Capítulo 23

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Capítulo 23; Fá-lo descobrir

Quando acordei, o meu quarto estava envolto num escuro que eu associei à noite. Os estores continuavam abertos, o que me fez chegar à conclusão que, a certo, momento, a Lucinda também acabou por adormecer. O meu primeiro instinto foi perguntar a mim mesmo se a minha mãe teria falado com ela, antes de adormecer, mas depois fechei os olhos, ao aperceber-me que não, ela nunca mais iria fazer isso. Senti as lágrimas a voltar, mas recusei-me a deixá-las saírem dos meus olhos, e fiz o meu máximo para as prender. Vi que a Lucinda estava prestes a acordar, pelos movimentos do seu corpo, então respirei fundo. Beijei os seus cabelos, já que ela estava aconchegada ao meu pescoço, e deixei que os meus dedos a penteassem, suavemente.

- Que horas são? – Perguntou, baixinho, com a voz rouca. Estiquei o meu pescoço, levemente, e olhei para o relógio.

- Pouco depois da meia noite. – Senti o seu corpo paralisar. – Queres que eu vá a casa contigo?

- Eu deixei-a sozinha. – Murmurou, ignorando a minha pergunta. Suspirei, e envolvi o seu corpo com os meus braços. – Preciso de voltar.

- Vamos até tua casa, está bem? Vê se ela te ligou, ou algo do género.

Ela assentiu, ainda um pouco chocada, e virou-se para pegar no telemóvel. Quando a luz bateu nos nossos olhos, e ela leu as mensagens que, provavelmente, a Madison lhe deixara, começou a rir. Abanou a cabeça e suspirou, visivelmente mais relaxada. Pousei o meu queixo no seu ombro, beijando a sua bochecha, e ela não se afastou; sorri contra a sua pele. Estiquei o meu braço para acender o candeeiro e deixei-me apreciar o facto de a Lucinda ter passado mais de metade do dia comigo, apenas para dormir. Sentia-me mal por termos deixado a Madison sozinha mas, pela sua reação, acreditei que nada se tinha passado.

- Ela é demasiado inteligente para o seu próprio bem. – Murmurou, ainda abanando a cabeça a rir. – Mandou-me uma mensagem a dizer que fez o seu próprio jantar e para eu não me preocupar, porque preferia que eu estivesse contigo. Contigo. Como é que ela adivinhou?

- Pelo menos está bem. – Assentiu, concordando. Segundos depois, o seu corpo voltou a paralisar e ela virou-se para mim. – Não perguntes.

- Mas... - Pousei um dos meus indicadores nos seus lábios, proibindo-a de falar.

- Não quero falar, Lucinda. – Ela assentiu, visivelmente desiludida; conseguia ver que ela me percebia, mas que preferia que eu falasse.

As minhas mãos pararam no seu estômago nu; ela estava apenas de roupa interior, tal como eu, e eu permiti-me relaxar, com a sensação de estarmos tão perto. Beijei o seu ombro, quando as suas costas bateram contra o meu peito, e retirei a alça do seu sutiã. Já tinha visto o seu corpo nu, mas nunca me parecera tão belo como naquele momento. Suspirei contra a sua pele, sentindo o meu coração um pouco vazio. Quando percebi o que estava a fazer, as suas mãos estavam a segurar as minhas, a impedir-me de avançar. Poderia ter ficado irritado, por ela estar a parar-me, mas a única coisa que senti foi dormência.

- Não, Jasper. – Voltou-se para mim, com uma expressão séria. Assenti, percebendo o seu lado; eu também não iria querer que ela me usasse, para se sentir melhor.

As suas mãos pararam nas minhas bochechas, e ela aproximou-se de mim, para me beijar. Os seus lábios, como sempre, completaram os meus e eu senti-me bem, mas apenas por alguns segundos. Depois, a dor apareceu e eu desejei voltar a estar dormente. Fechei as minhas mãos em punhos e bati contra a cama. Ela olhou-me, certamente frustrada com as minhas mudanças de humor, e empurrou-me para trás. Fechei os olhos, não percebendo bem o que ela estava a fazer, mas também não me importando muito. Senti-a sentar-se sobre mim e as suas mãos a agarrarem as minhas, mais uma vez. Daquela vez, no entanto, ela não estava a tentar parar-me, porque eu não estava a fazer nada.

Como Amar um InsoneWhere stories live. Discover now