Capítulo II

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       Seus dedos deslizavam de forma suave sobre as cordas do instrumento apoiado em seu colo, as notas eram tocadas de forma aleatória na busca frustrante de encontrar alguma que fosse boa o suficiente para formar uma melodia calma que combinasse com sua recém escrita letra.

       - All I need is a little love in my life, all I need is a little love in the dark – arriscou-se em tentar cantar ao mesmo tempo que tocava um conjunto de notas o qual acreditava ser bom, mas sentiu-se novamente frustrado ao perceber que estavam em ritmos diferentes. Pensou em cantar mais devagar, mas não deu certo; tentou deixar a melodia mais animada, não saiu como o planejado; por último tentou apenas tocar e cantar da forma que lhe fosse conveniente, o resultado foi ridículo. Thomas riu de forma desanimada e apoiou o violão na grade que cercava a sacada de seu quarto de hotel. Não é como se ele pretendesse ser um grande compositor algum dia, suas músicas eram mais como um diário, usadas para expressar-se na forma mais clichê conhecida pelo homem, o violão. Ele estava sentado no chão frio, observando como a rua trinta andares abaixo de si estava estranhamente calma quanto ouviu as portas de vidro que separavam o quarto da varanda serem abertas.

       - Você não vai entrar? – a mulher perguntou, abraçando-se contra o lençol enrolado em seu corpo na intenção de proteger-se contra o vento gélido que soprava do lado de fora.

       - Claro – ele respondeu sem olhar para trás nem dar-se ao trabalho de encará-la, antes de se levantar do chão de forma desajeitada. Thomas pegou o violão com apenas uma das mãos e antes de finalmente entrar no quarto selou seus lábios com os de sua namorada.

       Sangster deixou o instrumento sobre a enorme cama desarrumada por conta do que fizera com Isabella mais cedo e andou até o armário, tirando de lá uma de suas jaquetas de couro marrom escuro e vestindo-a sobre sua camiseta branca.

       - Eu vou sair com o Dylan – Thomas anunciou seco enquanto encaminhava-se para a porta do quarto - Não precisa me esperar acordada, não sei que horas eu volto – sorriu para a mulher que o seguia.

       - Querido? – ela chamou baixinho quando o homem já estava prestes a sair do quarto, Sangster virou-se para ela e esperou que ela continuasse – Tome cuidado – a mulher sorriu tímida – Eu te amo.

       - Eu terei cuidado – ele afirmou, sua voz saindo mais doce que o normal, como se forçasse o romantismo para fora de si, e com isso ele saiu do quarto fechando a porta pesada ao que saíra pela mesma.

       Thomas caminhou distraído até o elevador e antes mesmo que tivesse a chance de chamá-lo ele parou no seu andar e as portas de abriram com um apito irritante, revelando Will junto a uma mulher loira que ele nunca havia visto na vida prestes a transar ali mesmo.

       - Vocês deveriam procurar um quarto – disse na intenção de deixar ambos saberem que ele estava ali, encarando-os.

       Will separou-se da mulher com os lábios marcados pelo batom vermelho da mesma e virou-se na direção do amigo, sorrindo como se nada daquilo fosse estranho, e de fato não era. Thomas dividia seu andar com Will desde o começo das gravações há quatro meses, e era completamente normal para ele presenciar essas sessões de beijos e mãos bobas no elevador entre seu amigo e uma mulher qualquer.

       - E você deveria estar no seu quarto – Will deu de ombros – Com a sua namorada, não? – provocou.

       - Eu preciso falar com o Dylan – Thomas respondeu sério entrando no elevador.

       - Você precisa falar com o Dylan, claro – o maior riu irônico, negando com a cabeça como se afirmasse que sabia das reais intenções do outro antes de sair do elevador, sendo acompanhado pela loira ainda desconhecida e sem nome.

Untrue //DylmasWhere stories live. Discover now