Capítulo 9

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  POV Louis

Foi ainda mais difícil me concentrar no trabalho ao voltar daquele almoço, as cartas e os cartões-postais pesavam na mesa, bem ao meu lado, onde os deixei, eu queria muito poder ler cada palavra escrita ali, mas também me dava certo nervosismo. Não demorou até o Niall perceber minha inquietação e quando lhe contei tudo o que tinha acontecido no almoço, e lhe mostrei as cartas, ele pareceu ficar tão ansioso quanto eu.

-Prometo te contar tudo depois que ler, ok?! Posso até te mostrar alguma. – eu disse enquanto ele me olhava ansiosamente.

-Claro que você vai. – ele revirou os olhos como se aquilo fosse a coisa mais óbvia. –Mas, então, vamos todos nos encontrar no domingo?

-É, vou falar ainda com Zayn e Liam, mas sei que eles vão topar, na certa o Josh vai também, né?!

-Vai sim. – ele sorriu todo sonhador.

-Você está ficando todo apaixonadinho por ele. – não perdi a chance de provocá-lo, mas era bem verdade.

-Preciso voltar a trabalhar. – ele riu, desconversando e voltando para a mesa dele.

E eu voltei a inutilmente tentar me concentrar no meu trabalho, mas os meus pensamentos estavam todos dominados por Harry Styles.

****

Quando finalmente cheguei ao meu apartamento pensei em ir logo matar a minha curiosidade, mas de repente, agora que eu finalmente podia ler aquelas cartas, me vi hesitando um pouco, então tomei um banho mais longo do que o necessário, preparei um sanduíche, mesmo não estando com muita fome, vesti o meu moletom mais surrado e confortável e só depois de tudo isso me sentei no meio da minha cama e espalhei aqueles papéis ao meu redor.

Eu me sentia meio idiota por estar tão nervoso simplesmente em ler o que tinha ali, mas aquela era a maior prova de que, apesar de tudo, Harry não tinha me esquecido durante esses anos, ele foi injusto comigo, com nós dois, ao decidir ir embora daquele jeito e ter me deixado sem qualquer alternativa, mas ele realmente não tinha simplesmente se esquecido de mim.

Foi difícil decidir o que ler primeiro, algumas eram muito longas, outras muito curtas, alguns cartões-postais tinham apenas um "eu te amo", mas tudo tinha data, então procurei com cuidado pela primeira carta, a mais antiga, e me surpreendi ao perceber que ela tinha sido escrita no mesmo dia em que ele partiu. A segurei com cuidado em minhas mãos que, sem surpresa, percebi estarem trêmulas, e enfim a li.

Ei, baby...

Estou a um bom tempo tentando escrever algo aqui, mas sem sucesso, o que é estranho, já que sempre tive tanta facilidade em escrever tudo o que eu sentia e transformar as palavras em música, provavelmente é porque eu não sei nem como começar a te pedir desculpas.

Eu não sei quando, ou se, um dia você chegará a ler essa carta, mas espero sinceramente que sim e que talvez nesse dia, em um futuro não muito distante, você já possa ter me perdoado.

Partir sem te ter ao meu lado foi a decisão mais difícil da minha vida e estou sendo completamente sincero ao dizer que metade do meu coração ficou aí com você, mas espero que um dia você consiga parar de me odiar e entenda que eu precisava correr atrás desse meu sonho, mas não podia destruir os seus... Eu tenho certeza de que você ainda será um grande jornalista e conseguirá conquistar cada um dos seus objetivos, mas ir para Londres agora e abafar esses meus sonhos, que são imensos, acabaria comigo e com o que nós temos, eu preciso de um tempo para conhecer o mundo, eu necessito viver a música e deixá-la me guiar até descobrir qual é o meu caminho... Não é fácil de explicar e sei que você não consegue entender, sinto muito por isso, eu sei que se tivesse te dado a opção de vir comigo talvez você acabasse desistindo dos seus sonhos para me acompanhar, mas então isso também acabaria conosco.

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