Babá

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Fechei a porta rapidamente, eu estava com tanto medo, onde está mamãe numa hora dessas? Será que Fred fez algo pra ela? Eu sei que tudo aquilo não foi só um sonho!
Ouço alguém bater na porta, mas como ela é de um material resistente não consigo ouvir vozes, só pode ser ele! Ele quer me fazer mal!
A maçaneta gira fortemente e as batidas ficam mais intensas, finalmente eu escuto, baixo, mas o suficiente para que eu entenda.

- Clara! Você está aí?  - era a voz da mamãe, mas tinha alguém com ela.

- O que está acontecendo? -  perguntou uma voz diferente, que eu não conhecia.

Abri a porta com um pouco de dificuldade, pois eu nunca tinha me trancado no quarto da mamãe. Corri para seus braços e lhe dei um abraço apertado, eu soluçava de tanto chorar, nem percebi que havia uma moça ao seu lado.

- O que você estava fazendo? E por que está chorando? Aconteceu alguma coisa? - ela perguntou preocupada

- Foi o Fred, mamãe! Ele é mau! - eu disse praticamente gritando, enquanto mamãe secava minhas lágrimas com as costas de suas mãos.

- Eu já disse pra você parar com essa brincadeira! Eu já aguentei muito, Clara! Eu não quero mais ouvir você falar sobre esse tal de Fred, certo?! - mamãe  disse, e dava para perceber em sua voz que ela estava brava.

- Mas... - eu queria contar tudo mas ela me interrompeu.

- Essa aqui é a Sandra, e ela vai ser sua babá enquanto eu estiver trabalhando. Ela é filha do vizinho que mora na fazenda ao lado. - mamãe disse apresentando a moça que estava ao seu lado.

- Oi, Clarinha. - disse a "menina" de cabelos loiros e pálpebras caídas, seus olhos eram pretos, ou castanho-escuro, enfim, não consegui diferenciar, a única coisa que eu sentia agora era vergonha, pois meu cabelo estava totalmente bagunçado e minha cara de desespero não era das melhores.

- Responda, Clara! - minha mãe disse autoritária, eu estava encarando minha nova "babá" e observando cada detalhe, ela devia ter uns 18 anos, e estava me olhando e esperando minha resposta ao seu oi.

- O...oi, me desculpe. - eu disse sem jeito, tentando arrumar meu cabelo

- Prazer em conhecê-la - ela disse apertando minha mão

- Prazer, é... quantos anos você tem? - perguntei  aproveitando o momento.

- 19 (risos) - quase acertei.

- Vamos conversar na cozinha, Sandra - mamãe disse e foi pra cozinha, enquanto Sandra a seguiu

Fiz minha higiene e fui tomar meu café da manhã, ou melhor, almoçar, pois já era tarde. Quase chegando na cozinha ouvi elas conversarem, eu sei que isso é feio, mas foi sem querer.

- Tudo bem, eu não me importo com o salário baixo, eu gosto muito de crianças. - essa voz era doce e fina, com certeza era a voz da Sandra, a voz da mamãe era mais grave.

- E como você percebeu a Clara anda com uma brincadeira estranha de amigo imaginário, haja paciência! - mamãe disse revirando os olhos.

- Tudo bem Dona Maria, então eu começo amanhã? - Sandra perguntou tentando não prolongar a conversa.

- Sim, e nos dias que você quiser dormir aqui, sinta-se à vontade. E me chame só de Maria, por favor.

Quando é que a mamãe vai entender que Fred não é uma invenção minha? Ele existe e eu não quero ficar sozinha em nenhum momento, pois ele pode me pegar.
Após o almoço fiquei brincando de boneca perto da mamãe, que lavava roupas, ela estranhou, mas não perguntou nada. Quanto a noite chegou, dormi com a mamãe, fingi que não estava com medo, para ela não desconfiar.
No dia seguinte acordei sem a mamãe do meu lado, me cobri até a cabeça após ouvir passos vindo em direção ao quarto.

- Clara! - era a voz de Sandra, uffa. Agora que eu lembrei, ela começaria a trabalhar hoje.

Removi o cobertor e sorri aliviada. Após comer e Sandra me dar banho, ficamos a tarde inteira conversando sobre desenhos e filmes até chegar a noite. Mamãe chegou 18:30 e Sandra foi embora. Os dis foram sempre assim, até chegar a segunda-feira, que é o dia de eu voltar à escola.

Mamãe me acordou cedo, após tomar banho e me trocar, entramos no carro e eu comi meu sanduíche ali mesmo, a partir de hoje mamãe ia me levar à escola e minhã babá me buscar. Meu Deus! Eu esqueci completamente de contar sobre a briga que tive com a Yoko, eu só posso entrar com a mamãe, será que eu conto, ou deixo ela descobrir sozinha?
Optei por contar antes da diretora.

- Mamãe, eu esqueci de te contar naquele dia, mas... a diretora precisa falar com você. - eu disse nervosa.

- Sobre o quê?  - ela perguntou dando ênfase na frase, ou seja, está desconfiada que eu aprontei.

- É que... eu... - travei e não consegui completar a frase. - É melhor ela te contar.

Mamãe não disse nada, simplesmente ficou em silêncio o resto do caminho. Chegando na escola mamãe entrou na sala da diretora e eu fui para a sala de aula. A aula foi normal, a Yoko havia faltado, então a aula estava melhor ainda.
A babá foi me buscar e fomos embora à pé, eu estava cansada, então ela me pegou no colo (escrava!haha). Chegamos em casa e depois de almoçar tirei uma soneca. Acordei com Sandra correndo até o meu quarto assustada.

- O que foi?  - perguntei coçando os olhos ainda sonolenta.

- Al...alguma co...co...coisa puxou meu pé e me... arrastou! - ela disse gaguejando e com lágrimas nos olhos

A única coisa que eu pensei foi em.. Fred! O que ele está querendo? Eu estou com tanto medo!

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Faala galera uhuu. Hoje eu tô animada aishaushaus, tem gente reclamando que eu tô postando tarde, vou tentar postar mais cedo okay? Não prometo nada haha. Essa moça do lado esquerdo da mídia(foto) é a Sandra, a babá, e a do lado direito como vocês já imaginam é a Clarinha.

Fred, o Amigo ImaginárioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora