13. Every tear-soaked whiskey memory blown away

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Eu dirigi a Oeste, em direção a Illinois, assim como havia planejado. O quão mais longe do Kentucky e do Tennessee, melhor. E eu não queria voltar pro norte, eu preferia o clima mais central do país e a brisa mais fria durante a noite lá no norte, apesar de ser verão, me incomodou. Não gosto de ter que usar mais do que uma camiseta. E, como a cabine da minha Chevy havia virado meu quarto, acho justo dizer que lojas de conveniência em postos de combustível haviam virado minha cozinha. Às vezes o postos tinham um banheiro disponível. Sujos e fedorentos, mas era melhor do que ter que me agachar no mato, por exemplo. Eu também podia pelo menos lavar meu rosto, já que banho de chuveiro não era a coisa mais fácil de se conseguir na estrada. E depois de umas quatro horas dirigindo, com Zach tentando arranjar alguma rádio boa para ouvir, eu decidi que eu não conseguia mais dirigir com tanta fome.

Parei no primeiro posto - com uma loja de conveniência decente - que encontrei pela frente. Sabe quando dizem que não é bom fazer compras com fome? Não mentem. Eu comprei todas as porcarias que meus olhos viram, incluindo uma raspadinha de tutti-frutti. Zach pagou o diesel, eu paguei toda a comida. Achei justo. Eu ainda estava enchendo meu copo com a raspadinha quando Zach, que já deveria ter voltado para a caminhonete, voltou à loja.

- Freedom, é melhor você ver isso. Acho que você não vai gostar nem um pouco.
- O que aconteceu? - eu falei sem ao menos completar o meu copo até à boca e saí com pressa
Zach parou na frente da minha Chevy e me mostrou. O espelho do retrovisor esquerdo estava estilhaçado e a lataria agora tinha dois buracos de tiro.
- Também acertaram a minha com um tiro, mas acho que como sua Chevy estava atrás foi mais fácil atingir... - ele falou
- Filhos de uma égua - exclamei, chutando um dos pneus
- Pelo menos não pegaram o pneu, ia ser pior sair por aí arrastando o pneu vazio.
- E também não tiveram mira o suficiente para acertar o pára-brisas. Mas mesmo assim, ugh! Que raiva! Eu só não estou mais furiosa porque pelo menos pagaram a nossa gasolina e o jantar de hoje.
- Pagaram? - Zach perguntou inocentemente mas logo entendeu - Ah tá. Entendi.
Eu bebi a raspadinha com raiva e acabei bebendo-a rápido demais, fazendo minha cabeça doer. Eu precisava descansar.
- Ok, vamos achar um lugar vazio para parar as caminhonetes, eu não aguento mais dirigir.
- Eu disse que eu posso tentar dirigir...
- E eu disse que não. Assunto encerrado, agora vamos embora.
Eu entrei na caminhonete, jogando todas as compras na loja de conveniência em cima do painel.
- Você é muito teimosa, sabia? - Zach falou, fechando a porta
- Só agora você percebeu, senhor queria-ser-psicólogo?
Ele bufou, contrariado. Eu apenas ri.

Dirigi até chegar na floresta nacional Shawnee e depois em um vilarejo chamado New Burnside. Passei pelo lugar sem tentar fazer muito alarde. Não deveria ter nem 200 habitantes. Eram algumas casas ali e aqui e bastante silêncio. Era uma dessas cidades que todo mundo conhece todo mundo, então dois estranhos iam chamar muita atenção. Decidi então dirigir um pouco mais. Eu estava dentro de uma floresta nacional, então uma área mais densa surgiu mais pra frente, uma área com menos intervenção humana, com árvores e barulho de água correndo. Peguei a primeira estradinha de terra que vi na escuridão e eu sorri assim que os pneus tocaram o chão. Não era como a terra do Tennessee, não era uma terra ruiva e seca, empoeirada, era uma terra úmida, cheia de galhos e folhas, mas, mesmo assim, era muito melhor que qualquer asfalto para mim.

- Você está... sorrindo? - Zach me desconectou do meu momento de alegria e eu quis matá-lo
Eu tentei continuar de olhos fechados, tentando sentir os altos e baixos daquela estradinha em meio às árvores.
- Você realmente está sorrindo... Acho que é a primeira vez que te vejo sorrir!
Eu abri os olhos e Zach havia ligado a luz presa ao teto. Eu fiz questão de desligar na mesma hora, estava tudo escuro e uma caminhonete com a cabine acesa não era boa ideia para quem estava tentando passar despercebido.
- Sabe o que você é? Não, não, não precisa nem responder. Eu sei. Irritante. Você é completamente irritante! - eu disse entre os dentes
Ele ainda tinha aquele ar de surpreso no rosto.
- É que é a primeira vez que eu te vejo realmente sorrir, sem ser irônica, sem ser "parte do papel".
- Não me diga que você já está tirando conclusões psicológicas desse meu sorriso.
- Não, na verdade não. Só estou imaginando a razão dele.
- Então continue imaginando e cala a boca, pelo amor. Tenta ouvir o que está ao redor de você e não sua própria voz.

Freedom's Last BulletTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang