Cap. 2

14.6K 952 18
                                    

Boa leitura!

- Chris, Chris... Loiro! - fui tirado de meus pensamentos pela Amy que não parava de me chamar - Você está bem?

- Sim, só estava pensando em algumas coisas - respondi percebendo que Amy já havia terminado de tomar seu milk shake - Vamos? - me levanto sem esperar sua resposta e pago pela bebida. Olho ao meu redor e não enxergo a baixinha, volto a olhar para a mesa onde estávamos e me deparo com ela ainda sentada – Baixinha, vamos! - ela nega com a cabeça e me chama com a mão, me aproximo dela e espero que a mesma fale.

- Meus pés doem - suspiro e olho para o teto me perguntando mentalmente o que eu tinha feito para merecer isso. Eu só queria um fim de semana tranquilo em casa. Olho para a baixinha de novo e a vejo esticando os braços na minha direção, fazendo um bico de quem logo choraria. A dramaturgia era tão bem feita que os olhos estavam marejados - Você sabe que bailarinas de ponta tem o pé todo esfolado por conta dos ensaios e das aulas.

- Então por que não ficou em casa descansando? - perguntei enquanto via ela me olhando, ou melhor, me encarando tão profundamente que me fez desviar o olhar. A baixinha sorriu e disse serena pegando a minha mão para acaricia-la.

- Porque eu queria ficar com você, Chris - arregalei os olhos minimamente e fiquei a encarando por um tempo analisando cada detalhe do seu rosto. Abaixei minha cabeça quase ficando da sua altura, coloquei uma mexa de cabelo atrás da sua orelha e sussurrei em seu ouvido.

- Amy, sua cara de pau. Esses olhinhos me enganavam quando éramos pequenos, mas sua capacidade de me manipular quase se anulou - voltei a ficar com o tronco reto enquanto sorria convencido para ela. A baixinha me olhou emburrada ao cruzar os braços por não me convencer - Você só queria o milk shake, confessa.

- Ok, eu confesso - Amy diz suspirando derrotada soltando o cabelo do coque improvisado enquanto batucava a mesa com o lápis que o prendia. Até ver que ela se mexia de forma desconfortável na cadeira, levando a mão ao pé para massageá-lo - Mas meus pés doem de verdade, loiro - ela conclui agora séria.

- Eu sei, baixinha - digo a pegando pela mão a fim de ajuda-la a subir na cadeira e ao virar de costas para ela, senti suas pernas rodeando minha cintura e seus braços fazerem o mesmo com o meu pescoço – Se segura. Chegando em casa vou pegar as pantufas para você pisar melhor - sigo em direção a minha casa, não demorando mais que 20 minutos, o caminho foi silencioso e acolhedor. A baixinha fazia carinho na minha nuca e com o tempo fui a sentindo mais pesada, devia estar sonolenta. Entro cumprimentando minha mãe que sorriu ao ver Amy nas minhas costas, se aproximou de nós dois e beijou a testa de ambos. Subo com a baixinha até meu quarto e a coloco na cama resmungando que a mesma era pesada de mais para o seu tamanho. Recebi uma almofada certeira no rosto e antes que eu pudesse revidar, Amy se cobriu com meu edredom até a cabeça como se fosse um escudo protetor. Passo meu olhar para seus pés descobertos e vejo alguns machucados recentes, vou até o banheiro para procurar curativos e pomada no fundo do armário. Por fim me agacho em frente ao pé da cama e cuido de seus ferimentos delicadamente.

Depois de assistirmos três filmes, nos empanturrarmos com duas bacias de pipoca e bebido quase todo o refrigerante da geladeira, além do brigadeiro de panela que custou muito para Amy dividir comigo, começamos a sentir sono. Deixei tudo na cômoda e deitei na cama junto com a baixinha que já se aconchegava em meio as cobertas. Ao ver um corpo tão pequeno ocupar metade da cama, agradeci mentalmente pela cama ser de casal porque eu ainda queria dormir no colchão e se dependesse da Amy, o chão seria meu novo lar.

***
Acordei com uma coisa pequena dormindo em cima de mim, respirava profundamente sem mexer um músculo. Tentei sair sem que Amy acordasse, mas era impossível! A baixinha tinha me prendido entre ela e o colchão. Então em um movimento rápido troquei nossas posições, estava agora em cima dela e para a minha felicidade esta se mantinha imóvel, porque só Deus sabe o quanto a baixinha fica de mau humor quando acordada de manhã. Aproveitei que a bela adormecida não havia acordado e fui ao banheiro me arrumar devidamente. Quando voltei, Amy continuava dormindo, os braços estavam acima da cabeça onde se encontravam seus longos cabelos bagunçados, que por sua vez, cobriam boa parte de seu rosto, uma de suas pernas estava dobrada e a outra esticada, proporcionando uma visão maior de suas coxas que agora estavam a amostra por conta da camiseta erguida.

Do ringue aos palcos (Em Revisão)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt