Introdução

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APENAS ALGUNS CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO.

Agradeço imensamente o carinho e apoio de cada um de vocês.

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Era um dia frio, de um céu nublado. A pequena cidade de Passaredo parecia mais estranha e menos aconchegante que nunca. Durante os trinta dias, desde que chegou a cidade, nenhum parecia tão triste para Maria como aquele sábado cinzento. Alguns comércios não abriram por causa do frio, a principal rua da cidade estava quase deserta, exceto pelos poucos comerciantes que arriscaram trabalhar naquele dia. Eles ainda encaravam Maria e cochichavam, como se após trinta dias de sua chegada, ela ainda fosse novidade. Em sua primeira semana na cidade, não saiu na rua por causa dos muitos olhares e cochichos que recebeu na sua chegada, mas a tia Marta, com quem foi morar após a morte dos pais, garantiu que logo a excitação das pessoas pela moradora nova passaria. A partir da segunda semana Maria cansou-se de ficar em casa e resolveu enfrentar os olhares e cochichos, e conhecer a cidadezinha. E nesse sábado nublado, entrando em sua quinta semana na cidade, parecia que ela ainda era a novidade. Maria andou pelas poucas ruas da cidade e, confirmou novamente o que constatara em seu primeiro dia ali, não havia nada para se fazer naquele local. Não havia cinema, shopping, faculdade, clube, danceteria, quase não havia jovens, tinha poucas crianças, algumas lanchonetes, cafeterias e um único bar que ficava aberto 24 horas e parecia o lugar mais divertido da cidade. Mas nesse estranho sábado o lugar estava quase vazio. Maria pensou em voltar para a casa da tia, mas lembrando de que a ouviria reclamar sem parar do fardo de ter que ficar com ela, resolveu dar mais uma volta antes da chuva. Dessa vez, não tendo que andar olhando para o chão por causa dos olhares das pessoas, descobriu uma rua nova.

A rua era estreita e Maria avistou apenas três casas, todas em ruínas, abandonadas. Ao entrar na rua sentiu que o vento era ainda mais frio ali, passou pelas três casas e dobrou onde a rua fazia uma pequena curva e acabava em uma construção enorme, parecida com um castelo. A última casa da rua era rodeada por muros tão altos, que só dava para ver as pontas das torres da casa. Maria se aproximou do grande portão de ferro enferrujado para espiar lá dentro. A área era enorme e logo a frente do portão havia um imenso e totalmente descuidado jardim. As passagens que davam à entrada da casa estavam cobertas de mato e a casa, que realmente era em formato de um castelo, não podia ser mais triste. Era uma construção escura, num tom de cinza sem vida e parecia abandonada. Exceto que o castelo não estava em ruínas como as outras casas da rua. Maria empurrou o portão, mas estava trancado. Ficou imaginando se uma construção tão grande estaria mesmo abandonada, foi quando avistou um vulto na janela de uma das torres. Parecia a sombra de alguém e estava olhando para ela, assim que percebeu o olhar de Maria, puxou a cortina cobrindo a janela. Sem entender o porquê, Maria sentiu um arrepio de medo tomar seu corpo. Seu coração acelerou e no segundo seguinte estava correndo desesperada de volta para a casa da tia.


O assassino - DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now