Policiais em casa

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Acordei, ou melhor, fui acordada pela mamãe. Ela estava chorando e parecia muito nervosa, e não estava sozinha, haviam vários policiais na casa, eu não estava entendendo nada.

- Mamãe? O que está acontecendo? - perguntei confusa.

- Meu amor, este é o policial Jarbas, e ele quer conversar com você, pode ser?

- Pode. - estava tudo muito estranho, por que diabos um policial viria até aqui só pra conversar comigo?

Mamãe saiu do meu quarto e fechou a porta, agora só estávamos eu e Jarbas, então Fred saiu de debaixo da minha cama, parecia muito feliz, mas ao ver o policial fez uma cara não muito boa, tenho certeza que ele sabe de alguma coisa.

- Bom, Clara, como sua mãe disse eu me chamo Jarbas, muito prazer. - ele disse estendendo a mão para que eu apertasse, e como sou educada apertei. - Eu e o restante dos policiais estamos aqui porque aconteceu um crime.

- Um crime???! - perguntei ainda confusa, Fred escutava a conversa atentamente

- Sim. Sua babá, a Sandra, ela foi golpeada várias vezes na cabeça... - Meu Deus! Será que... não, Fred não faria isso, ou faria? Ontem ele ficou tão nervoso quando Sandra comentou sobre chamar um padre.

- Ela morreu!? - perguntei assustada

- Antes de responder eu gostaria de fazer algumas perguntas. - ele disse me acalmando, tá tudo muito estranho, pobre Sandra, eu não gostava muito dela, mas não queria que ela morresse, eu sei que ela morreu e ele não quer me dizer. - Primeiro, seu vestido está com sangue, e esse sangue não é seu, de quem é então?

Droga! Será que ele está pensando que fui eu? Eu não posso contar que o sangue é do pássaro, senão vou ser presa!
Fred me olhava e balançava a cabeça negativamente, ou seja, eu não devo contar o que fiz.

- Então, Clara, não vai responder? De quem é o sangue? É da sua babá? - Jarbas disse me olhando nos olhos

- Não senhor. O sangue não é dela, eu não posso contar de quem é, esse é um segredo meu e do Fred. - eu disse com a cabeça baixa.

- E quem é Fred? - a mesma pergunta de sempre, aff.

- É meu amigo, ele está parado bem do seu lado. - eu disse e dei um sorriso amigável.

- Ok. Isso é tudo, até mais. - ele disse e se retirou do meu quarto sen nem me responder se Sandra havia morrido.

Abri a porta do meu quarto e fui na ponta dos pés até a cozinha, haviam dois policiais na sala, mas nenhum deles me viu. Já na cozinha, Jarbas e mais um policial conversavam com mamãe sobre mim.

- Pelo que percebi, sua filha tem uma certa fantasia com amigos imaginários. - Jarbas disse enquanto mamãe o olhava atentamente.

- Mas e aquele sangue, ela disse de quem era? - mamãe perguntou nervosa.

- Ela disse que é um segredo dela e do tal Fred, mas negou ser da babá, eu também não acredito que uma criança de cinco anos seja capaz de tamanha crueldade, mas o melhor a se fazer é analisar o sangue do vestido e comparar com o da babá, assim teremos certeza de que sua filha não é uma psicopata. - Jarbas disse, nesse momento o policial que estava junto com eles me viu.

Eu corri rapidamente para o meu quarto, mas no caminho escorreguei em algo, era sangue, com certeza o de Sandra, e no mesmo lugar em que papai foi encontrado morto, que coincidência!
Meu vestido ficou completamente sujo de sangue, que nojo!

Entrei em meu quarto e fechei a porta, Fred estava sentado em minha cama.

- Então, você descobriu se Sandra está morta? - ele perguntou assim que me sentei.

- Eu não sei, eles não falaram sobre isso, mas tenho certeza que está e eles não querem me contar... Fred, não foi você que fez isso, né?

- Claro que não! Eu sou um anjo e você sabe disso! - Fred disse, e eu senti que ele estava começando a ficar estressado.

Resolvi não dizer mais nada, mamãe veio em meu quarto e me deu banho, eu vi quando ela entregou o vestido para a polícia, hoje nós iremos dormir em um abrigo para que os policiais investiguem nossa casa.

Chegando no abrigo jantamos e fomos nos deitar em um colchão que estava no chão, eu não estava com sono, então esperei mamãe dormir e me levantei, Fred estava comigo, fomos andando até a sala e nos sentamos em um velho sofá que havia no local.

- Fred, você já percebeu que sempre acontece algo ruim com as pessoas que querem meu bem?

- Isso não é verdade, princesa, só acontecem coisas ruins com quem merece, como por exemplo, seu pai era um traidor e teve o que mereceu, e sua babá era uma vadia malvada, ou você se esqueceu que ela queria chamar um padre para te prender? - Fred tem razão, Sandra mereceu!

- Clara? O que faz acordada? - mamãe disse se aproximando

- Eu estou sem sono mamãe, ou a senhora se esqueceu de que eu estava dormindo até agora? - eu disse sorrindo

- Ah, isso é verdade! Hahaha - ela disse se preparando para sentar no sofá

- Não senta, mamãe! Fred está sentado aí! - eu gritei a impedindo.

Ela sorriu e sentou- se em uma cadeira ao meu lado.

- Mamãe, Sandra morreu mesmo? - perguntei para acabar de uma vez por todas com minhas dúvidas.

- Ela sobreviveu por um milagre, acho que foi Deus que a salvou, pois quando cheguei ela estava agarrada em um crucifixo.

- Então ela está bem? - perguntei aliviada

- Infelizmente não. Ela está internada em coma. - mamãe disse triste. - Agora vamos dormir, porque amanhã você tem aula.

Eu tinha até me esquecido da escola. Fomos todos nos deitar, Fred dormiu no chão ao meu lado.

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Não estou muito inspirada nesse capítulo, por isso saiu menor que o esperado, me desculpem.
Bom, mas é isso, e para os leitores novos, eu posto um capítulo a cada três dias, às vezes passa um ou dois dias, mas nada além disso, espero que estejam gostando, bjs.

Fred, o Amigo ImaginárioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora