8 - parte 2

17.6K 2.2K 143
                                    

De manhã, Maria acordou com gente conversando alto e a tia falando rápido e nervosa com alguém. Levantou-se meio zonza e foi até sala, e para sua surpresa, Marta estava conversando com um policial.

— Tia, aconteceu alguma coisa?

— Maria, esse é Stanley, o policial de Ponta Bela, a boa notícia é que a Lucena apareceu.

— Que bom. E como ela está?

— Esse é o lado ruim, ela foi atacada e está sob cuidados médicos.

— Como assim atacada?

Stanley respondeu:

— Ela foi agredida. Achamos que fosse um assalto, mas nada dela foi roubado. Ela não tem inimigos na cidade, ninguém com quem teve nenhuma desavença. Bom, quase ninguém, pelo que soubemos ela teve uma discussão com a senhorita e a senhorita Jessica Maurini uns dias antes de desaparecer.

Maria gaguejou.

— Nenhuma de nós faria nada contra a dona Lucena.

— Sabemos, já investigamos e tanto a senhorita quanto a senhorita Jessica, foram vistas em suas respectivas casas no horário da agressão.

— E quando aconteceu isso?

— Ontem por volta das onze e meia da noite.

Maria sentiu-se congelar, era mais ou menos a hora em que vira Inácio do outro lado da rua. Algo gritava para ela que uma coisa estava ligada a outra.

— E a dona Lucena? Como está? Quando poderemos visitá-la?

— Ela está no hospital de Ponta Bela no momento, mas deve receber alta amanhã e voltar para casa.

— Eu vou passar o dia com ela, Maria. Cuide-se.

Maria assentiu e Marta saiu com o policial. Ela se trocou e foi falar com Jessica.

— Você não está achando que o Inácio atacou a dona Lucena, está?

— Não. Só estou achando estranho que ele tenha aparecido na rua quase no mesmo horário. É que não dá para não fingir que ela é a dona da casa mais próxima ao castelo, que ela tem algum parentesco com a Alessandra e que não gosta do Inácio.

— Eu sei, é tudo muito estranho. Mas se acredita em intuição, a minha diz que ainda temos muito a descobrir sobre essa história toda.

— A minha também.

No dia seguinte, Lucena voltou para casa. Marta chegou da casa dela dizendo que ela estava cansada da viagem e não queria ver ninguém, mas Maria fingindo que ia ver Jessica foi até a casa dela. Bateu na porta esperando que Lucena não a abrisse, mas uma senhora que Maria vira algumas vezes nas reuniões de domingo da casa da tia atendeu.

— Que bom que chegou menina! Eu preciso fazer o jantar para o meu filho, pode ficar aqui por duas horas?

Maria concordou e a senhora saiu deixando-a com Lucena. Ela foi até o quarto a passos lentos, não podia imaginar qual seria a reação de Lucena ao vê-la. Talvez a culpasse, ou ainda estivesse muito zangada com ela. Quando apareceu na porta, avistou uma Lucena com vários hematomas e um braço enfaixado. Teve vontade de chorar e correr, mas foi ajudá-la a beber água. Ao vê-la, Lucena se ajeitou na cama sentando-se e fez sinal para que ela se sentasse na ponta da cama.

— Como está se sentindo? — perguntou Maria.

— Melhor agora, os remédios cortam a dor.

— E onde a senhora se meteu? Procuramos feito loucas, estávamos surtando.

O assassino - DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now