Part 45 - o que é preferível?

583 49 36
                                    

Narrador pov on.

Quem dera minha vida ter um terço da vida de Natália. Confesso que invejo sua sorte, tanto no amor tanto na vida. Quem seria eu perto de sua pessoa? Talvez seja por isso que estou aqui. Talvez seja por isso que minha mente louca a inventou.
Eu senti tudo.

Tudo.

Desde os arrepios que ela sentiu com uma rajada de vento, ao coração sento preenchido olhando para os olhos verdes, aqueles olhos. Até agora, seu olhar fitando os olhos azuis, seu coração batendo forte, a sensação das mãos quentes dele a sua volta, o brilho em seus olhos. Me faz querer que esse sonho nunca acabe.

...

Como isso foi acontecer? A que ponto eu vou chegar? Não sei o que é realidade e o que é pura imaginação. Encarando essas paredes brancas, milhões de coisas me vem na mente. Estaria eu louca, ou mau compreendida? A sensação do chão frio embaixo de mim me causa arrepios, assim, me lembro dos toques quentes dele.

Mas quem seria ele, para causar tal frenesi em mim?
Ele. Meu irmão. O que ele queria além de uma ligação de sangue? Não entendo!

Talvez eu e Natália tenhamos algo em comum. Talvez tenhamos mais que uma coisa em comum. A diferença é que ela saiu da clínica. A diferença é que ela teve sorte.
Quem deu essa sorte a ela?
Eu. E minha maldita mente louca.

Por que eu deixei? Por que eu cedi? Poderia ser forte como a sortuda.

- Dakota? Querida? - a voz doce que enche meu coração de esperança ronda pelas paredes brancas.
-mamãe? Mamãe, você está aí?- levantei minha cabeça. Meu coração se encheu, vendo a única que me apoiou desde.. aquilo se aproximar de mim.
- oi, filha. - ela se aproximou, desviei meu olhar de seus olhos verdes, para olhar ele na porta, a espera de minha mãe. Nossa mãe.  Seu rosto gelado, branco como neve, olheiras profundas marcaram seu rosto. Quase me deu pena.
- você veio!- falei abraçando minha mãe, que tinha se ajoelhado pra falar comigo. Mas algo me pertubou. Eu não sentia sua pele. Fechei os olhos.
-sempre vou estar com você! - ela disse ao meu ouvido. A soltei e quando abri os olhos novamente não tinha nada. Eu estava sozinha em meu quarto branco.
-mamãe?- chamei sentindo lágrimas nos olhos.

Apenas outra ilucinação.

...

Eu estava inquieta, não conseguia ficar parada. Andar em círculos pelo quarto parecia a melhor opção agora. Tudo muito silencioso, tudo muito calmo. Isso só fazia uma vontade enorme de esmurrar a parede crescer mais. Até que o barulho das trancas da porta sendo abertas me fazem para e observa-la. Por ela passa minha enfermeira, Amy. Ela abre um sorriso e retribuo.
- como está hoje?- ela pergunta, como todos os dias.
- inquieta.- respondo voltando a andar, vendo a porta sendo fechada.
- vou te dar tranquilizantes.- ela disse calmamente, se dirigindo a uma mesa de ferro no canto do quarto.
- como está hoje?- repeti sua pergunta.
- estou bem. A doutora me deu uma bronca de novo.- ela admitiu chateada. Ela procurava entre remédios os certos para me dar.
- o que fez?
- não arrumei alguns papéis. -ela falou concentrada. Parei ao ver uma caixa toda preta.
-que remédio é  esse?
- é de outro paciente. Não se preocupe.
-não estou preocupada.- ela me olhou rapidamente e voltou ao trabalho- só quero saber pra que ele é!

Ela hesitou. Parou, e pegou a caixa nas mãos. Começou a brincar com a pequena caixa sem me olhar.

- eles são para dores muito fortes. Pacientes especiais.
- que tipo de dores?
- por todo o corpo, são muito fortes, só se deve tomar um por dia.- ela parou e guardou a caixa no bolso de seu jaleco. Dores? Que tipo de dores?
- aqui estão seus remédios!- ela se levantou me entregando, como todos os dias, um punhado de remédios de diferentes tamanhos e cores. Tomei todos e observei a mulher morena sair.
- Amy?- a chamei.
- sim?
- esses remédios podem matar?
- mas que pergunta! Tenho que ir. - a porta se fechou e não tive minha resposta. Devem ser fortes mesmo. Ou ela não quis falar a verdade.

...

As vezes, não seria preferível a morte? Se é que já não estou morta. Quase nem me lembro de minha casa, ou de meu cachorro. Nem me lembro da sensação de ter um abraço de verdade. Se eu tomo remédios, já deveria estar melhorando. Mas contínuo vendo coisas. Talvez eu usasse a Natália como minha escapatória, como meu meio de viver. Pois se isso for minha vida.

Eu prefiro a morte.

Não sei se seria tão ruim. Eu entendo a morte como um meio de acabar com angústias e medos, dores e decepções. Esse mundo não me agrada se eu for viver presa. Minha vida não parece ser mais minha, pois se fosse minha, com certeza que eu não estaria aqui. Com certeza.

Estaria eu, louca ou mal compreendida?

Queria poder ter todas as respostas. Queria poder saber onde estou, e por quanto tempo. Eu não sei o que são dias ou o que são noites. Não sei o que existe la fora. Não sei como acabar com essas dúvidas, ninguém me responde, querem me poupar de que? Já estou na merda.

As vezes é preferível a morte.





OI PESSOAS LINDAS! DESCULPE A DEMORA!!!!!!!!! FIQUEI SEM ENERGIA POR UMA SEMANA!
E O WATTPAD APAGOU O CAPÍTULO INTEIRO!
CU

MAS ACHEI ESSE MELHOR DO QUE O OUTRO QUE EU FIZ!

Obrigada por tudo seus lindos e DAORINHAS!

Comenta aí e curte ali!

Um queijo com nutella, um punhado de canella!

Badizinha^^

Your DemonDonde viven las historias. Descúbrelo ahora