Cap.10

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Depois daquele ocorrido no intervalo à algumas semanas atrás, o Dom tem ficado cada vez mais estranho e distante da Aline, ainda mais agora que ela está saindo com o Matheus.
Eu me sinto mau pensando na situação dele e o pior é que eu não posso fazer nada, espero que isso termine logo. Não sei se de repente é impressão minha mas a Aline também está muito estranha esses dias, aparentemente ela está feliz com seu "relacionamento" com o Matheus, só que eu não vejo mais aquela felicidade toda que ela tinha.

Deixando um pouco esse assunto, hoje a noite é a tão esperada apresentação da baixinha. A felicidade é tanta que essa louca me acordou as 8h em um sábado, eu poderia dormir até mais tarde, mas eu estou aqui a acompanhando até a academia para o último ensaio.

Chegando lá pude ver umas 20 pessoas se aquecendo para o ensaio, o professor ainda não havia chegado então alguns conversavam e outros dançavam distraídos, mas era nítido a ansiedade e o nervosismo no rosto de cada um. O professor chegou e eu já ia me despedindo da baixinha quando ela me pediu para ficar um pouquinho, porque se seu parceiro não chegasse logo, não demoraria muito ali, então me sentei perto dali e esperei.

-Amy, o Diego não poderá vim- o professor da baixinha lhe informou sobre a ausência de seu parceiro de dança.

-Ok, então eu já vou indo- a baixinha falou e se virou para a porta, só não começou a andar porque ouviu seu preofessor a chamando.

-Negativo, pode dar um jeito de ensaiar mocinha, ninguém irá sair daqui antes do 12h dia hoje- o professor dela disse e foi em direção à um grupo de meninas que iniciavam uma coreografia. Olhei para a baixinha que se encontrava com os pensamentos longe.

-Baxinha?- chamei, ela me encarou e depois me olhou sorrindo travessa, as vezes eu tenho medo quando ela faz isso- Que sorriso é esse?

-Já volto, espera aqui loiro- ela disse sem responder minha pergunta, foi em direção à um quartinho que tinha ali perto e voltou com uma sapatilha na mão- Tó- falou me entregando a sapatilha.

-Como assim "tó"?- perguntei sem entender, a baixinha me olhou erguendo as sobrancelhas, pegou a minha mão e colocou a sapatilha nela.

-Coloca e vem ensaiar comigo- me respondeu e foi para frente do grande espelho da sala- Anda logo- a baixinha me chamou e eu fui meio relutante, me sentei do seu lado e resolvi colocar a sapatilha de uma vez- Ótimo loiro, agora vamos nos aquecer e começar.

Depois de um tempinho, comecei a ajudar a baixinha no que ela pedia. Olhei para um espaço na sala e vi o professor da baixinha mexendo no rádio que tinha ali. Foi então que ele pediu para todos sentarmos, a baixinha sentou do meu lado e logo a Aline e a Elizabeth sentaram conosco, elas falavam alguma coisa baixinho, de tal forma que eu não entendia.

-Bom, hoje para relaxarmos um pouco, vamos sortear um dos bailarinos para fazer uma pequena apresentação- o professor falou e eu vi um sorriso surgir no rosto das meninas e de alguns meninos que estavam ali presentes. O professor pegou um saquinho e tirou um papel de dentro, o abriu sorrindo logo depois- Amy- ele falou, a olhei e sorri, ela me devolveu o sorriso e logo vi a Aline falar algo em seu ouvido.

-Posso convidar uma pessoa pra dançar comigo?- a baixinha perguntou ao professor, o mesmo acenou que sim com a cabeça- Vem loiro- ela pegou na minha mão se levantando e me levando junto.

- O que? Não- eu a olhei arregalando um pouco os olhos e me sentei novamente. A baixinha olhou para mim e depois para a Aline e a Elizabeth.

-Vamos lá gente, Christian! Christian!Christian!- a Aline e a Elizabeth começaram a gritar e a turma inteira continuou, eu não queria ir.

-Pelo menos tente Christian- o professor da baixinha me incentivou, o olhei como se dissesse "eu não sei dançar", ele riu e continuou- Você estava a ajudando até agora, eu vi, vamos.

Meio envergonhado me levantei e fui até a baixinha, a olhei e vi seu sorriso aumentar. O que eu não faço por essa menina? O professor colocou uma música instrumental e a baixinha começou uma sequência de passos, seu corpo se movia como se uma coreografia fosse montada em sua cabeça só de ouvir a música. Eu apenas a ajudava a manter uma base firme e a segurava pela cintura quando a mesma iria saltar ou fazer algum movimento que precisaria sair do chão, depois de uns 2min de música ouvimos os aplausos e os elogios do professor da baixinha. Não era de se esperar os elogios para a baixinha, ela dançava muito bem, mas confesso ter sentido meu rosto esquentar quando o professor falou para mim "você tem chance na dança garoto, bem que você podia vim assistir algumas aulas", depois de ter dito isso e a baixinha ter dado uma pequena risada do meu nervosismo, seu professor completou "o arraste para cá sempre que conseguir Amy".
Quando deu 12h dia todos fomos embora, a baixinha foi para sua casa se arrumar para a noite, para variar tinha deixado para arrumar suas coisas no último momento. Cheguei em minha casa e para a minha felicidade minha mãe estava fazendo o almoço, mas fiquei um pouco surpreso de ver meu pai na sala assistindo jornal na televisão.

Ele me olhou e disse um "oi", o respondi e subi para o meu quarto, antes pedindo para minha mãe me chamar quando o almoço ficasse pronto. Não achei que veria meu pai hoje, ele está sempre viajando ou em seu trabalho apenas voltando tarde da noite para casa ou trancado naquele escritorio. Sempre foi assim, desde que eu me lembro, praticamente eu e minha mãe moramos nessa casa e meu pai vem fazer umas "visitas" as vezes. Teve uma época, quando eu era mais novo, que eu achava que o mesmo tinha uma outra família, mas já faz tempo que eu me conformei que simplesmente ele se preocupa mais com o trabalho do que com a gente.
Resolvi tirar um cochilo, já que a minha mãe disse que o almoço ainda demoraria um pouco, e eu não estava com nenhuma vontade de ficar com meu pai na sala. Me deitei na cama e fechei os olhos, antes que eu dormisse senti um vento entrando no meu quarto então fui fechar as janelas, olhei para a cômoda do lado da cama e vi os convites para a apresentação da baixinha hoje.

Ela me mostrou na semana passada onde fica o Teatro que eles vão usar, era muito grande e o palco era enorme, a baixinha me dizia que só de olhar o tamanho daquele palco e saber que aquele imensos teatro estaria achei, ela já sentia um formigamento na barriga, ao mesmo tempo que era ruim também era bom, e eu podia confirmar só de olhar seu grande sorriso ao me entregar os convites.
Me lembrando deste dia, me deitei na cama e dormi.

Do ringue aos palcos (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora