17. It won't be whiskey it won't be meth it'll be your name on my last breath

135 9 0
                                    


A água ainda estava correndo dentro do banheiro enquanto eu jogava tudo o que era meu dentro da minha mochila. Acabei achando seu canivete em um dos bolsos e encontrei também sua carteira. Peguei algumas notas, deixando outras. Eu só não peguei tudo porque ainda queria que ele pagasse Albert e Ruth, e eu esperava que ele fizesse isso, pelo menos para manter a simpatia falsa. Foi um dilema deixar ou não aquelas notas, mas o fiz. Eu ainda tinha um pouco de dinheiro da stripper do Kentucky.

A água continuava correndo e eu esperava que ela não parasse. Meu coração estava batendo tão forte que eu mal conseguia respirar. Eu queria encontrar sua arma, mas não achei. Ele a levou consigo pro banho? Faz sentido. Ele sempre esteve com sua arma, eu que fui burra o suficiente para me afastar da minha em alguns momentos. Saí do quarto sem fazer barulho. Por sorte, minha Chevy e sua caminhonete não estavam mais guinchadas, já que hoje ele ajudara Albert a colher as laranjas com a sua. Eu queria atirar em cada um de seus pneus, mas isso faria barulho e eu não sabia se a água do chuveiro continuava ligada lá dentro. Também, eu não podia gastar minhas balas com isso. Então peguei seu canivete e rasguei três dos seus pneus, para que ele não conseguisse somente trocar um pelo step. Eu queria rasgar os bancos, mas não daria tempo. E a caminhonete era bonita demais para isso, ela não merecia o dono que tinha. Então eu só chutei a porta com força e corri até minha Chevy, torcendo para que ela pegasse. Girei a chave uma vez e nada. Tirei a arma de dentro de minha bota e preparei minha mão para apertar o gatilho. Girei a chave de novo. Nada. Respirei fundo.
- Eu sei que você está brava comigo por ter te trocado por um tempo, mas vamos lá querida. Me ajuda! - sim, eu às vezes falava com a minha Chevy
Girei a chave de novo e ela pegou. Eu respirei aliviada.
- Boa menina! E agora seja ainda melhor e continue rodando até o primeiro posto de combustível que a gente encontrar, por favor.
Eu girei o volante com a arma entre meus dedos. Não acelerei no começo, eu sabia o quão barulhento podia ser meu motor. Olhei para o retrovisor e não vi nada. Melhor assim. Melhor ele só perceber que eu fugi quando eu estiver longe dali. Eu acelerei pela estrada de terra e nem me deu tempo de gostar, eu estava coberta de raiva. Cheguei ao portão e desci da Chevy para abri-lo com pressa. Acelerei, encontrando a estrada de asfalto, sem me importar em fechar o portão. Eu não sabia para qual lado ir. Eu não lembrava nem em qual estado eu estava! Mas eu não tinha tempo, então virei o volante para a direita e dirigi torcendo para encontrar um posto próximo. Eu não sabia o quanto ainda tinha no meu tanque e eu nunca fui de confiar no ponteiro do painel.

Dirigi procurando por uma placa, o que demorou para aparecer. Quando apareceu, vi que eu estava em Louisiana. Eu mal lembrava de passar na fronteira entre Illinois e Arkansas, quanto mais ter cruzado a fronteira do Arkansas com Louisiana! Será que ele planejava me levar para o Texas e depois para o México? Mas não faria sentido. Ele teria que dirigir até o Tennessee de novo para receber sua recompensa. Ugh! Que ódio! Continuei dirigindo por alguns minutos, tentando achar a entrada para Bastrop que a placa indicara, torcendo para minha Chevy não parar. Mas ela parou assim que eu avistei a entrada. Ela soluçou uma vez, na segunda vez eu já encostei no pseudo-acostamento da estrada e desci. Eu ia ter que buscar gasolina com algum galão, pelo visto. E primeiro comprar um galão, porque eu não tinha um. Que raiva! Bati a porta com mais força do que deveria ao descer. Eu quis chutar tudo à minha frente, mas não o fiz. "Tudo à minha frente" era minha Chevy, e eu era sou maluca de chutá-la. Então eu fui chutando o asfalto até a entrada de Bastrop. Uma cidade pequena que eu torcia que no mínimo tivesse um posto de gasolina. Andei chutando o chão com o bico de minhas botas por uns cinco minutos até perceber que continuava com a arma em meus dedos. Eu imediatamente a guardei dentro de minha bota. Eu sei bem como uma garota como eu andando por aí com uma arma na mão pode ser assustador em cidades pequenas, ainda mais ao anoitecer. E eu estava com tanta raiva que era perigoso eu dar um tiro no meu próprio pé. Literalmente, porque metaforicamente eu tinha descarregado toda minha munição nos meus próprios pés. Como eu consegui ser tão estúpida assim!?

Freedom's Last BulletOnde as histórias ganham vida. Descobre agora