me para a frente do sofá, fazendo com que a menina olhasse para nós, decidi ser uma boa pessoa, por uns minutos. Enquanto estivesse com elas, apenas.

- Madison, este é o Jasper. – Não conseguia acreditar nas parecenças entre as duas raparigas, eram tão idênticas. Talvez fosse por isso que eu fiquei demasiado consciente de que ambas estavam a olhar para mim, e só consegui acenar à menina.

Quando a menina me sorriu abertamente e acenou de volta, não soube bem o que fazer. Olhei para a Lucinda, como que a perguntar o que deveria acontecer agora, mas ela limitou-se a sorrir para a irmã mais nova, como se estivesse orgulhosa dela por me ter cumprimentado. Estava tão confuso, e a Lucinda não estava a ajudar à minha situação; aquele dia estava a fazer-me demasiado desconfortável, e eu nunca me tinha sentido tão...assim, perto da Lucinda. Percebendo, finalmente, que eu estava um pouco de fora dos segredos da sua família, olhou-me, com um sorriso triste.

- A Madison é...muda. – Esclareceu, e eu limitei-me a assentir, não sabendo bem como esclarecer. – Mas ela gostou de ti! Não foi, Maddy?

A mais nova revirou os olhos para a irmã, como que a dizer-lhe para não a tratar como uma criança, mas assentiu, para mim. Pegou no caderno, que estava ao seu lado, e perguntou-me, ao escrever nas páginas vazias, há quanto tempo conhecia a Lucinda. A mais velha anunciou-me que já voltava e eu assenti, tentando sentir-me mais confortável perto da Madison; sorri-lhe e sentei-me ao seu lado, quando ela me concedeu o espaço. Para não a fazer sentir mal, peguei num dos meus cadernos, da minha mochila, e falei com ela como se nenhum de nós conseguisse falar. Quando ela reparou no que eu estava a fazer, sorriu-me ainda mais abertamente – o seu sorriso lembrou-me da Lucinda, mas eu não lhe iria dizer isso.

«Namoras com a minha irmã?»

Olhei para a rapariga, vendo-a a morder o lábio, como se estivesse a conter o riso. Perguntei-me se, nas pessoas mudas, a vontade de rir era igual às pessoas sem esse problema. Daquela vez, não lhe respondi, e pensei se gostaria de namorar, sequer, com a Lucinda. A resposta era-me óbvia; mas forcei-me a abanar a cabeça, para a sua irmã mais nova. Ela concedeu-me um sorriso triste, como se conseguisse ver aquilo que eu ainda não percebia muito bem. A sua irmã mais velha voltou pouco depois, com um tabuleiro com três chávenas. Madison escondeu o seu caderno discretamente, para a Lucinda não notar na pressa, e eu apanhei-me a agradecer-lhe, com um sorriso.

Como Amar um InsoneWhere stories live. Discover now