Cap.24

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Já faziam quase 3 semanas que a baixinha não falava comigo, nessas 3 semanas eu via a menina pelo qual eu sou apaixonado e não trocava se quer uma única palavra.

Segunda - feira, depois da competição, fui para a escola mais cedo e esperei que ela chegasse para que pudéssemos conversar, eu sabia que se eu fosse na casa dela, a baixinha nem olharía na minha cara. Mas não foi muita surpresa quando ela chegou com um sorriso no rosto, que infelizmente eu podia ver que não era verdadeiro, e foi comprimentando todo mundo mas quando ela me olhou...simplismente me olhou e ficou por isso mesmo, preferia que ela tivesse me xingado, me agredido, o silêncio dela me doía mais que seus tapas agrecivos.

O Lucas e o Dom me encararam o dia todo, como se me exigissem explicações do ocorrido com o silêncio contínuo e as encaradas secas. Já as meninas falavam comigo normalmente, ou quase isso, antes eu não sabia se a baixinha havia as contado sobre a nossa "discussão" ou não, mas só de não ter levado uma surra da Aline, já era nítido que elas não sabiam de nada.

Nesse mesmo dia depois da aula, contei o que havia acontecido para os meninos, e me senti pior ainda quando o Lucas disse que nem ele era tão idiota a ponto de fazer aquilo. O Dom me deu o conselho de que eu devia deixa-la ficar mais calma, depois tentar conversar com a baixinha e torcer para que a mesma me desculpasse. Mas para meu desespero, eu tinha quase certeza que isso seria quase uma missão impossível.

Agora eu estou aqui no meu quarto encarando a parede, normalmente a baixinha estaria me atormentando para que fizéssemos alguma coisa, a ajudasse nos ensaios ou simplismente pagasse um milke shake para ela.

Eu esperei um dia e fui falar com ela, pedi que ela me desculpasse e a única reação que a baixinha teve, foi me olhar e falar sem emoção " você disse que queria distância, conseguiu". Tentei falar com ela, todos esses dias que passaram, de todas as maneiras possíveis e nada.

Fui interrompido de meus desvaneios com minha mãe me chamando para almoçar, desci e me alimentei em silêncio, até que ela chama minha atenção.

-Chris, o que está acontecendo com você- minha mãe me encarava com a testa franzida, sua preocupação era nítida- Você quase não está comendo, está faltando muito nas aulas de luta e principalmente- ela me encarava sem entender- Por que a Amy não vem em casa mais? Você está assim por que perdeu a luta? Filho, fala com a mamãe.

-Sim mãe, a droga dessa competição me fez falar um monte de merda pra baixinha,eu fiz ela chorar, como se eu não me importasse, a raiva tinha me consumido e agora- falava sem nenhuma pausa- já fazem 3 semanas que ela não fala comigo.

-Hum- foi a única coisa que ela me respondeu- Ok, e o que você fez pra se desculpar?

-Eu tentei falar com ela mais de uma vez, mas...- comecei a falar mas minha mãe levantou a mão, me interrompendo.

- Você vai na casa Amy quando ela voltar da academia hoje de noite, não não- ela mesmo se interrompeu- pensando melhor, vai na aula de dança dela agora e vai fazer de tudo pra se desculpar, nem que você a tranque em uma sala- minha mãe dizia de braços cruzados e antes que eu pudesse sair ela me chamou para perto, logo me dando um forte tapa na cabeça.

-Aí mãe!- reclamei devido a dor.

-Reclama denovo e eu dou outro bem mais forte, você toma jeito e nunca mais faça uma coisa dessas com ninguém está me ouvindo?- minha mãe praticamente me ameaçou e eu ascenti- Ainda mais pra menina que gosta...

-Comassim?- perguntei me virando, ela sabia?!?

-Mãe sabe de tudo- me respondeu com um sorriso.

Já a caminho da academia, olhei a hora no celular e notei que a baixinha ainda poderia estar lá, talvez ela não me escute como todas as outras vezes, mas já estou cansado disso tudo. Entrei e pude perceber a feição de estranhamento da senhora que fica na recepção da academia, já fazia um bom tempo que eu não aparecia na academia. Antes que eu começasse a subir as escadas fui puxado pelo braço, virei meu rosto e vi meu treinador com uma cara muito séria.

-Eu sei que devo uma explicação por ter faltado todos esses dias, mas eu preciso conversar com a Amy- falei antes que meu treinador se pronuncia-se.

-Sei que precisa falar com ela, só te falo uma coisa como tio de consideração da Amy- o treinador dizia depois de ter soltado meu braço, mas sua expressão continuava a mesma, isso se não tivesse ficado mais séria- Não a faça chorar novamente, não vai querer me ver irritado, Amy e as meninas são como filhas pra mim, entendeu?- ascenti e fui em direção a sala da baixinha.

Entrei e algumas pessoas se aqueciam para começarem a aula. Olhei para todos os lados e não avistei a baixinha em lugar nenhum, foi quando senti algo duro ser jogado nas minhas costas, me virei e vi Elizabeth e Aline, muito irritadas.

-Seu idiota, insensível, grosso, corno, viado, filhinho de papai...- a cada passo que as duas davam em minha direção, era um xingamento proferido pelas duas- Como pode ter falado daquela forma com a Amy?- as duas falaram juntas com os braços cruzados enquanto seus pés batiam freneticamente no chão. Encarei os meus pés e só nesse momento notei que tinha sido atingido por uma garrafa de água, provavelmente uma das duas havia jogado- RESPONDE CHRISTIAN!

-Eu...não sei_ respondi baixo mas de modo que elas conseguissem ouvir- Eu...eu sei que eu fui injusto, sei que falei coisas que a deixaram magoada, sei que fui um idiota e também sei que vai custar muito pra que ela me perdoe mas- eu falava sem as encarar mas podia ter uma noção de que a cara séria que o treinador havia feito para mim, divia estar sendo repetida na face de cada uma- eu não consigo...

-Não consegue o que?- a Aline me interrompeu depois de um breve silêncio vindo da minha parte.

- Não consigo mais ficar sem ouvir a voz dela direcionada a mim- respondi levantando minha cabeça agora as olhando- não consigo ficar sem suas risadas, sem aquele sorriso tão aberto que ela dá, sem suas irônias que tanto me irritam mas que nitidamente me fazem falta, sem suas brincadeiras- continuei falando e percebi que todos que estavam na sala prestavam atenção na nossa pequena conversa- Não consigo ficar sem aquela baxinha atormentando minha vida, ela é minha melhor amiga e eu me arrependo profundamente em ter falado daquela forma com ela, ainda mas por uma idiotisse que foi ter perdido aquela droga de luta- eu falava enquanto via o rosto da Aline e da Elizabeth suavizar- Eu preciso dela perto de mim, ela é uma das poucas pessoas que se importam verdadeiramente comigo, e uma das pessoas que são muito mais que importantes pra mim.

-E por que não diz isso pra ela?- a Elizabeth me pergunto com a voz baixa.

-Porque ela não me deixa falar, e eu lhe dou toda razão- respondi com um pequeno sorriso amargurado- Já que ela não está aqui eu vou procura- la em outro lugar- falei por fim me virando e me deparando com a baixinha atrás de mim com o rosto molhado devido às lágrimas, me aproximei dela devagar mas ela deu alguns passos para trás- Amy...

-Eu ainda estou chateada com você Chris- ela falou com a voz embargada- Mas sei que não vai desistir até eu lhe perdoar- continuou com um pequeno sorriso de canto se virando para a porta- Você consegue ser teimoso o suficiente- a baixinha disse me olhando por cima do ombro, logo indo embora.

-Você ouviu Christian- ouvi a Aline se pronunciar- Tenho certeza que ela vai te perdoar, então não faça merda novamente- disse me olhando dos pés a cabeça, acenei e fui para minha casa.

Chegando lá vi minha mãe na porta, ela me perguntou como tinha sido, eu a olhei e deu um sorriso.

- Farei de tudo pra que ela me perdoe, pode ter certeza disso.

Do ringue aos palcos (Em Revisão)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora